O Grande Caminho: Dentro da Alquimia Superior, existem três Rodas de Moinho



O Grande Caminho:
Dentro da Alquimia Superior, existem três Rodas de Moinho

Wu Jyh Cherng


O efeito da Roda de moinho ainda é a primeira etapa da Alquimia Superior.


Dentro da Alquimia Superior, existem três Rodas de Moinho:

.  Roda de Moinho do Sopro - que é a energia do Céu Anterior que entra dentro da pessoa como se fosse uma estrondosa tempestade.

.  Roda de Moinho do Fogo Líquido

.  Roda de Moinho Púrpura

Em todas essas Rodas de Moinho, quando acontecem, não se sabe por onde começam e por onde terminam.  E é impossível descrevê-las.  Mas existe uma diferença de qualidade entre elas..

Cada Roda de moinho representa um nível de realização alquímica atingida:

.  Na primeira Roda, alcança-se a primeira realização da Alquimia, que se chama Abertura do Sopro.

.  Na segunda Roda, alcança-se a Abertura do Espírito.

.  Na terceira Roda, alcança-se a Abertura do Espírito Universal.


Na Primeira Roda, toda a energia vital se abre, o corpo se torna um canal aberto que faz com que as energias dentro e fóra do corpo se tornem uma só, a mesma.  A energia do Céu Posterior e a energia do Céu Anterior do universo se tornam uma.

Na Segunda Roda, a Abertura do Espírito faz com que a consciência individual se conecte com a consciência coletiva.  O espírito está aberto para toda a consciência interior que forma uma única Consciência.  Nessa hora, não existem diferença individual ou exterior.  É a unificação da consciência interior.

Cada um de nós tem vários espíritos dentro de nós.  Inúmeras consciências.  Nesse momento, temos uma consciência, e em outro momento, temos outra consciência predominante.  E cada parte do nosso corpo tem um espírito: as articulações, a carne, os ossos, o sangue, os diversos tipos de emoção, diversos tipos de pensamento, cada célula tem uma consciência, cada território físico tem uma consciência.

Com a Abertura do Espírito, passamos a ter um único espírito, ou seja, todas as consciências são reunidas numa só.  A partir desse  momento, não temos mais consciente, inconsciente ou sub-consciente.  Menos ainda sofreremos de neuroses ou esquizofrenias.  Teremos apenas uma única Consciência. E isso acontece depois da Segunda Roda de Moinho - que é um fenômeno bastante forte.

Na Terceira Roda, a Roda de Moinho Púrpura, a consciência e todas as consciências são uma só.  A Consciência e todas as Consciências são uma só.  Nossa consciência estará na mente e no pensamento de todos os seres.  Não existe o eu e o outro.  Somos um só - todos estarão dentro de nós.  Chegou-se, então, o Homem Universal.

São essas as Três Rodas de Moinho, sem início, sem fim.

Mestre Maa sempre nos diz que antes de aprendermos a ser Imortais, temos que aprendermos a ser mortais; ou seja, vivermos como uma pessoa normal e termos as virtudes plenas, sem mais criarmos Karmas negativos, com pureza de mente, com bondade interior.


Os mestres tradicionais dizem que temos três trabalhos principais a serem realizados ao mesmo tempo:

A doação   -   a devoção    -   a transformação

A Alquimia trabalha com a transformação, altera a circulação de energia, traz as Rodas de Moinho.  Mas, se não houver doação não romperemos com as barreiras cármicas anteriores e dificilmente ingressaremos na segunda Roda de Moinho.

Sem devoção, sem nos ligarmos às Divindades e aos mestres, acumularemos ego e desenvolveremos um hiper ego.  Sem reverência e devoção, podemos até chegar ao segundo nível mas nunca teremos um espírito universal.  Não atingiremos o terceiro nível.

Essa Trilogia Taoísta no trabalho espiritual não é meramente uma doutrinação.  É a técnica, a pura experiência dos mestres anteriores.


A Grande Abertura do Sopro
A Grande Abertura do Espírito
A Grande Abertura do Espírito Universal
                                                                       Vêm através de 3 fenômenos:

A Roda de Moinho do Sopro
A Roda de Moinho do Fogo Líquido
A Roda de Moinho Púrpura, da Luz Púrpura

                                                                       E acontecem através de uma meditação tipicamente da Alquimia Superior.  Tudo sempre parte do puro conceito do Taoísmo que vem sendo acontecido desde o que se encontra no Tao Te Ching.

Por isso, Mestre Maa sempre diz:  Não existe um Taoísmo autêntico que contradiga o que Lao Tse disse.  Os ensinamentos de todas as linhagens e ordens e escolas taoístas, tudo, sempre veio de Lao Tse e sua obra fundamental, que é o Tao Te Ching.  Portanto, qualquer ensinamento que seja completamente contraditório ao Tao Te Ching, esse ensinamento será questionável em sua autenticidade.


E o Tao Te Ching todo o tempo fala na transcendência da forma, da linguagem.

Ele fala do Grande Caminho que não tem nome, não tem forma, não tem sentimento.

É o Absoluto que abrange a Onipotência, é a Consciência Pura unida ao Sopro Puro.

Num Caminho de auto-realização - que é a Alquimia -, a grande transmutação tem que estar construída em cima desse conceito.  Se estiver de acordo com esse conceito, é chamada de Alquimia Superior.  Se não, é chamado de Alquimia Inferior ou Mediana.  Sempre se transmuta  - porque é uma Alquimia.  Mas não é a Alquimia Superior.  Ou seja, não é o Grande Caminho.

O Grande Caminho abre para as três Rodas e as três Aberturas - nos faz nos unir com todas as energias, possui uma única Consciência, que é Una com todas as Consciências e torna o homem onipotente.

Essa é a Sagração do Homem.

Para o homem alcançar o estado de Onipotência, ele precisa, em primeiro lugar, ter o zero, esse Vazio interior.  A meditação.  A meditação.

Para que isto aconteça, são precisos três instrumentos místicos que constituem a base da doutrina taoísta, que são:

A doação    -   a devoção    -  a transmutação

Devoção aos superiores.  Transmutação de si próprio.  Doação aos companheiros e aos inferiores, a ajuda, o respeito ao superior.

Trabalha-se sua própria transmutação, mudando a mente, a emoção, o corpo.

E assim, vem o Grande Caminho.

Parece fácil... mas não é.

É fácil de se compreender.  É fácil, é simples, é sintético.  O Caminho é único, Ele é simples.  Quando o Caminho é fragmentado, ele é complicado; quando o Caminho é único, Ele é simples.

Mas.... torna-se difícil para nós.  E por que?  Porque somos muito viciados na vida fragmentada.

Vivemos nosso cotidiano atuando de maneiras diferentes com as diferentes pessoas.

Nossos conceitos sociais, morais, éticos, mudam - todo o tempo.  Portanto, nós não temos uma única consciência, um único princípio.  Ao mesmo tempo.  Apesar disso, o Taoísmo fala que precisamos ter um único princípio.  Mas esse único princípio não tem que ser rígido, absoluto, uma doutrina rígida.

Não.  Nós temos que ter ao mesmo tempo o mesmo espírito interior para encararmos todas as coisas, mas também saber trabalhar cada coisa como uma coisa diferente da outra.

Dessa maneira, atuamos com a mesma consciência para tratar as diferentes pessoas.




Capítulo 27

A boa caminhada não deixa rastros ou pegadas
A boa palavra não deixa imperfeição para críticas
O bom cálculo não utiliza medida nem número
A boa porta não necessita de ferrolho para ser fechada
E não pode ser   aberta
O bom nó não necessita de corda para ser atado
E não pode ser desatado

Assim, o Homem Sagrado
É constante e bondoso
Salva homens e não abandona homens
É constante e bondoso
Salva coisas e não abandona coisas
Isso se chama herdar a luz

O homem bom é mestre daquele que não é bom
O homem que não é bom é o recurso daquele   que é bom
Quem não valoriza seu mestre e quem não ama seu recurso
Mesmo inteligente, permanece enormemente desorientado

A tudo isso denomina-se Maravilha e Essência 

...............

Foto: Sítio das Estrelas, Janine



TAO TE CHING

O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE

Lao Tse, o Mestre do Tao

Tradução e Interpretação do Capítulo 27
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG

Transcrição e Síntese de Aula Gravada na Sociedade Taoísta do Brasil,
Rio de Janeiro, em 17 de janeiro de 1995

Transcrição e Síntese de Janine Milward


A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português,
 e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior,
sendo hoje  publicada pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil

Nesta mesma Editora, encontra-se
a realização da publicação das interpretações de Wu Jyh Cherng
 acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching