As Lições de Meditação e as Seis Iniciações Espirituais




As Lições de Meditação e as Seis Iniciações Espirituais

Janine Milward

Os chacras – em sânscrito Cakras, "rodas" – são sete centros psíquicos: os chacras da base, da sexualidade, do plexo solar, do coração, da comunicação, do conhecimento e da coroa. São pontos onde existe uma correlação entre a energia psíquica e energia física em nosso corpo.

Existem outras Lições de Meditação que vão sendo ministradas com o tempo, juntamente com a prática do aspirante espiritual. A cada Lição, ou Iniciação, o Caminhante vai aprofundando mais e mais seus conhecimentos de espiritualidade e da própria meditação.

A Primeira Lição – ou Iniciação -, chamada de Iishavara Pranidhana, é mais dedicada a Muladhara Cakra, ao chacra básico situado na extremidade da espinha dorsal, aquele que nos liga mais diretamente ao Planeta Terra, á materialidade, à encarnação. É nesse chacra que está a Kundalini adormecida e que é despertada com a Iniciação.

Iishvara significa "o controlador de todas as vibrações (físicas, psíquicas e espirituais) do universo" e Pranidhana significa "compreender claramente" bem como "adotar algo como seu abrigo". Iishvara Pranidhana significa, então, a aceitação da Consciência Cósmica como o ideal e meta da existência.

Nesta Primeira Lição, aprende-se a retirar a mente do ambiente físico e do próprio corpo, elevando-a até alcançar a Consciência Cósmica e com ela se fundir. Se elevada apropriadamente, a mente alcança um estado de infinita bem-aventurança.

A Segunda Lição ou Iniciação – chamada de Madhuvidya ou Doce Conhecimento – traz ao Caminhante a libertação das ataduras do ego em suas ações bem como apresenta a qualidade do discernimento, Viveka. É a consciência constante de que tudo é manifestação da Suprema Consciência. É tempo de maior manifestação do chacra da sexualidade, da reprodução da vida – Svasdhisthana Cakra.

A Terceira Lição ou Iniciação ensina ao Caminhante os caminhos para o aprofundamento de sua concentração – Tattva Dharana, quando é possível identificar as características fundamentais de cada chacra em relação ao som, forma e cor. É um momento de regulação da fluência de energia no corpo e na mente. É tempo de maior manifestação do chacra do umbigo, aquele que nos liga da terra ao céu – Manipura Cakra.

A Quarta Lição ou Iniciação – Pranayama – mostra ao Caminhante a inter-relação entre o Pranah (a força vital) e a mente, a conexão entre a respiração e a mente. É tempo de maior manifestação do chacra do coração, da emoção e do sentimento expressos pela mente – Anahata Cakra.

A Quinta Lição traz ao Caminhante uma intensa purificação de todos os seus chacras, corpo e mente, através da entoação de mantras e da força da mente – Cakra Shodhana. É tempo de maior manifestação do chacra da expressão, da comunicação, da interação entre o ser e os outros seres e a natureza – Vishudda Cakra.

A Sexta Lição ou Iniciação é Dhyana, a pura contemplação. Nesta Lição tudo é canalizado em direção à meta espiritual, sendo o Amor Cósmico a maior força neste sentido. Neste momento, a meditação acontece simplesmente, naturalmente, sem qualquer esforço. É tempo de maior manifestação do chacra do Conhecimento – Ajna ou Jinana Cakra.

O Conhecimento, aliado à Ação e à Devoção (Jinana, Karma e Bhakti), perfazem o caminho perfeito para a realização da Liberação (Mukti). A realidade é que, neste estágio, é a Devoção que a tudo permeia.

A Kundalini já se encontra totalmente amadurecida espiritualmente trazendo purificação à mente e ao corpo de forma que a maior força mental é o grande amor ao Supremo, direcionando a mente à sua meta final, a fusão com a Consciência Suprema.

Sendo sete os chacras, a Iniciação após a sexta e última iniciação, é uma Lição a ser ministrada já diretamente por altas esferas hierárquicas, altas dimensões da Espiritualidade – por se tratar do chacra Coronário, a Flor de Lótus da Iluminação – Sahasrara Cakra. Esse é o lugar do Guru.

Também a Sexta Lição ou Iniciação, traz a completude da Estrela de Seis Pontas – assim no Céu como na Terra. Aqui, o homem torna-se Homem Sagrado, torna-se O Liberado.

A Sétima Lição ou Iniciação – que pode ser considerada como a Iniciação Solar -, traz a esse Homem Sagrado o verdadeiro exercício de seu Dharma e seu Livre-Arbítrio, ou seja, pode tornar-se uma Semente Queimada e não mais retornando à Terra através da Samsara, a Roda da Vida,... ou pode tornar-se verdadeiramente um Bodhisattva, um ser de compaixão que não ascenderá aos céus antes que todos os seres tenham encontrado seus Caminhos de Iluminação e de Liberação...
A vida humana é curta.
É aconselhável que tomemos todas as Lições
em relação à Sadhana o mais breve possível.

(Sadhana significa nosso trabalho do cotidiano no Planeta baseado na conscientização maior em relação à encarnação e sua Missão a ser cumprida, a meditação e o trabalho espiritual)
Assim nos aconselha Srii Srii Anandamurti, o Mestre do Tantra primordial e do Caminho da Bem-Aventurança.
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A Primeira Iniciação, no entanto, já prepara o Caminhante para iniciar seu caminho em direção à Iluminação e à Liberação, fornecendo-lhe todos os instrumentos necessários para a realização de sua jornada espiritual, podendo, portanto, trilhar seu caminho confiando em sua força pessoal e em sua forte determinação.
COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
Janine Milward
FOTO: Lugar de Meditação, no Sítio das Estrelas, Janine Milward
Texto extraído do meu livro O Caminhante Caminhando seu Caminho -http://ocaminhantecaminhandoseucaminho.blogspot.com.br/

O Mestre e seus Discípulos



O Mestre e seus Discípulos


Janine Milward

O Mestre é como um grande rio que caminha para o mar, o Tao da Criação, carregando consigo seus discípulos, os outros pequenos rios (os Caminhantes mestres), os riachos (os Caminhantes pequenos mestres), os regatos (os Caminhantes iniciados), os olhos d’água (os Caminhantes iniciantes)...

O Caminho da Espiritualidade começa assim como um pequeno olho d’água que surge naturalmente – assim como o Tao – em qualquer lugar, no vale ou na montanha. Esse pequeno olho d’água vai avolumando seu líquido transparente, cristalino, formando quase como um pequeno lago, escondido pelas plantinhas e pelo capim molhado. Então, porque o volume de águas ainda crianças cresce, passa a escorrer, andar, correr alegremente, buscando sempre as brechas mais profundas entre a terra agradecida por sua passagem, por seu desfilar carregando vida.

Correndo, correndo, sempre buscando por lugares mais baixos, essas crianças-águas vão se empurrando, enrolando, marolando, montanha abaixo, saciando nos morros verdes a sede do gado que pasta, buscando os vales, enveredando pelas matas, encantando pedras e criando peixes.

Ao longo de seu caminho, o regato vai encontrando seus outros amigos, outras águas já adolescendo, crescendo, avolumando, espelhando em seus pingos as nuvens corredeiras dos céus que lhes cobrem por todos os lugares por onde vão passando, desfilando, já cantantes e cada vez mais alegres e agradecidas pela vida que vão esparramando em suas margens, criando margens... é agora um riacho.

Chega o momento em que essas águas-adolescentes tornam-se maduras, crescidas e recebem sua maioridade através o nome de rio.

O rio é sempre o encantamento de todos os seres, é a certeza da continuidade da vida, é a compreensão mais clara e límpida e transparente do ciclo da própria vida: águas que descem dos céus expulsas pelas chuvas, que criam olhos d’água, que formam lagos que derramam e correm pelas terras encontrando-se com suas outra águas amigas e vão se tornando um rio, vida de rio que cria a vida.

O rio continua seu caminho em seu desfilar mais garboso, mais sério, mais amadurecido. Vai também encontrando seus amigos-rios de águas alforriadas que se juntam; cada vez mais avolumando, encorpando, crescendo, amealhando vida para mais e mais vida fazer acontecer.

Finalmente, o volumoso rio encontra seu rio-mestre chamado de mar, aquele que sempre o atraiu, desde que nasceu como vida manifestada em pequeno olho d’água, esquecido em algum lugar, quase oculto, porém sempre vivo.

O mar, o mestre das águas, chama para si todos os rios que já chamaram para si todas as outras águas que lhes eram vizinhas.... Ali, sob e sobre o mestre das águas - o mar, - os rios descansam, se misturam, se despersonalizam, perdem seus nomes, perdem a cor de suas águas, perdem seu volume, perdem suas ondinhas corredeiras que outrora correram cantantes por todas as pedras, superando todos os obstáculos – vida que sempre traz vida.

Na imensidão do conjunto de todas as águas - o mar - tudo se torna sempre da cor do céu, ora azul, ora plúmbeo, ora cor de nada nem de ninguém, cor de dia, cor de noite, cor do mar. O mar é o espelho do céu.

No mar, os rios encontram outros seres, outras vidas, continuam a ser vida que cria vida.

Até que um dia, aquela águinha ... que um dia foi rio, que um dia foi riacho, que um dia foi regato, que um dia foi um olho d’água.... sobe para o céu, assim como se fosse uma sutil fumaça, para tornar-se a fumaça das nuvens sutis que haverão de correr pelos céus, brincando sempre com a terra, prometendo um dia voltar, em um pingo de chuva, lágrima do céu, vida que sempre renova a vida.

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O Caminho da Espiritualidade começa assim como um pequeno olho d’água que surge naturalmente – assim como o Tao – em qualquer lugar, no vale ou na montanha.

Ao formar um pequeno lago, o Caminhante passa a ter a consciência sobre si mesmo, em sua Missão de Encarnação na Terra – porque agora já pode espelhar o céu!

O pequeno lago sempre vai encontrar uma brecha por onde suas águas sempre crescentes vão começar a realizar seu Caminho.

Quando o regato encontra seus amigos – sua família espiritual, sua Linhagem, a Guruampara – torna-se um riacho.

Sempre correndo através os campos, o riacho vai cada vez mais encontrando-se com sua família espiritual, seus amigos, tornando-se mais e mais encorpado até que é alforriado, já plenamente amadurecido em suas águas, como rio.

O Mestre é como um grande e volumoso rio que corre recolhendo todas as águas vicinais que se lhe aproximam, que buscam por essa absoluta fusão.

O grande rio, no entanto, o Mestre, também continua percorrendo seu próprio Caminho carregando consigo todos os seus discípulos – olhos d’água, regatos, riachos, outros pequenos rios.....

Entre esses outros pequenos rios e mesmo entre os riachos e simples regatos e até mesmo entre os olhos d’água também existem mestres caminhando seus Caminhos da Espiritualidade. Podemos então chamá-los de pequenos mestres ou mestres. No entanto, Mestre é o grande e volumoso rio, prestes a desembocar na imensidão do mar e lá se fusionar plenamente...

O Mestre é aquele que demonstra em si mesmo o ciclo da vida através da vida que nos é dada e sempre devolvida através das águas. Fundamentalmente, o Mestre nos mostra que durante sua vida, ele atrai para si todas as outras águas dispersas no Caminho.... e ao final de sua vida, fusiona-se plenamente com o mar, com o Tao da Criação, com o Mestre da Criação, em total desapego de sua identidade individual, voltando a fazer parte do tudo, do todo e do nada do Vazio – ao retornar aos céus sem mesmo poder ser visto pelos outros seres, em forma de fumaça sem cor, sem forma, sem nada.

Apenas um Vazio. O Caminho é o Vazio. O Caminho é o Tao.

Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Texto extraído do meu Livro
O Caminhante Caminhando seu Caminho
FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

Mantra Pessoal



Mantra Pessoal 

Janine Milward

Sentado em seu silêncio interior absoluto, o Caminhante começa a entoar seu mantra essencial e pessoal, o Ista Mantra.
O mantra pessoal são duas pequenas palavras de apenas uma sílaba cada uma – para a inspiração e para a expiração – que traduzem profundamente a energia da pessoa em relação à totalidade da Criação.
Esse som estará tocando o Caminhante naquele seu Chacra que, de alguma maneira, comanda mais diretamente sua vida. No entanto, não são considerados os Chacras mais básicos e sim apenas os Chacras já voltados para a abertura da mente em Consciência, do Caminhante, ou seja, algum Chacra a partir do Chacra do Coração, seguindo pelo Chacra da Comunicação e ainda encontrando o Chacra do Conhecimento...., para, finalmente, num nível bem mais elevado de espiritualidade do Caminhante, o Chacra Coronário.
Esse mantra seguirá junto com a pessoa ao longo de sua vida, durante todas as suas meditações. E não apenas durante a meditação o mantra é essencial. Podemos pensar interiormente e falar intimamente nosso mantra pessoal a todo instante, todo o tempo, a cada inspiração e a cada expiração, até a nossa última expiração...
Assim, o mantra dever ser pulsativo – de acordo com a respiração; ideativo – cada palavra pronunciada cria uma imagem mental a qual se refere; e vibratório – adaptado à vibração mental individual.
O Ser Supremo é Um, e se chama OM. O mais elevado mantra é OM: A-U-M. Todos os outros mantras emanam de OM. Todos os mantras os quais nós possamos pensar, de fato todas as línguas, se encontram ocultas nessa única sílaba cósmica: OM.
No entanto, podemos ser iniciados dentro do mantra OM, sim, mas comumente existem outros quatro mantras em sânscrito que melhor se adequam às diferentes personalidades dos Caminhantes. Enquanto OM seria mais indicado para Caminhantes que já possuem uma consciência bastante expandida, realmente. Porém o mantra OM pode ser entoado grupalmente, por exemplo, quando se quer elevar o estado espiritual de um grupo de pessoas.
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No Tantra, Krishna, Raama, Shiva ou Devi são os tipos básicos de personalidade identificados com essas deidades que representam aspectos de Paramapurusa, Brahma, a Consciência Suprema manifestada.
Raama identifica os Caminhantes bastante voltados para suas realizações planetárias no sentido familiar, da verdadeira união física e espiritual entre o homem e a mulher, marido e esposa e filhos. Nesse caso, o Ista Mantra será entoado através do Raama Mantra.
Shiva identifica os Caminhantes mais introspectivos que procuram realizar suas vidas mais distante das cidades, longe dos aspectos sociais, longe do barulho, mais próximos ao silêncio e à interiorização. Nesse caso, o Ista Mantra será entoado através do Shiva Mantra.
Krishna identifica os Caminhantes voltados para tudo aquilo que a sociedade pode nos oferecer ao longo de nossa vida: é uma pluralidade de escolhas e ações socialmente realizadas. Nesse caso, o Ista Mantra será entoada através do Krishna Mantra.
Durga ou Devi identifica os Caminhantes mais voltados para os aspectos Yin, femininos, da grande mãe simbólica no sentido da proteção aos filhos do mundo, da compaixão e do amor, da imensa sensibilidade da energia feminina como um todo. Nesse caso, o Ista Mantra será entoado através do Devi Mantra.
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Obviamente, sendo o mantra passado através do ato da Iniciação entre mestre e discípulo e fundamentalmente sendo um mantra absolutamente pessoal, suas duas palavras são conhecidas apenas no ato da Primeira Lição. Também é importante que este mantra seja guardado intimamente como um segredo do coração do Caminhante, preferivelmente sendo entoado ao longo de toda sua vida, principalmente na hora de suas últimas inspiração e expiração...
Certamente entende-se que existem mantras nas diferentes línguas para se adequarem aos também diferentes aspectos da espiritualidade e da religiosidade.

COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
Janine Milward
FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

Quando o Discípulo está pronto, o Mestre aparece



Guru e Acarya – o Mestre e o Professor Espiritual

Quando o Discípulo está pronto, o Mestre aparece


Janine Milward

Quando chega o momento de o Caminhante entrar em contacto de forma mais intensa com sua espiritualidade, é realizada a Iniciação Espiritual na Meditação. A Iniciação é um verdadeiro renascimento!
Tradicionalmente, a Iniciação é ministrada diretamente pelo Mestre, o Guru. Quando isso não é possível de acontecer, o monge ou monja ou o professor espiritual servem como Acarya – aquele que ensina através de seu próprio exemplo – do Guru.
É bom lembrarmos que sempre que o discípulo está pronto, o mestre, o Guru aparece – seja pessoalmente, quando possível, ou seja através de um seu representante espiritual nomeado adequadamente, o Acarya.
O Acarya é o representando do Guru e o Guru é o representante de Brahma, de Deus, da Consciência Cósmica. Brahma é uma palavra em sânscrito e significa literalmente ‘grande’. Brahma é o ser superior que está dentro de cada um de nós, e que no entanto, devido ao véu de ignorância, não podemos perceber o guia que existe dentro de nós e assim precisamos da ajuda de um mestre realizado. Através do Guru, Brahma se manifesta totalmente.
Guru é uma palavra em sânscrito que significa o mestre espiritual iluminado e que tem, portanto, o dom de guiar seus discípulos em direção á iluminação. "Gu" significa aquele que dispersa e "ru" significa escuridão. Aquele que dispersa a escuridão, que traz a Luz, que aponta o Caminho da Luz, da Iluminação, esse é o Guru.
Sânscrito é uma língua construída há milhares de anos de uma tal maneira que trouxesse uma expansão da consciência. Os antigos yogis concentram-se profundamente e meditaram intensamente até encontrarem 49 glândulas sutis encravadas nos sete chacras do corpo humano. Cada glândula possui um determinado som, uma vibração sonora percebida pelos mestres yogis e condensadas em 49 letras de um alfabeto que deu estrutura à língua sânscrita. Sânscrito – Sam’skrt – significa "bem feito, bem realizado".
O Guru pode ser um grande mestre ou simplesmente um bom mestre.
O grande Mestre, o Guru verdadeiro, é aquele que tem o poder de doar a Liberação – Mukti - ao aspirante espiritual – Sadhaka – que cumpre com sua jornada de trabalho de meditação cotidiana, de práticas espirituais e de modo de vida espiritualmente orientado.
A Liberação é o desenlace total dos Samskaras acumulados de forma que o aspirante espiritual possa alcançar a Consciência Suprema ainda nesta vida. Karma é ação e Samskara é a reação em potencial.
Assim, no momento da Primeira Iniciação na Meditação, o aspirante espiritual, o Caminhante, o Sadhaka, recebe ou diretamente de seu Guru ou através de seu Acarya representando seu Guru, as instruções para a realização de seu trabalho espiritual, sua Sadhana.
COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
Janine Milward
FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

Quando nosso corpo se desintegra, não podemos trazer nada conosco



Uma Bela Continuidade
Quando nosso corpo se desintegra, não podemos trazer nada conosco – como diplomas ou fama ou riqueza.
Temos que a tudo renunciar.
As únicas coisas que continuam conosco são nossas ações, o fruto de nosso pensamento, de nossa fala e de nossos atos ao longo de nossa vida.
Thich Nhat Hanh
A Beautiful Continuation
When this body disintegrates we cannot bring along anything
like diplomas or fame or wealth.
We have to give up everything.
The only thing that follows us is our actions, the fruit of our thinking, of our speech, and of our acts during our lifetime.
~Thich Nhat Hanh

FOTO; SÍTIOI DAS ESTRELAS, Janine Milward

“Cheguei. Estou em casa. No aqui e no agora. Estou sólido/ materializado. Sou livre. Na conclusão, eu habito.”



“Cheguei. Estou em casa. No aqui e no agora. Estou sólido/ materializado. Sou livre. Na conclusão, eu habito.”

Quatro linhas nos guiam em nossa prática da meditação caminhando. Vamos praticar em conjunto, como uma Sandha, uma comunidade. Vamos fluir como um rio, gerando paz através cada passo que realizamos.

Não existe um caminho para a paz: a paz é o caminho.

Através do caminhar, nós geramos paz em nosso corpo, em nossa consciência. Nós abraçamos e curamos a dor, a tristeza, o medo existente em nós, e tudo isso é a estrutura para ajudar a paz se tornar uma realidade no mundo.

Thich Nhat Hanh

"I have arrived. I am home. In the here. In the now. I am solid. I am free. In the ultimate I dwell."
Four lines guiding us in our practice of walking meditation. Let us practice together as a Sangha, as a community. Let us flow like a river, generating peace with every step we make.
There is no walk for peace; peace is the walk.
By walking, we generate peace within our body, our consciousness. We embrace and heal the pain, the sorrow, the fear in us, and that is the ground for helping peace to be a reality in the world.
~Thich Nhat Hanh

FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

Do fogo de um palito de fósforo a um real fogo crepitante e ao Vazio



Do fogo de um palito de fósforo a um real fogo crepitante e ao Vazio

Janine MIlward

Em algum lugar, em algum dia do passado, eu li algum mestre que dizia algo que jamais esqueci: ele disse que a meditação deve sempre acontecer quando nos sentimos felizes em entregar nossa mente e nosso espírito para o ato da meditação. Não precisamos, a princípio, ficar horas ali sentados e nos sentindo pouco confortáveis depois de alguns tantos minutos.... A bem da verdade, se nos dispusermos a sentarmos em meditação a cada dia durante alguns poucos minutos, sentiremos, com o tempo, que nos sentiremos mais à vontade e confortáveis e que poderemos prolongar o momento da meditação por mais alguns outros minutos...
No entanto, o que mais me chamou a atenção no texto do mestre (que não recordo seu nome, infelizmente) foi o fato de ele dizer que a meditação deve começar assim como um palito de fósforo traz um pequeno fogo e levado a atiçar palha ou folhas amareladas ou mesmo galhos já caídos das árvores.
Com o tempo, o pequeno fogo desse palito de fósforo vai crescendo, crescendo, crescendo... até que se torne um real fogo, um fogo crepitando em nossa mente e em nosso coração!
Com mais tempo, o pequeno fogo transmutando-se em real grande fogo crepitante..., tudo isso vai se tornando um real vazio: estamos, então, diante do momento verdadeiro da meditação!
Talvez desde o momento do palito de fósforo trazendo um pequeno fogo e ainda passando pelo fogo real e crepitante e finalmente tudo transmutando-se em vazio..., muito tempo passe!
Não importa: se bem prestarmos atenção ao palito de fósforo com seu pequeno fogo, saberemos quando este fogo cresce e torna-se uma verdadeira fogueira e também saberemos quando adentrarmos o vazio - mesmo que jamais saibamos como expressar toda essa jornada. E mais ainda: dentro do vazio, encontraremos a verdadeira meditação e também não importa quanto tempo dure esta verdadeira meditação - importa apenas que um dia possamos alcançar este momento.
Lao Tse, o Mestre do Tao, nos diz em seu Capítulo 64 do Tao Te Ching, o Livro do Caminho da Virtude:
"Uma longa jornada começa debaixo dos pés"
Ou, em outra versão, mais conhecida por todos:
"Uma longa jornada inicia-se no primeiro passo".
O Caminho encontra-se ‘debaixo dos pés’, apenas necessitando de sua conscientização. A conscientização, então, leva o Caminhante a iniciar o ‘primeiro passo’.
Com um abraço estrelado,
janine Milward
FOTO: meu Fogão a Lenha

O silêncio verdadeiro é a cessação da fala – tanto a fala da boca como a fala da mente



Durante o tempo em que você estiver praticando o esvaziamento da mente, você deve parar de falar – não somente através a fala externa como também a fala interna. A fala interna é o pensamento, o discurso mental que se repete indefinidamente.

O silêncio verdadeiro é a cessação da fala – tanto a fala da boca como a fala da mente. Este não é um silêncio que nos oprime: é uma elegante forma de silêncio , uma forma poderosa de silêncio . É esse silêncio que nos cura e que nos alimenta.

Thich Nhat Hanh
During the time you are practicing mindfulness, you stop talking—not only the talking outside, but the talking inside. The talking inside is the thinking, the mental discourse that goes on and on and on inside. Real silence is the cessation of talking—of both the mouth and of the mind. This is not the kind of silence that oppresses us. It is a very elegant kind of silence, a very powerful kind of silence. It is the silence that heals and nourishes us.
~ Thich Nhat Hanh
FOTO; SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward - um monge meditando à beira do lago

Você é seu próprio mestre; você é o jardineiro em seu próprio jardim.


Sempre que você pratica a meditação andando, investindo em sua mente e em seu corpo a cada passo, você está tomando sua situação para si mesmo/a, em sua mão. Toda vez que você inspira e que você se conscientiza que está inspirando, toda vez que você expira e sorri diante de sua expiração, você está sendo você mesmo/a.
Você é seu próprio mestre; você é o jardineiro em seu próprio jardim.
Thich Nhat Hanh
FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

Quando você se senta em meditação, você deixa a Mãe Terra sentar-se em meditação por você.


Quando você se senta em meditação, você deixa a Mãe Terra sentar-se em meditação por você. Quando você respira, você deixa a Mãe Terra respirar por você. Quando você caminha, você deixa a Mãe Terra caminhar por você. Não faça qualquer esforço. Deixe que a Mãe Terra tudo faça – ela sabe como fazer.
Quando você está sentado em meditação, deixe que o ar entre em seus pulmões. Deixe que o ar saia de seus pulmões. Não precisamos tentar inspirar e não precisamos tentar expirar. Apenas deixamos que a natureza, deixamos que a Terra inspire e expire por nós. Apenas nos sentamos em meditação e nos privilegiamos pela inspiração e pela expiração. Não existe “você” quem está inspirando ou expirando – a inspiração e a expiração acontecem por si mesmas. Tente.
Nós deixamos que nosso corpo relaxe inteiramente, sem qualquer esforço. Devemos ser como o feto no ventre da mãe. Deixe que sua mãe faça tudo por você, respirar, comer, beber. Isso é possível se você sabe como se refugiar na Mãe Terra.
Refúgie-se na Mãe-Terra.
Thich Nhat Hanh

foto: Sítio das Estrelas, Janine

BABA NAM KEVALAM - Mantra Universal




MANTRA UNIVERSAL
Janine Milward
BABA NAM KEVALAM
Srii Srii Anandamurti, o Mestre do Tantra e chamado Anandamurti por ser considerado como "personificação da Bem-Aventurança", nos legou um MANTRA UNIVERSAL a ser entoado pelo Caminhante sempre que assim desejar, tanto intimamente quanto extrovertidamente, ou seja, tanto em voz interior quanto em voz exteriorizada.
Baba Nam Kevalam
A Consciência Suprema a tudo permeia
(assim como eu me permito versar)
Ou, em outra versão:
Somente existe amor divino
(em tradução realizada para o português pelos discípulos de Srii Srii Anandamurti,
Este Mantra apresenta toda a síntese daquilo que o Mestre do Tantra, a meu ver, compreendeu enquanto a Semente do Desejo da Criação, ou seja, em palavras simples: a partir do momento em que a Suprema Consciência, Paramapurusa, manifesta-se para fazer espelhar o Mundo da Não-Manifestação, Nirguna Brahma, em Mundo da Manifestação, Saguna Brahma, faz nascer a Semente do Desejo - Iccha’Biija, em Sânscrito.
Compreende-se, então, que esta Semente do Desejo tem seu berço dentro do Amor Divino - uma outra possibilidade de nomearmos a Suprema Consciência, Brahma, Paramapurusa. E Somente Existe Amor Divino - Baba Nam Kevalam - remete a Criação - nós e o restante dos seres e a natureza, como um todo - a reverenciar o Verdadeiro Pai, Baba, aquele a quem Srii Srii Anandamurti nos revela o porquê de nossa existência e o porquê de nossa verdadeira natureza:
A meta da vida humana é fusionar-se a Paramapurusa, à Suprema Consciência.
E por que o Mestre do Tantra nos diz isso? Porque, a meu ver, este deve ser nosso único desejo, ou seja, nosso único desejo deve ser nos fusionarmos à Semente do Desejo da Criação, o Princípio Primordial, o Retorno à Fonte Original, o retorno ao Verdadeiro Amor - aquele que realiza a Ponte entre o Mundo da Não-Manifestação, a Consciência Suprema, e o Mundo da Manifestação, a Criação.
Com um abraço estrelado,
Janine Milward

A Consciência Suprema se encontra dentro de você



Srii Srii Anandamurti, nos fala sobre a simplicidade do ato da MEDITAÇÃO:
A Consciência Suprema se encontra dentro de você assim como a manteiga está no leite; bata a sua mente através da meditação e Ela aparecerá – você verá que a resplandecência da Consciência Suprema ilumina todo o seu Ser interior.
Ela é como um rio subterrâneo dentro de você. Remova as areias da mente e você encontrará a água fresca e límpida no interior.
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FOTO: PONTE no Sítio das Estrelas

Uma pequena semente um dia torna-se uma imensa árvore.


Uma pequena semente um dia torna-se uma imensa árvore. Da mesma forma, um ser humano pode desenvolver-se em uma pessoa extraordinária através o processo da Sadhana (meditação). Isso é expansão do espírito.
Srii Sii Anandamurti

"A tiny banyan seed will one day become a huge tree. Similarly, a human being can develop into an extraordinary person through the process of sa'dhana' (meditation).
This is the spirit of expansion."
Shrii Shrii Anandamurti

FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

... você compreenderá que Ele esteve sempre com você ao longo de sua procura.



“Ele está tão perto quanto seus próprios sentimentos e tão distante como se estivesse num país longínquo. Quando você pensa que Ele está próximo, Ele está mais próximo do que aqui mesmo. Ele está tão próximo que é difícil se mensurar a distância. Você tenta alcançá-Lo nas grutas no Himalaya e andarilhar por aqui e por acolá e Ele não se encontra em nenhum lugar. Porém, quando você O alcança em sua consciência, você compreenderá que Ele esteve sempre com você ao longo de sua procura. Ele esteve sempre sentado em seu coração.”
Srii Srii Anandamurti

"He is so near as to be in your feelings and so far as to be in a distant country. When you think He is near, He is nearer than here. He is so near that it is difficult to measure the distance. You go on searching for Him in the caves of the Himalayas and wander here and there and He is nowhere. But when you attain awareness of Him, you will find that He was all along with you in your search. He was seated in your heart."
Srii Srii Anandamurti
FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

Deixem que a mente esteja constantemente voltada para Parama Purusa (a Entidade Cósmica)



Deixem que a mente esteja constantemente voltada para Parama Purusa (a Entidade Cósmica)

Os seres humanos vêm até a Terra por um curto período de tempo e devem completar tudo durante este curto período. Portanto, existe um mundo de trabalhos a serem feitos e o tempo é bem curto.
Sendo assim, pessoas inteligentes fazem o possível para usar da melhor forma cada momento de suas vidas – a perda de tempo é o mais alto grau de idiotice.
Nenhum ser humano na Terra permanecerá por muito tempo e a verdadeira meta da vida humana é alcançar a Suprema Instância.
Os seres humanos, enquanto caminhando em direção à meta que está fixada anteriormente em suas mentes, terão que realizar muitos trabalhos interrelacionados.
E é por esta razão que dissemos: mantenham uma mão aos pés de Parama Purusa (a Entidade Suprema) e a outra mão nos trabalhos/assuntos mundanos.
Deixem que a mente esteja constantemente voltada para Parama Purusa (a Entidade Cósmica).
E, enquanto estiverem praticando os trabalhos/assuntos mundanos, não se esqueçam jamais de que estes trabalhos/assuntos também são voltados para Parama Purusa (a Entidade Cósmica).
Srii Srii Anandamurti


Human beings come onto this earth for a very short period, and within this short period they are required to complete everything. So there is a great deal of work to be done, but the time is very short. Thus intelligent people make the best use of every moment of their time – wasting one’s time is the height of foolishness. No human being on this earth will remain for long, and the very goal of human life is to attain the Supreme Stance. Human beings while moving forward towards that Goal which is fixed before their minds, will have to perform many interrelated works. That is why it is said, Keep one hand on the feet of Parama Puruśa,(Cosmic Entity) and with the other hand do your mundane duties. Let the mind be constantly attached to Parama Puruśa,(Cosmic Entity) . And while performing one’s mundane duties one should always remember that these duties are also the task of Parama Puruśa,(Cosmic Entity) .
Shrii Shrii Anandamurti Ji
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simples e direta tradução realizada por Janine Milward
FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

O Espírito do Yoga




O espírito do Yoga
Srii Srii Anandamurti

O que é yoga? Existem tantas interpretações e tantas explicações e amplificações sobre yoga. O grande filósofo Patanjali diz, “Yogashcittavrttinirodhah.” Nirodha significa suspensão de todas as propensões psíquicas. A palavra yoga vem do verbo raíz sânscrito yuj + sufixo ghain. Quando o verbo raíz é yuj, yoga significa adição, dois + dois = quatro, isto é adição. Esta interpretação não tem muito a ver com o significado da palavra yoga. A mente humana tem cinquenta propensões em condições normais, e cada uma dessas propensões tem a sua própria existência vibracional. Devido a essas cinquenta existências vibracionais, ou expressões, existem cinquenta letras no alfabeto védico. Desde a primeira letra “A” até à última letra “Kśa”, existem cinquenta letras que são conhecidas como Akśa Málá (a grinalda de letras), porque cada uma dessas expressões vibracionais não tem apenas o seu valor acústico, mas também uma côr especial. Por isso é que estas cinquenta letras não são apenas conhecidas como Akśa Málá, são também conhecidas como Varńa Málá, isto é, são a colecção de Varńas ou cores. No caso da suspensão de certas propensões, não permanence nenhuma expressão acústica, nem expressão de qualquer côr ou qualquer outra inferência.

A significado raíz de yoga não é apenas adição, tem também um significado mais subtil. Qual a palavra yoga é derivada do verbo raíz “yunj” + “ghain” (não “yuj” mas “yunj”), nesse caso o significado não é adição mas unificação. Aqui vemos que, pela interpretação de “Yogashcittavrttinirodhah”, não existe nem adição nem unificação. Cittavrttinirodhá significa suspensão das propensões mentais, isto é, cinquenta propensões sob condições normais e mil propensões sobre condições anormais. Se todas essas propensões forem suspensas, o que resta? Não resta nada no universo acústico, nem no universo das cores nem em qualquer outro universo. E não apenas isso, devido à ausência de propensões, o desejo, a vontade de se tornar Um com algo, também desaparece. Então este significado não é aceitável para nós. “Yogashcittavrttinirodhaha” é uma explicação defeituosa da interpretação de “yoga”. Um aspirante espiritual não pode aceitar tal interpretação.

Alguns outros yogis dizem que yoga não é “Cittavrttinirodhah” mas é “Sarvacintáparityágo nishcinto yoga ucyate”, isto é, quando deixa de existir qualquer onda de pensamento (cintá), ou seja, quando não existe nenhum fluxo na mente, a mente fica sem movimento, num estado de tranquilidade, isto é, o estado de “nishcinta”. Aqui também a palavra yoga não tem nada a ver com adição ou unificação. Sarvacintá Parityágo nishcinto não é a verdadeira característica da mente. Neste universo expresso ou manifesto, tudo se move. A mente também se move. A mente depende de três factores fundamentais: tempo, espaço e pessoa. Então, o movimento é a sua primeira característica.

Assim sendo, como é que podemos parar o seu fluxo? Mesmo na forma expressa de Parama Puruśa[Consciência Suprema], existe movimento, existe o fluxo de amor e compaixão. Então quando até na mente de Parama Puruśa existe o fluxo de amor e compaixão, como é possível haver uma mente sem fluxo no microcosmos? Esta ideia também não é correcta. Devido a uma doença, ou à perda de sentidos, pode haver ausência de pensamentos por curtos períodos, mas isso não é algo natural. É uma espécie de estado enfermo. Enquanto esse estado permanecer, enquanto se está com essa doença, a mente não se associa com qualquer projecção interna. Isto é yoga? Certamente que não. É dito que devido a este fluxo cósmico de amor e compaixão por toda a criação, Parama Puruśa é a personificação de Rasa, isto é, é o fluxo personificado, o eterno fluxo personificado… “Rasah Vae Sah”. Por isso é que é dito que o Seu movimento de amor e compaixão por todos os seres criados é a Rása liilá, a Rasaságara, e todas as entidades vivas, todas as entidades animadas ou inanimadas, dançam de acordo com o fluxo desse “Rasa”, de acordo com a expressão vibracional desse Rasa. Isto é a Rásaliilá de Bhagaván. Então, como pode haver “Nishcintá” na mente humana? Por isso, esta explicação de yoga, por outros yogis, também está fundamentalmente errada. Um aspirante espiritual não a pode aceitar. Então vamos ver qual é a explicação de yoga dos aspirantes espirituais ou Bhaktas [devotos].

Pela definição dos bhaktas, “yoga” significa “Saḿyoga yoga Ityuktah Jiivátmá Paramátmanah.” A unificação de Jiivátmá, isto é, a consciência unitária com Paramátmá, consciência suprema, é yoga. Aqui, se pegarmos no significado de yoga como derivado do verbo yuj(adição), o propósito é servido. A unidade torna-se um com o Cósmico. E se usarmos o significado de Yunj, a explicação é ainda mais correcta porque o aspirante torna-se um com a Entidade Suprema, e não resta nenhuma entidade separada dessa união com o Supremo. A entidade torna-se totalmente unificada, tal como açucar e água fazem Sharbat [bebida típica das zonas quentes da Índia].

Então esta explicação de yoga pelos devotos, pelos bhakti margiis é aceitável. As explicações pela “Seshvara Sáḿkhya” ou por outros yogiis, tem defeitos fundamentais. Quando yoga significa adição ou unificação, têm que existir duas entidades – o devoto e o seu Deus. Nas duas primeiras explicações nem resta sequer nenhuma entidade. Então a unificação de quem, por quem, com quem, não existem explicações claras, nem conclusões claras. Por isso chegamos à conclusão que para a interpretação apropriada de yoga, são necessárias duas entidades fundamentais; o devoto(a) e o seu Deus. Um yogi não pode nunca ficar sem o seu Deus. As propensões psíquicas de um yogii não podem ser suspensas. Em vez disso, as propensões devem ser conduzidas para Deus. Por isso, não se coloca a questão da suspensão, mas existe a questão da orientação. O fluxo tem que exisitir e devemos desfrutar o fluxo divino ou Rasa. Um yogii nunca poderá ser nástika[ateu], ele tem que ser teísta. Um ateu não pode ser um yogii; simplesmente praticar algumas “Ásanas” não faz de uma pessoa um yogii. Yoga significa que todas as propensões se movem em direcção à entidade Suprema na esfera física, na esfera mental e na esfera espiritual. Em todos os campos da vida, o ponto máximo de todas as marchas e movimentos é a Entidade Suprema. E quando Ele se torna “Eu” e “Eu” se torna Ele, então o espírito de yoga é completamente alcançado. O desiderato, o ponto final para os yogiis é o seu “Iśta”[meta espiritual] e eles movem-se em direcção ao seu Iśta ao longo do caminho do Dharma. […]

15 Julho 1979 DMC, Ernakulam (Índia)
Excerto do discurso “O espírito do Yoga”
Publicado em:
Ánanda Vacanámrtam Part 12
Yoga Sadhana
FOTO: OUTONO NO SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

A meta principal dos seres humanos vindo à Terra é realizar sua prática espiritual.



A meta principal dos seres humanos vindo à Terra é realizar sua prática espiritual.

A meta principal dos seres humanos vindo à Terra é realizar sua prática espiritual. A pessoa precisa realizar o serviço social, aprender, ler através livros; a pessoa precisa ajudar as demais pessoas, a pessoa tem que fazer qualquer coisa e tudo apenas para encorajar e acelerar o processo da Sadhana. Sadhana é o tema principal da vida. O que quer que você faça no mundo, você deveria fazer com a visão de promover sua Sadhana e ajudar a Sadhana das demais pessoas. Os seres humanos vêm à Terra para praticar Sadhana, para estarem próximos to Iishvara, a Meta Suprema – alcançar a proximidade a Parama Purusa, Suprema Consciência. Assim, os feitos dos seres humanos não se tornarão semelhantes aos feitos dos animais. O que quer que os seres humanos façam, eles o farão de maneira que o progresso em suas Sadhanas encontre aceleração.
Srii Srii Anandamurti
The main purpose of human beings coming here to this earth is to do spiritual practice. One is to render social service, one is to learn, one is to go through books, one is to help others, one is to do anything and everything just to encourage and accelerate the process of sádhaná. Sádhaná is the main theme of life. Whatever you do in the world, you should do it with a view to promote your sádhaná and help the sádhaná of others. Human beings come to earth to practise sádhaná, to move closer to Iishvara, the Supreme Goal – to come closer to Parama Puruśa [Supreme Consciousness]. Thus, the deeds of human beings will not be like the deeds of animals. Whatever human beings will do, they will do in such a manner that the progress in their sádhaná will go on accelerating.
taken from
The Human Body Is a Biological Machine
20 July 1990, Calcutta
FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward