Assim, da existência vem o valor E da não-existência, a utilidade



TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao


Capítulo 11

Trinta raios convergem ao vazio do centro da roda
Através dessa não-existência
Existe a utilidade do veículo

A argila é trabalhada na forma de vasos
Através da não-existência
Existe a utilidade do objeto

Portas e janelas são abertas na construção da casa
Através da não-existência
Existe a utilidade da casa

Assim, da existência vem o valor
E da não-existência, a utilidade



Interpretação de Janine Milward



Lao Tse, em seu capítulo 11, nos revela a grande sabedoria e profundidade do Tao Primordial.

Primeiramente, devemos voltar a lembrar sobre o Mundo da Não-Manifestação que faz brotar, faz nascer, o Mundo da Manifestação.

O Mundo da Não-Manifestação vai nos falar do Vazio, da não-existência. O Mundo da Manifestação vai nos falar da existência, do valor.

E é no Capítulo 11 que Lao Tse nos ensina a dicotomia quase transparente e extremamente sutil entre o valor e a utilidade e também, em sua forma simples e óbvia de dizer as coisas, ele nos dá três exemplos de temas bem vivenciados em nosso cotidiano de vida - veículo, vaso, casa - para nos mostrar aquilo que é o valor e aquilo que é a utilidade.

O valor sempre se apresenta através da plenitude de alguma coisa e sua essência e forma intrínsecas. A utilidade, aparentemente, nunca se apresenta obviamente, ela simplesmente é.... e se não for, não traz o verdadeiro valor.

Trinta raios convergem ao vazio do centro da roda
......................
A argila é trabalhada na forma de vasos
......................
Portas e janelas são abertas na construção da casa
.......................

Antigamente, no tempo de Lao Tse, a roda da carroça era feita de madeira, com os paus agindo como raios juntando o eixo central da roda à sua extremidade. Esse eixo central é o vazio do centro da roda.

Para ser fazer um vaso, um artigo de uso culinário da maior importância aonde se cozinham os alimentos, aonde se guarda água, etc., é preciso usar a argila e ir dando forma ao vaso. Essa forma prevê sempre um vazio ao centro para acolher o conteúdo e servir para aquilo que deve servir.

Uma casa é um lugar importante para a família viver a vida e é feita de paredes externas e internas. No entanto, na casa têm que existir portas e janelas para que a família possa entrar e sair, para que o mundo possa entrar e sair.

Lao Tse usou três exemplos extremamente simples para nos demonstrar a importância do mundo da manifestação e fundamentalmente, a realidade intrínseca do mundo da não-manifestação que também se manifesta subjetivamente dentro da objetividade das situações da vida.

Quando pensamos em um vaso, pensamos um recipiente que vá acolher alguma coisa.... se não, pensaríamos em um monte de argila amontada, sem sentido para nada. Quando pensamos numa casa, imediatamente nos ressentiríamos e não entenderíamos o porquê de uma casa sem portas e janelas.... ninguém poderia entrar ou sair... qual seria então a validade de uma casa?

Através da não-existência
Existe a utilidade da roda..., do vaso...., da casa.....
É o vazio da roda, do vaso e da casa que traz sua utilidade.



Assim, na existência vem o valor
E da não-existência, a utilidade

Com esses versos simples e falando de nosso cotidiano de vida prática, Lao Tse nos ensina sobre o valor da existência, advinda do Mundo da Manifestação e a utilidade da não-existência, advinda do Mundo da Não-Manifestação, do Vazio em sua plenitude.

Em relação a nós e nossa encarnação e nosso corpo físico, tudo isso vai revelar certamente nosso valor, é com tudo isso que estamos nesse Planeta Terra, lugar de trabalho e de Iluminação - Luz é Matéria.

No entanto, é somente através do Vazio que se instala em nossa mente e consciência iluminadas e infinitas - o valor adquirido através da existência, que alcançamos nossa verdadeira utilidade, a entrada da não-existencia, com consciência e vidas iluminadas e infinitas.

Nosso corpo físico é real e existente. No entanto, sua verdadeira utilidade é se tornar o Caldeirão disposto a passar pela transmutação, pela alquimia do Tao, ou seja, tornar-se um Corpo de Luz.

Esse Corpo de Luz somente poderá existir a partir da consciência iluminada e infinita - o Caminho da Iluminação - que trabalha o Vazio nesse corpo físico - o Caldeirão - e passa a trilhar o Caminho da Imortalidade - ou seja, também esse corpo se torna iluminado e infinito.
Assim, a existência do corpo físico traz o valor do mundo da manifestação, em nossa objetiva encarnação na Terra. E a não-existencia do Corpo de Luz traz a utilidade do mundo da não-manifestação, em nossa subjetiva encarnação na Terra.

Sendo a Terra um lugar de matéria e sendo Luz matéria, é aqui neste Planeta que temos o privilégio de encarnar e realizar nosso Trabalho conjunto com nossos Caminhos de Iluminação e de Imortalidade.

Se morremos apenas realizando o Trabalho de Encarnação, possivelmente ficamos atados à Roda da Vida, a Samsara, para retornarmos a planetas de matéria para realizarmos nosso Caminho da Iluminação.

Se morremos apenas realizando nosso Caminho da Iluminação, possivelmente ainda ficamos atados à Roda da Vida, a Samsara, para retornarmos a planetas de matéria para realizarmos nosso Caminho da Liberação ou Imortalidade.

Luz é matéria. E a Terra é um lugar privilegiado no universo que conhecemos porque possui muito ouro, a cor da iluminação, a cor do Sol, o valor. Porém este valor é agregado ao Trabalho que precisamos realizar em nossas vidas de encarnação. É um ouro com valor objetivo, certamente.

No entanto, o verdadeiro ouro e sua verdadeira utilidade são subjetivos, essa é a verdade. O verdadeiro ouro é revelado na iluminação e infinitização da mente e da consciência e, posteriormente, no Corpo de Luz, Corpo de Ouro, alcançado no Caminho da Imortalidade, com vida iluminada e infinita.

Quando morremos, levamos da Terra, a nível objetivo e de valor objetivo, apenas uma muda de roupa conosco. Todo o valor da encarnação objetiva pode ser revelado como um valor sem valor, apenas.

Quando morremos, levamos da consciência que é atada ao Espírito do Tao da Criação, tudo aquilo que nossa mente pôde captar e apreender... Se efetivamente alcançarmos nosso Caminho de Iluminação através da iluminação e infinitude de nossa mente e de nossa consciência, estaremos levando conosco a utilidade do ouro e não o seu valor. Seu valor nos serviu objetivamente para que alcançássemos sua verdadeira utilidade.

Quando morremos, levando consciência iluminada e infinitizada bem como nosso Corpo de Luz alquimizado a partir de nosso corpo físico que entrou na encarnação...

Aí sim, encontramos a verdadeira utilidade do Vazio instaurado dentro do valor. Encontramos a verdadeira utilidade dentro do valor. A verdadeira não-existencia dentro da existência.

Com um abraço estrelado,
Janine Milward

Foto: Sítio das Estrelas

......................
TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao

Capítulo 11

Interpretação de Janine Milward

A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior
e hoje é publicada pela Editora Mauad, São Paulo.

Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-se  a realização da publicação
das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching



O que gera e cria Gera mas sem se apossar



TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao

Interpretação de Janine Milward

Capítulo 10

Quem conduz a realização do corpo por abraçar a unidade
Pode tornar-se indivisível
Quem respira com pureza por alcançar a suavidade
Pode tornar-se criança
Quem purifica através do conhecimento do mistério
Pode tornar-se imaculado

Ame o povo e governe o reino através do não-conhecimento
Ilumine e clareie os quatro cantos através da não-ação
Abra e feche a porta do céu através da ação feminina

O que gera e cria
Gera mas sem se apossar
Age sem querer para si
Cultiva mas sem dominar
Chama-se Misteriosa Virtude




Quem conduz a realização do corpo por abraçar a unidade
Pode tornar-se indivisível
Quem respira com pureza por alcançar a suavidade
Pode tornar-se criança
Quem purifica através do conhecimento do mistério
Pode tornar-se imaculado

Nesta primeira estrofe, Lao Tse nos fala sobre a realização do Te, A Virtude, para, através dela, nos colocarmos em nosso Caminho rumo ao nosso Tao, O Caminho. Na verdade, nestes versos em três longas frases, nos são apontados os Caminhos da Iluminação e da Liberação e como trilhá-los.



Quem conduz a realização do corpo por abraçar a unidade
Pode tornar-se indivisível


A condução da realização do corpo por abraçar a unidade" nos fala claramente da transmutação alquímica entre o corpo físico e o Corpo de Luz. A unidade da qual se fala é o Uno, O Absoluto, O Tao, O Caminho. Dessa forma, assim se conduzindo, o homem (pertencente à pluralidade do pluriverso), "pode tornar-se indivisível", ou seja, uno com o Tao, fusionado plenamente com a Mente Cósmica, O Absoluto.



Quem respira com pureza por alcançar a suavidade
Pode tornar-se criança


A respiração sobre a qual Lao Tse nos fala é a fusão do Sopro Primordial (através de nossa inspiração e expiração) com a Consciência iluminada e infinita do Tao, a fusão entre Alma e Espírito, entre a Água da Sabedoria e o Fogo da Consciência, entre o ar da Terra e o Chi do Pluriverso. É através da perfeita fusão da Consciência com o Sopro Primordial, que o Homem consegue estabelecer a sua Fixação, ou seja, o plano a partir de aonde tem início a verdadeira meditação, o longo Caminho rumo à Alquimia do Tao. Assim acontecendo, o Homem "pode tornar-se criança", ou seja, está limpo, transparente, imaculado.



Quem purifica através do conhecimento do mistério
Pode tornar-se imaculado


Alcançando a Fixação e penetrando no Caminho da verdadeira meditação rumo à sua Alquimia do Tao, o Homem está pronto para receber o Vazio. O Vazio é aonde tudo começa e tudo termina, é o lugar aonde existe o Revirão da Vida. É o lugar da Sabedoria e da plenitude e infinitude da Consciência e da Vida. É o lugar do conhecimento do mistério, sobre o qual não se fala porque não se tem palavras para falar do Vazio do Tao. Assim, o Homem "pode tornar-se imaculado", quer dizer, realmente trilhando seu Caminho da Iluminação e Caminho da Imortalidade ou Liberação.

Realmente, me parece que nesta primeira estrofe Lao Tse, a cada dois versos ou a cada sentido de frase, nos revela a Sublime Trindade ou Sublime Transparência: O Tao Primordial, O Mestre e O Tesouro do Espírito. O Tao Primordial aparece através do corpo indivisível, o Corpo de Luz. O Mestre aparece através da fusão do Sopro Primordial com a Consciência Iluminada e Infinita. E o Tesouro do Espírito aparece através do Conhecimento do Mistério.


Ame o povo e governe o reino através do não-conhecimento
Ilumine e clareie os quatro cantos através da não-ação
Abra e feche a porta do céu através da ação feminina


Na segunda estrofe, novamente Lao Tse nos fala sobre o Te, A Virtude, sobre nossa forma ideal de atuação para que possamos alcançar nosso Caminho rumo ao nosso Tao, O Caminho. Na verdade, nestes versos nos são mostradas as três Virtudes fundamentais para vivenciarmos nossa encarnação e realizarmos a Alquimia do Tao: o não-conhecimento, a não-ação e a ação feminina.

Ame o povo e governe o reino através do não-conhecimento

O povo e o reino são simbolismos que nos falam sobre nosso corpo e nossa consciência, respectivamente. O reino governa sobre o povo assim como nossa consciência governa nosso corpo. Quanto mais pudermos expandir e iluminar nossa consciência, mais facilmente conseguiremos que nosso corpo realize nossa Missão de Encarnação na Terra e nossa Missão de Iluminação neste Planeta absolutamente perfeito para estas duas empreitadas.

O não-conhecimento se revela através do conhecimento e da consciência dos processos vitais do universo aonde vivemos, aonde estamos encarnados. Esse conhecimento e essa consciência não necessariamente querem falar da intelectualidade ou uso afinado do estado mental. O não-conhecimento revela a verdadeira fusão do inconsciente com o consciente, a verdadeira Yoga, deixando que os conhecimentos do inconsciente se fundam harmoniosamente com o consciente, proporcionando a expansão da consciência e o conhecimento real da vida e da Criação. O inconsciente é aquele que tudo sabe e se revela ao consciente através do simbolismo e das imagens que trazem consigo as verdades do não-conhecimento.


Ilumine e clareie os quatro cantos através da não-ação


A não-ação em nenhum momento significa o nada fazer, o fazer nada. Não. A não-ação significa viver a vida da forma como ela vai se apresentando, naturalmente, genuinamente. E para tanto, é preciso a iluminação da mente e a clareza do pensamento e das idéias para se poder caminhar pela vida - em seus quatro cantos, ou seja, em todos os rumos que ela nos apresenta - de forma lúcida e tranqüila, agindo quando se tem que agir e não agindo quando não se tem que agir. Vivendo, sentindo, fluindo. A verdade é que tudo no Cosmos e na Criação se manifesta perante a nós e nos faz tomar nosso rumo natural se conservarmos dentro de nós nossa naturalidade aliada à nossa lucidez.


Abra e feche a porta do céu através da ação feminina


A ação feminina é a energia Yin, receptiva, dócil, suave. É a energia do Vazio que cria a Criação através do sopro de vida do Criativo, a Luz. É somente através do Vazio atingido na verdadeira meditação que se abre e fecha a porta do céu, ou seja, que podemos caminhar, naturalmente e lucidamente, entre o Mundo da Manifestação e o Mundo da Não-Manifestação, passando pelo Portal do Revirão da Vida.

O que gera e cria
Gera mas sem se apossar
Age sem querer para si
Cultiva mas sem dominar
Chama-se Misteriosa Virtude.

Finalmente, na terceira e última estrofe, Lao Tse nos fala apenas do Tao, O Caminho. A verdade é que, neste Capítulo ou Poema, Lao Tse vai vagarosamente, porém sem rodeios, tecendo o Caminho da Iluminação e o Caminho da Liberação.

Na primeira estrofe, Lao Tse nos apontou o Caminho da Iluminação e o Caminho da Liberação. Na segunda estrofe, o Mestre nos presenteou com a forma e a ação - o Te, A Virtude - com que devemos trilhar os Caminhos rumo ao Tao. Na terceira estrofe, Lao Tse tenta, dentro do possível, descrever como o Homem Sagrado - depois de ter sido apenas homem que tenha bem trilhado seus Caminhos - pode se assemelhar ao Tao, O Caminho dentro daquilo que este, O Caminho, pode apresentar.



O que gera e cria


A Luz do Tao da Criação é aquilo que gera. O Vazio, que já foi descrito dentro da ação feminina que abre e fecha a porta do céu, é aquilo que cria. Neste momento, Lao Tse também está nos falando claramente sobre o que sejam o Tao e o Te, O Caminho e A Virtude: aquilo que gera e cria. O Céu é a Luz do Tao da Criação e a Terra é o Vazio, O Te, A Virtude, o lugar aonde podemos trilhar o Caminho do Céu e da Terra.


Gera mas sem se apossar


Em vários outros momentos do Tao Te Ching, O Livro do Caminho e da Virtude, Lao Tse nos diz que o Céu e a Terra, primeiramente, são constante e duradouro, respectivamente. Em segundo lugar, e fundamentalmente, geram e criam.... porém nada querem para si. É a não-ação mais primordial do Tao da Criação: gerar e criar naturalmente, apenas porque assim é que o Tao - que "se orienta por sua própria natureza " (Capítulo 25).

Sendo assim, aquilo que possibilita a revelação da Criação tanto do Mundo da Manifestação quanto do Mundo da Não-Manifestação é o fato de Céu e Terra gerarem e criarem porém nada quererem para si. Não existe qualquer pertencimento. O Céu apenas é o Céu e a Terra apenas é a Terra e cumprem ambos suas missões naturalmente, genuinamente, dentro do não-conhecimento, da não-ação e da ação feminina, ou seja, do retorno ao Vazio.

E é exatamente o fato de Céu e Terra gerarem e nada quererem para si, que faz a Criação acontecer. Assim é o Tao - que se orienta por sua própria natureza, como Lao Tse nos diz em seu Capítulo 25:

O homem se orienta pela terra
A terra se orienta pelo céu
O céu se orienta pelo Tao
O Tao se orienta por sua própria natureza
Dessa forma, Lao Tse finaliza seu Poema nos revelando o Tao da Criação, através do Te, A Virtude, ou seja, O Céu através da Terra...


Age sem querer para si
Cultiva mas sem dominar
Chama-se Misteriosa Virtude.


A Misteriosa Virtude já havia sido comentada em seus primórdios, quando Lao Tse nos revelou logo na terceira frase da primeira estrofe ao falar sobre o Caminho da Imortalidade :


Quem purifica através do conhecimento do mistério
Pode tornar-se imaculado


Quando o homem consegue alquimizar, transmutar seu corpo físico em Corpo de Luz e alcança, não apenas a Iluminação e infinitude de sua mente e consciência mas também, e fundamentalmente, a iluminação e infinitude de sua vida.... então ele torna-se Homem Sagrado. O Homem Sagrado é aquele que, por ter se fusionado com a Mente Cósmica, com o Tao da Criação, torna-se indivisível, torna-se uno com seu Tao.

O Homem Sagrado possui em si mesmo O Céu e A Terra e por isso mesmo, pode gerar e criar, porém sem se apossar, sem nada querer para si, sem dominar... agir dentro da não-ação, conhecer dentro do não-conhecimento, entrar no Vazio....exatamente por ter atingido a Misteriosa Virtude.

A Misteriosa Virtude é um bem que apenas é conseguido através dos Caminhos da Iluminação e da Imortalidade.


Com um abraço estrelado,
Janine Milward

Foto: Sítio das Estrelas
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TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao

Capítulo 10

Interpretação de Janine Milward

A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior
e hoje é publicada pela Editora Mauad, São Paulo.
Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-se  a realização da publicação
das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching


Não dispute, assim não haverá rivalidade




TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao


Interpretação de Janine Milward

Capítulo 8
A bondade sublime é como a água
A água, na sua bondade, beneficia os dez mil seres sem preferência
Permanece nos lugares desprezados pelos outros
Por isso assemelha-se ao Caminho

Viva com bondade na terra
Pense com bondade, como um lago
Conviva com bondade, como irmãos
Fale com a bondade de quem tem palavra
Governe com a bondade de quem tem ordem
Realize com a bondade de quem é capaz
Aja com bondade todo o tempo
Não dispute, assim não haverá rivalidade


Interpretação

Janine Milward


No Capítulo 51, Lao Tse nos afirma:

O Caminho gera, a Virtude cria
a matéria forma
a conclusão completa
Por isso, os dez mil seres veneram o Caminho e estimam a Virtude
O Caminho é venerável, a Virtude é estimável
Pois eles não segregam e são constantemente naturais
.........................................
fazem crescer, fazem nutrir
..............................................
geram, porém não se apossam
Agem, porém não retêm
Cultivam, porém não controlam

No Capítulo 8, Lao Tse então diretamente nos fala sobre a Virtude da bondade (e da humildade) que são exercidas pelo céu e pela terra quando geram e criam e dentro da matéria criada, a água, a doação de vida, é aquilo que mais se assemelha à bondade do céu e da terra inspirados pelo Tao da Criação. Quando o homem torna-se Homem Sagrado, ele também exerce a Virtude da bondade (ou humildade), assemelhando-se, dessa maneira, ao seu Tao.

A bondade sublime é como a água
A água, na sua bondade, beneficia os dez mil seres sem preferência

Água é vida. O bem maior, o bem mais sublime é como a água. A água, com bem mais sublime, traz a vida a todos. Esta vida que é trazida e presenteada a todos, sem qualquer preferência, assemelha-se ao céu e a terra, que geram e criam o tudo e o todo - e nada querem para si, apenas geram e criam. Assim é o Tao.

A água cai do céu e traz a vida à terra. Na terra, a água vai escorrendo, descendo montanhas e morros, buscando sempre os caminhos mais simples, contornando todos os obstáculos, infiltrando-se dentro da terra e trazendo seus segredos e levando-os até formar regatos, rios, lagos, mares, oceanos..... para novamente retornar aos céus, formando as nuvens que um dia novamente se precipitarão em forma de chuva abençoada e renovadora da vida na terra.

Assim, a água busca os vales, os lugares mais fundos e por isso, assemelha-se ao Tao. A maior Virtude do Tao é a humildade e a água nos demonstra sua humildade buscando os lugares mais profundos.... ali se encontra o Vazio, a Consciência do Vazio. No Capítulo 6, Lao Tse nos fala sobre isso quando diz:

O Espírito do Vale nunca morre
O Tao repousa naquilo que é mais profundo dentro de nós, dentro da natureza. O lugar do repouso do Tao não é visto, apenas sentido. Dessa maneira, Lao Tse nos diz:

Permanece nos lugares desprezados pelos outros
Por isso, assemelha-se ao Caminho

Sendo a água, em sua sublime bondade, o maior bem que possuímos, aquilo que mais se assemelha ao Tao da Criação manifestado através do céu e da terra, Lao Tse segue em sua segunda estrofe, nos aconselhando a nos espelharmos nas Virtudes da água através as várias possibilidades do exercício da bondade:

Viva com bondade na terra
Pense com bondade, como um lago
Conviva com bondade, como irmãos
Fale com bondade de quem tem palavra
Governe com a bondade de quem tem ordem
Realize com a bondade de quem é capaz
Aja com bondade todo o tempo

Quando se trata de aconselhamento sobre a forma de se vivenciar o Tao, de se realizar o Tao e seu Caminho, Lao Tse nos mostra a Virtude e suas manifestações:

Viva com bondade na terra
Viver na terra significa vivenciar o Caminho da Iluminação e o Caminho da Liberação ou Imortalidade. Para tanto, ser como a água é a Virtude primeira, ser humilde, ter em seu coração o bem maior, a bondade advinda do céu e da terra inspirados pelo Tao da Criação. Este primeiro verso engloba em si mesmo toda a essência manifestada no Capítulo 8.

Pense com bondade, como um lago
O pensamento, advindo do coração, deve ser como um lago, calmo e tranqüilo porém profundo. O pensamento deve ser abordado com bondade, ou seja, como o bem maior, o bem sublime da mente que traz a expansão da consciência que a leva a se tornar iluminada e infinita, colocando o homem em seu Caminho da Iluminação, como Homem Sagrado.

Conviva com bondade, como irmãos
A vida entre o céu e a terra produz toda os seres da natureza. A convivência entre esses seres deve ser a mais harmoniosa possível. Dessa forma, Lao Tse nos aconselha a convivermos com o resto da natureza em redor a nós de forma fraterna, tendo o bem maior, que é a própria vida, sempre preservado.

Fale com bondade de quem tem palavra

O desenvolvimento da mente traz a consciência das inter-relações entre todas na natureza e é através da linguagem que o homem se manifesta e se troca mais intensamente. Dessa forma, esse terceiro verso conjuga os dois primeiros desta segunda estrofe que versa sobre as várias manifestações da Virtude da bondade, sob o Tao.

Assim, a linguagem, manifestada através da palavra, precisa ser atrelada á bondade, ao bem maior que é a vida e sua preservação em harmonia.

A palavra deve servir apenas ao bem maior e por isso, ser manifestada com bondade.

Governe com a bondade de quem tem ordem
A bondade, manifestada como o bem maior, a vida, deve ser sempre exercida quando se trata do governo dos povos e de toda a natureza.

Neste verso, Lao Tse conjuga os três primeiros, fazendo, dessa forma, um encadeamento entre um e outro, como uma construção de uma corrente forte de elos bem encadeados que demonstram as várias manifestações da Virtude da bondade.

Realize com a bondade de quem é capaz
Aja com bondade todo o tempo

Nestes versos, Lao Tse retorna ao seu pensamento inicial, na primeira estrofe, quando nos fala que a bondade é a grande Virtude do Tao, O Caminho.

O grande desafio do homem, aquele que faz a ligação entre o céu e a terra, é tornar-se o Homem Sagrado... e para tanto, Lao Tse aconselha:

Realize com a bondade de quem é capaz
Aja com bondade todo o tempo

Ou seja, quanto mais o homem se colocar no Caminho do Tao através o exercício de suas Virtudes, mais ele se assemelhará ao céu e à terra e manifestará através de suas ações e capacidades, sua fusão com o Tao da Criação.

A terceira estrofe nos traz um verso simples que em si mesmo, nos revela uma grande lição de vida, a maneira pela qual aquele que se encontra no Caminho do Tao se conduz em suas Virtudes, ou seja, em suas ações e capacidades de viver a vida dentro da bondade e da humildade:

Não dispute, assim não haverá a rivalidade

O homem tem a tendência às disputas: disputadas no lugar do viver, do pensamento, da manifestação desse pensamento, da convivência entre os seres, do governo, das ações e das capacidades individuais e coletivas.... No entanto, todo o Capítulo 8 versa em relação ao fato de que, sob o Tao, nada disso corresponde á bondade (a humildade), sua maior Virtude.

Dessa forma, o Homem Sagrado, aquele que já se encontra em seu Caminho da Iluminação e seu Caminho da Liberação ou Imortalidade, não se sente voltado às disputas, não encoraja a conseqüente rivalidade. E por que não?

Lao Tse todo o tempo em seu Tao Te Ching, O Livro do Caminho e da Virtude, nos diz:

O Homem Sagrado realiza a obra pela não-ação (Capítulo 2)

Concluir o nome, terminar a obra, retirar o corpo
Este é o Caminho do Céu. (Capítulo 9)

O que gera e cria
Gera mas sem se apossar
Age sem querer para si
Cultiva mas sem dominar
Chama-se Misteriosa Virtude (Capítulo 10)

Finalmente, Lao Tse também quer nos dizer que a disputa e a rivalidade são questões advindas do homem. O Homem Sagrado não age dessa forma nem socialmente e menos ainda pessoalmente e espiritualmente. Espiritualmente, a não-disputa e a não-rivalidade se relacionam com o corpo e o Corpo - como veremos a seguir...

Na Alquimia do Caldeirão, na Alquimia do Tao, dentro do Caminho da Iluminação e do Caminho da Imortalidade, a água é revelada como o Sopro Primordial...

O Sopro Primordial advém do Sopro do Tao da Criação da terra, são os elos da corrente da linha contínua e infinita da manifestação da vida. A esse Sopro Primordial, que também pode ser compreendido como Alma, une-se o Espírito do Tao da Criação do céu, a corrente da linha contínua e infinita da manifestação da vida.

Assim, a Água é o Sopro Primordial, é a Alma. E o Fogo é o Espírito. Na meditação, a inspiração e a expiração que se unem e espelham o próprio Fole Universal, a respiração do universo do Tao, trazem a realização da fusão entre Água e Fogo, entre Alma e Espírito, entre Sopro Primordial e Vida. Entre o Gerar e o Criar. O céu é o Fogo e a terra é a Água. O céu é o Espírito e a terra é a Alma.

No Capítulo 7, Lao Tse nos diz:

O céu é constante, a terra é duradoura
O que permite a constância e a duração do céu e da terra
É o não criar para si
Por isso são constantes e duradouros

Assim,
O Homem Sagrado deixa seu corpo para trás e o Corpo avança
Além do corpo, o Corpo permanece
Através do não-corpo, conclui o Corpo
A meditação é o melhor veículo para levar o homem a se tornar Homem Sagrado em seu Caminho da Iluminação e da Imortalidade.

A Alquimia do Caldeirão - que é o corpo - prevê a transmutação do corpo físico em Corpo de Luz, do corpo em Corpo. O corpo morre, se finitiza, e transforma-se em pó. O Corpo avança, permanece, conclui, se infinitiza. Assim, o corpo é relativo à terra - que é duradoura. O Corpo é relativo ao céu - que é constante.

A bondade (a humildade) é a Virtude que Lao Tse nos ensina para caminharmos nosso Caminho rumo ao nosso Tao. A bondade é o bem maior que possuímos na terra para nos levar ao céu.

A bondade sublime é como a água
A água, na sua bondade, beneficia os dez mil seres sem preferência
Permanece nos lugares desprezados pelos outros
Por isso, assemelha-se ao Caminho


Com um abraço estrelado,
Janine Milward

Foto: Sítio das Estrelas

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TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao

Capítulo 8

Interpretação de Janine Milward

A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior
e hoje é publicada pela Editora Mauad, São Paulo.

Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-se  a realização da publicação
das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching


O céu é constante, a terra é duradoura



TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao


Interpretação de Janine Milward


Capítulo 7
O céu é constante, a terra é duradoura
O que permite a constância e a duração do céu e da terra
É o não criar para si
Por isso são constantes e duradouros

Assim
O Homem Sagrado deixa seu corpo para trás e o Corpo  avança
Além do corpo, o Corpo permanece
Através do não-corpo, conclui o Corpo




O céu é constante, a terra é duradoura

O céu é o tempo e a terra é o espaço. O tempo existe todo o tempo, o espaço vai se formando e desformando a partir do tempo. A verdade é que tempo e espaço se cruzam e entrecruzam todo o tempo e todo o espaço. Porém, quando o espaço termina de acontecer, permanece o tempo.

No entanto, tudo aquilo que restou do espaço duradouro e do tempo constante, em algum momento, novamente fusionados numa semente cósmica, explodem juntos dando vida a um novo universo de tempo e espaço.

No I Ching, o tempo constante é simbolizado pela linha Yang e contínua; e o espaço duradouro é simbolizado pela linha Yin e vazada, nos trazendo, dessa maneira, a noção da constância do tempo e da duração do espaço. O espaço é a matéria e a anti-matéria que, ao assumirem e re-assumirem sua eterna mutação, vão adentrando o tempo, que já existe anteriormente e posteriormente - por ser constante.

Ambos apenas existem e se existem dentro da constância e da duração é porque apenas criam, criam todo o universo, toda a natureza, todos os seres... mas não criam para si... apenas criam. E porque apenas existem e criam são constantes e duradouros.


Em outro Capítulo (51) , Lao Tse nos diz:

O Caminho gera, a Virtude cria
Fazem crescer, fazem nutrir
Fazem completar, fazem concluir
Fazem o sustento e fazem a cobertura
Geram, porém não se apossam
Agem, porém não retêm
Cultivam, porém não controlam
Isto chama-se Misteriosa Virtude.

O Caminho gera, a Virtude cria.... O Tao gera, o Te cria.... O tempo corresponde ao Tao - por ser constante. O espaço corresponde à Virtude - por ser duradoura, por se metamorfosear eternamente. O céu corresponde, então ao tempo e ao Tao. A terra corresponde, então, ao espaço (a matéria e a anti-matéria) e à Virtude.

Assim sendo, o que faz todo o universo ser gerado e criado é a fusão do Tao e do Te, do Caminho e da Virtude, do céu e da terra, do tempo e do espaço. E tudo pode assim existir simplesmente porque o Tao da Criação assim é, por natureza.... Assim nos diz Lao Tse em seu Capítulo 25:

O homem se orienta pela terra
A terra se orienta pelo céu
O céu se orienta pelo Caminho
O Caminho se orienta por sua própria natureza.

Orientando-se por sua própria natureza, o Tao gera e a Virtude cria - é a Misteriosa Virtude, o Mistério dos Mistérios. Apenas podemos compreender a partir da geração e da criação.... para além disso, encontra-se o Tao da natureza.

O Tao da natureza é impessoal - por isso nada gera e cria para si mesmo, apenas cria. Gera por gerar e cria por criar e exatamente por nada gerar nem criar para si mesmo, é constante e duradouro, assim como o céu e a terra.


O que permite a constância e a duração do céu e da terra
É o não criar para si
Por isso são constantes e duradouros

A segunda estrofe, no entanto, nos recoloca no lugar do homem, da criação, daquilo que foi gerado e criado e que, a partir da expansão de sua mente e da iluminação de sua consciência, consegue compreender todas estas questões e a elas retornar - é a Criação quem re-cria o Criador.


O retorno é o movimento do Caminho
A suavidade é a atuação do Caminho
Os seres sob o céu nascem da existência
E a existência nasce da não-existência

Assim nos diz Lao Tse em seu Capítulo 40.


A existência é o Mundo da Manifestação e a não-existência é o Mundo da Não-Manifestação. O homem é aquele que, através da expansão infinita de sua mente e da iluminação de sua consciência, pode transitar entre esses dois mundos, tornando-se de homem a Homem Sagrado. E é sobre isso que Lao Tse nos fala na segunda estrofe do Capítulo 7:

Assim,
O Homem Sagrado deixa seu corpo para trás
e o Corpo avança
Além do corpo, o Corpo permanece
Através do não-corpo, conclui o Corpo


Então, Lao Tse diz também ao homem que ele, sendo parte da geração e da criação, pode também ser o co-regente do Tao da Criação da natureza.... Como? Através de sua Sagração.

O que é a Sagração do Homem? Lao Tse nos diz para nos assemelharmos ao tempo e ao espaço, ao céu e à terra, ao Tao e ao Te, ao Caminho e à Virtude.

A consciência iluminada é aquela que faz o homem aprender a "deixar seu corpo para trás"... ou seja, sendo o corpo matéria e sendo matéria a correspondência da duração (por estar sendo sempre transformada), a busca do Homem Sagrado é ser constante como o tempo fusionado à duração do espaço.

Assim como acontece com as estrelas em nosso universo, por exemplo.

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O Mundo da Manifestação e o Mundo da Não-Manifestação
Quando uma estrela explode ejeta na Galáxia gases e partículas que em algum tempo e em algum espaço se condensarão e formarão outra estrela com seus planetas girando em torno de si e, quem sabe, gerando vida... Assim, elementos leves e elementos pesados se fundem alquimicamente fazendo e refazendo, criando e re-criando, numa re-encarnação quase eterna, a natureza, os seres, nós.

Somos, então, poeira de estrelas. Em nossos ossos, nossas veias, nossa carne, todo nosso corpo, estão re-encarnados os elementos químicos provenientes de estrelas que viveram antes de nós e que morreram e ao morrerem, nos proporcionaram a vida tal como a vivemos e conhecemos.

Sendo poeira de estrelas, temos em nosso corpo e consequentemente em nossa mente, guardados toda a herança deixada pelas estrelas nossas antecedentes, como uma árvore genealógica da galáxia, do universo em que vivemos. Assim, existe dentro de nós e em nós o passado, o presente e o futuro, tudo dentro de nossa vida, numa mesma simultaneidade do universo.

Assim é o nosso corpo dentro do tempo e do espaço em que existimos. No entanto, sendo poeira de estrelas, podemos voltar a ser uma estrela?

O que dentro de nós certamente pertence à totalidade desse universo, que com ele junto nasceu, que anteriormente a ele já existia e quando ele morrer, não morrerá e junto com a semente que restou do universo que findou, explodirá em um novo universo?

O espírito do Tao.

O Espírito do Tao que gera o Tudo dentro do Nada e que cria o Todo... esse espírito vive em cada tempo e espaço do universo que conhecemos. Esse espírito vive na Terra, no Sol, na Lua, na Galáxia, nas outras estrelas, nas outras Galáxias, em mim, em você.

A consciência expandida significa a assunção do Espírito do Tao através do Caminho da Iluminação, inicialmente, e posteriormente através do Caminho da Imortalidade ou Liberação.
Trilhar esses caminhos significa trabalhar o corpo - herança da re-encarnação das estrelas do universo - para nele conter não apenas uma parte do Todo do Universo mas também o Tudo e o Nada gerados pelo Tao através do Espírito.

Assim,
O Homem Sagrado deixa seu corpo para trás e o Corpo avança
Além do corpo, o Corpo permanece
Através do não-corpo, conclui o Corpo

O Homem Sagrado é aquele que já alcançou a Iluminação, possuindo, portanto, consciência iluminada e infinita, sabedora de sua herança da re-encarnação das estrelas do universo e contenedora do Espírito do Tao.

O Homem Sagrado deixa seu corpo para trás e o Corpo avança
Esse corpo feito de poeira de estrelas, já contendo em si mesmo a consciência iluminada e infinita, busca trazer para si mesmo a Luz dessas estrelas da qual faz parte - dentro da simultaneidade do universo.

Luz é matéria. Trazer a Luz à matéria do corpo é o trabalho realizado dentro do Caminho da Imortalidade ou Liberação. O Homem Sagrado, ao se aproximar e se fusionar mais e mais com o Espírito do Tao, gera e cria para si mesmo sua própria Luz, como se, pouco a pouco, fosse se tornando uma estrela, voltando a ser uma estrela, fazendo seu corpo acompanhar a Luz que já existe de forma subjetiva em sua consciência expandida, infinita e iluminada pela Luz do Tao.

Além do corpo, o Corpo permanece
Este processo alquímico vai acontecendo de forma que o corpo físico vai sendo "tomado" pela Luz que o ilumina, fazendo-o então tomar a forma de um Corpo de Luz. Esse Corpo de Luz é constante enquanto o corpo é duradouro.

Através do não-corpo, conclui o Corpo
Finalmente, o corpo físico, poeira de estrelas, herdeiro da re-encarnação das estrelas do universo, já plenamente fusionado à Luz do Espírito do Tao, deixa de ser corpo - agora é o não-corpo - concluindo o Corpo, o Corpo de Luz, o Corpo Espiritual.

O Corpo de Luz do Homem Sagrado traz em si mesmo O Tao, O Caminho, e A Virtude, o tempo e o espaço, o céu e a terra, a constância e a duração e retorna à sua fonte primordial, volta a ser uma estrela.

(Uma estrela espiritual, certamente, pertencente ao Mundo da Não-Manifestação, pronta a ser materializada no Mundo da Manifestação)
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Meditação: A Alquimia do Tao
No Caminho da Iluminação o que se pretende alcançar é a infinitude da consciência, a plena e total iluminação da consciência, a expansão ilimitada da consciência.

Essa consciência já vem fusionada com o Espírito que por sua vez já se fusionou com o Sopro Primordial e O Elixir da Vida é uma energia concreta, objetivada – que pode, porém, ser perdida.

Dessa forma, com o Elixir da Vida adquirido, o Caminhante parte, então, para o reprocessamento desse Elixir, tornando-o mais e mais preservado e amadurecido.

O amadurecimento completo, através da realização do Caminho e da Virtude, ou seja, do aprofundamento na meditação e nas práticas espirituais, leva o Caminhante a, do Elixir da Vida amadurecido, alquimizar sua transformação em Feto Sagrado, ou seja, dar gestação a um ser de luz dentro de si mesmo. Esse sentimento de estar gestando um Ser de Luz não é ilusório ou subjetivo, não, é real mesmo: começa a surgir no ventre do Caminhante uma energia condensada extremamente poderosa.

Quando o Feto Sagrado se torna totalmente amadurecido surge o Corpo Solar ou Corpo de Luz ainda interiorizado dentro do Caminhante. Existem Mestres que são tão iluminados por este Corpo Solar que iluminam qualquer lugar onde chegam!

Finalmente, este Corpo Solar é exteriorizado e a partir desse momento, o Caminhante Iluminado passa a trabalhar seu próprio corpo físico , seu Caldeirão, para torná-lo apto a se interiorizar totalmente dentro do Corpo Solar – que passa a ser o corpo real e alquimizado do Caminhante Iluminado e prestes a se tornar um Imortal, O Homem Sagrado.

Essa é a Alquimia do Tao. Essa Alquimia surge a partir da constância do Céu e da duração da Terra, ou seja, da fusão dos elementos do Mundo da Não-Manifestação com os do Mundo da Manifestação....isso traz a eternidade.
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O Caminho da Iluminação e o Caminho da Imortalidade
O Caminho da Imortalidade se dá quando, ao morrer, o Iluminado não deixa seu corpo na terra para ser cremado ou enterrado...ele ascende para o céu com seu Corpo de Luz exteriorizado e seu corpo físico interiorizado e totalmente alquimizado – tudo é Corpo de Luz - tornando-se, então, um Imortal. Mestre Jesus foi um claro exemplo de Ascensão aos Céus.

Essa é a Sagração do Homem, esse é o Homem Sagrado, mostrada por Lao Tse em seu Capítulo 16:

O Caminho tem o poder do eterno
Assim,
Mesmo perdendo o corpo, não irá perecer

O Caminho da Imortalidade é muito mais além do que O Caminho da Iluminação – desde que traz a Infinitude da Consciência e da Vida, A Imortalidade, e não somente a Infinitude da Consciência, A Iluminação.

O Iluminado ainda continua atado à Roda da Vida, retornando à encarnação para continuar processando seu Elixir da Vida. Ele possui a consciência infinita mas ainda não possui, em si mesmo, a própria Luz. Luz é matéria. É somente dentro da encarnação que o processamento da própria Luz pode ser realizado e a Alquimia do Tao pode ser completada. Sobre isso, Lao Tse nos fala no Capítulo 9:

Concluir o nome, terminar a obra, retirar o corpo
Este é o Caminho do Céu

O Imortal não mais continua atado à Roda da Vida, não mais precisando retornar à encarnação.... No entanto, muitos Imortais assumem o compromisso de retornar á encarnação e atuarem como mestres até que o último ser alcance sua Iluminação e Imortalidade... Eis o Capítulo 77:

Mas quem pode possuir sobra para oferecer ao mundo?
Somente aquele que possui o Caminho
Por isso, o Homem Sagrado
Age sem querer para si
Conclui a obra mas não se apega
E não deseja mostrar sua eminência


Lao Tse bem nos descreve o Iluminado e o Imortal quando qualifica ambos de "Grande", sendo que o primeiro é o "Ir" e o segundo o "Retornar" bem como ambos são "O rei", ou seja, aquele que possui em si (o Iluminado) e é em si (O Imortal) a Consciência do Tao: :O Espírito e O Sopro Primordial da Criação. Eis o Capítulo 25:

Eu não conheço seu nome
Chamo-o de Caminho

Esforçando-me por denominá-lo, chamo-o de Grande
Grande significa Ir
Ir significa Distante
Distante significa Retornar

O Caminho é grande
O céu é grande
A terra é grande
O rei é grande
Dentro do universo há quatro grandes,
E o rei é um deles.

O homem se orienta pela terra
A terra se orienta pelo céu
O céu se orienta pelo Tao
O Tao se orienta por sua própria natureza 


Com um abraço estrelado,
Janine Milward

Foto: Sítio das Estrelas

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TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao

Capítulo 7

Interpretação de Janine Milward

A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior
e hoje é publicada pela Editora Mauad, São Paulo.

Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-se  a realização da publicação
das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching

O Espírito do Vale nunca morre


TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao

Capítulo 6

Interpretação de Janine Milward

Capítulo 6

O Espírito do Vale  nunca morre
Isso se chama Orifício Misterioso
A porta do Orifício Misterioso é a raiz do céu e da terra

Seja suave e constante
Usufruindo sem se apressar



Este é um capítulo verdadeiramente "chave" do encontro do Homem Sagrado e seu Tao.


O Espírito do Vale nunca morre


O vale é o lugar mais profundo aonde podemos estar, seja sobre a terra, seja no fundo do oceano.... Sendo assim, o Tao sempre repousa na profundidade de nosso coração, de nosso ser espiritual, do espírito da vida, do universo, do multiverso, do mundo da manifestação e do mundo da não-manifestação. O Tao ainda está além da profundidade de tudo, na verdade - assim é o Tao, esse é o Espírito do Vale.

E sendo o Tao aquele a partir tudo existe, nunca morre, assim como o Espírito do Vale.


Isso se chama Orifício Misterioso


O Orifício Misterioso é como uma "fenda" por onde o céu e a terra se encontram e se fusionam, por onde o mundo da não-manifestação se encontra e se fusiona com o mundo da manifestação... É o revirão, o ponto de mutação, o Retorno do Caminho, a eterna transformação de tudo a partir do Tao.



O portal do Orifício Misterioso é a raiz do céu e da terra


Assim, através da meditação, podemos alcançar o portal e nos depararmos com o Orifício Misterioso, ou seja, o ponto de encontro entre o mundo da manifestação e o mundo da não-manifestação, a entrada na Iluminação.

A passagem através o portal, através o Orifício Misterioso, já é um passo alcançado apenas depois de termos verdadeiramente trilhado o Caminho da Iluminação. Após então, poderemos adentrar os degraus do Caminho da Imortalidade, já para além do Orifício Misterioso, pois nesse Caminho já trilhamos o mundo da não-manifestação juntamente com o mundo da manifestação, trilhando pelo limiar, pela fronteira, pelos limites desses dois mundos, vivendo o mundo da terra e do céu - "a raiz do céu e da terra".


Seja suave e constante
Usufruindo sem se apressar


Nesta segunda estrofe de seu poema, Lao Tse nos ensina o grande passo da meditação: o tempo e o espaço dentro do mundo da manifestação e o não-tempo e o não-espaço do mundo da não-manifestação.


O tempo na meditação existe e ao mesmo tempo não-existe. Ele existe na medida que estamos vivendo dentro do mundo da manifestação, sob suas regras e medidas, e portanto, o tempo existe. Dentro desse tempo existe o tempo cronológico da meditação, o tempo da inspiração e da expiração, o tempo quando alcançamos a fusão da inspiração com a expiração de tal maneira que fundimos dentro de nós o Sopro Primordial e o Espírito, trazendo o Elixir da Vida através do tempo conseguido pela Fixação desses momentos.... a partir de então, se dá a verdadeira meditação com seu tempo e seu espaço certos abrindo para a meditação com seu não-tempo e seu não-espaço certos.

Por isso, Lao Tse nos diz: "seja suave e constante", ou seja, é preciso que deixemos que a meditação tome conta de nós inteiramente, plenamente, absolutamente e sempre.... assim, nossa respiração se tornará cada vez mais suave - através da constância da prática da meditação. Com essa constância e com a suavidade cada vez mais acentuadas, ambas nos proporcionarão a plenitude da fusão entre o Sopro Primordial e o Espírito. E, consequentemente, a suavidade e a constância do Elixir da Vida, cada vez com o tempo mais prolongado, a constância, e com maior paz, a suavidade.

Quando finalmente conseguimos um tempo constante e uma suave interação entre o Sopro Primordial e o Espírito, o Elixir da Vida realiza uma verdadeira transformação em todo nosso corpo físico, bem como em nossa alma e em nosso espírito, nos aprontando para "usufruirmos sem nos apressar" da verdadeira meditação.

A constância e a suavidade e o usufruir sem se apressar trazem a verdadeira meditação, nos lançando para fóra do tempo e do espaço do mundo da manifestação e nos inserindo no não-tempo e não-espaço do Mundo da Não-Manifestação, através do portal do Orifício Misterioso para nos instalar dentro do Espírito do Vale, que nunca morre. Lá é o lugar onde o Caminhante se encontra com seu verdadeiro Caminho, com seu Tao.


Com um abraço estrelado,
Janine Milward

Foto: Janine Milward



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TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao

Capítulo 6
Interpretação de Janine Milward

A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior
e hoje é publicada pela Editora Mauad, São Paulo.

Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-sea realização da publicação
das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching


O espaço entre o céu e a terra assemelha-se a um fole. É um vazio que não distorce



TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao


Interpretação de Janine Milward

Capítulo 5

O céu e a terra não são bondosos
Tratam os dez mil seres como cães de palha
O Homem Sagrado não é bondoso
Trata os homens como cães de palha

O espaço entre o céu e a terra assemelha-se a um fole
É um vazio que não distorce
Seu movimento é a contínua criação
O excesso de conhecimento conduz ao esgotamento
E não é melhor do que manter-se no centro


Interpretação

Janine Milward


O céu e a terra não são bondosos

Por várias vezes ao longo do Tao Te Ching, Lao Tse nos fala que o céu e a terra fazem nascer e criam seus filhos mas não os querem para si... No Capítulo 5, o mestre vai ainda além, nos afirmando que céu e terra não são bondosos, ou seja, são absolutamente impessoais. O Tao é impessoal; diferente da idéia do Criador ou de Deus como mente suprema alcançada por algum super-homem que traz sua criação embalada em seu colo e é visto como grande pai todo poderoso. O Tao é impessoal e não pessoal em sua forma mais absoluta de ser.


Tratam os dez mil seres como cães de palha

Na antigüidade, era muito comum se honrarem sacrifícios aos céus matando um animal. Mais tarde, houve a compreensão de que os animais não estavam na natureza para serem servidos em sacrifício de qualquer espécie e a partir dessa ampliação de consciência, o homem passou a confeccionar cães de palha, bonecos representando o motivo da natureza a ser oferecido como sacrifício. Após a cerimônia e o ritual de oferenda, o objeto de palha era jogado no lixo, sem qualquer outra serventia....

Quando Lao Tse nos diz que céu e terra tratam os homens e toda a natureza como "cães de palha", ele quer fazer significar a plena, total e absoluta impessoalidade do Tao, do céu e da terra.


No Capítulo 25, Lao Tse nos diz com mestria:

O homem se orienta pela terra,
a terra se orienta pelo céu,
o céu se orienta pelo Tao
e o Tao se orienta por sua própria natureza.

Também os "cães de palha" vão significar o desapego. Em vários outros Capítulos, Lao Tse nos diz que Céu e Terra apenas geram e criam mas nada querem para si. O Homem Sagrado exerce a Virtude do desapego ao seu corpo físico transmutando-o em Corpo de Luz e por isso torna-se o modelo de Virtude para todos os outros seres.


O Homem Sagrado não é bondoso
Trata os homens como cães de palha

O Homem Sagrado é aquele que se fusionou integralmente ao Tao, assemelhando-se em tudo ao Tao, inclusive ao fato de se tornar impessoal. No caso do Homem Sagrado, sua impessoalidade não significa indiferença ou ausência de compaixão. Não, pelo contrário. O único possível desejo restante no Homem Sagrado, além de sua Imortalidade (pois sua Iluminação já está garantida) é ajudar na salvação de todos os outros homens ou dez mil seres que já estejam ou não no Caminho da Bem-Aventurança. E é exatamente por isso que ele, o Homem Sagrado, torna-se tão impessoal quanto o Tao, ou seja, ajudando sim, no entanto, não servindo de muleta para o Caminhante Caminhar seu Caminho e sim, apontando o Caminho que ele, o Homem Sagrado já trilhou e dessa forma, mostrando que todos os seres podem fazer o mesmo, orientando-se pela terra, que se orienta pelo céu, que se orienta pelo Tao que se orienta por sua própria natureza....


O espaço entre o céu e a terra assemelha-se a um fole

Sendo o Homem Sagrado o próprio símbolo da terra, do céu e do Tao, sua orientação é sempre relacionada à meditação. É através da meditação que a plena fusão entre o ser e o Tao pode acontecer. A meditação é fundamentalmente estruturada no homem e sua respiração, ou seja, a entrada e saída do Ch'i, do Pranah, da respiração da totalidade da criação, do universo, da Suprema Consciência, do Absoluto. É nesse espaço entre a inspiração e a expiração que a Criação vive e morre e se transmuta todo o tempo. Dessa maneira, Lao Tse nos diz que esse movimento dentro da Criação assemelha-se a um fole.


É um vazio que não distorce
Seu movimento é a contínua criação

O fole da respiração da Criação, o espaço entre o céu e a terra é o vazio onde se insere o Caminhante em sua meditação fusionada ao Tao. O processo da meditação traz em si mesmo várias etapas e cada uma dessas etapas vai transformando o Caminhante em seu Caminho no sentido de aproximá-lo mais e mais de sua Iluminação e posteriormente de sua Imortalidade, quando existe a alquimia do Caldeirão, ou seja, quando o corpo físico do homem passa a ser o Corpo de Luz do Homem Sagrado. Por isso, Lao Tse nos diz que esse espaço, esse fole, esse vazio, tudo isso é um movimento que traz a contínua criação.


O excesso de conhecimento conduz ao esgotamento
E não é melhor do que manter-se no centro

Também em outros capítulos do Tao Te Ching, Lao Tse nos fala sobre o conhecimento e de como em tantas ocasiões este pode mais ser negativo do que positivo no sentido do extremismo do racionalismo ou do intelectualismo, questões que nada contribuem, ou muito pouco contribuem no Caminho da Iluminação e da Imortalidade. O que verdadeiramente traz a fusão com o Tao é a meditação, é o alinhamento da respiração do Caminhante com o fole universal, é a entrada do Caminhante no espaço entre o céu e a terra, ou seja, no vazio. Assim é a completa interiorização que nos leva a Caminhar nosso Caminho.

O Tao é a absoluta interiorização, nada é exterior ao Tao. Tudo é interior ao Tao. E o Tao não possui nem mesmo uma respiração porque se assim fosse, não seria o Tao porque seria presumível então haver a inspiração e a expiração, o que já traria uma exteriorização. Dessa forma, o Tao é o Vazio. E o vazio tem como movimento a contínua criação. A criação, céu e terra, gera e cria mas nada quer para si, por ser impessoal.

Com um abraço estrelado,
Janine Milward

Foto: Sítio das Estrelas
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TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Capítulo 5
Interpretação de Janine Milward

A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior
e hoje é publicada pela Editora Mauad, São Paulo.

Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-se  a realização da publicação
das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching