Quem valoriza a palavra, realiza a obra sem deixar rastros

TAO TE CHING - O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Capítulo 17
Interpretação de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng

Capítulo 17
Do supremo, o inferior tem apenas ciência da existência
Do estado que o sucede, intimidade ou admiração
Do estado seguinte, temor ou desprezo
Não havendo suficiente confiança, surge a desconfiança
Quem valoriza a palavra, realiza a obra sem deixar rastros
Assim, o povo achará que surgiu por si, naturalmente

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Interpretação de Janine Milward
A Terra é um lugar absolutamente privilegiado para acolher a Vida, não é mesmo? Aqui, através dos milhares e milhares de anos, houve a evolução da vida assim como a conhecemos até os dias de hoje. Aqui, o homem tem sua verdadeira oportunidade de desenvolver sua mente, de realmente se tornar o Caminho do Meio entre o Céu e a Terra. Aqui, temos a honra de podermos optar por seguirmos os Caminhos da Iluminação e da Liberação através a infinitização e iluminação da consciência e da vida...
No entanto, sendo um planeta de plenitude de materialização, a Terra é um lugar de Trabalho e de Iluminação sim, mas que cobra, e cobra muito por estas nossas encarnações, poro toda essa natureza e seres que compõem este Planeta.
A Terra é um lugar bastante rico pois possui ouro, muito ouro. O ouro é um material muito escasso em todo o universo que conhecemos. Dentro da Cosmologia Espiritual, é exatamente a Terra um lugar a Meio Caminho a Caminho do Céu..... por possuir ouro, é aqui que o homem se torna Homem Sagrado em seu Corpo de Luz, ou corpo reluzente como o ouro do espírito.
E é por isso mesmo que a Terra, espiritualmente falando bem como materialmente pensando, é um planeta que traduz a necessidade do Trabalho não apenas no sentido de todos os seres buscarem e atuarem em relação às suas sobrevivências mas também no sentido de irem evoluindo plenamente dentro da amplitude da materialização. E todos sabemos que Luz é Matéria. Por isso, a Terra é um Planeta privilegiado porque proporciona aos seus sêres e à sua natureza, a evolução da vida, o desenvolvimento da mente, a infinitização e iluminação da consciência e posteriormente também da própria vida, da própria matéria.
No entanto, por estar assim tão embasada dentro de sua intrínseca materialidade, de uma maneira geral, a Terra produz seres pensantes, homens que usam suas mentes apenas para entenderem que a vida existe por si mesma, somente para nutrir a sua própria materialidade, ausentes de espiritualidade, de verdadeiro contacto, da plena fusão entre o Céu e a Terra.
Assim, de uma maneira geral, existe uma certa confusão entre o trabalho e o Trabalho a serem realizados neste planeta de encarnação. E, fundamentalmente, existe um imensa confusão entre iluminação e Iluminação a serem alcançadas nesta vida...
Nosso trabalho é aquele que nos traz o ouro que precisamos para trocar pela nossa sobrevivência, aquilo que nos diferencia dos animais, que trabalham naturalmente, buscando por uma natural sobrevivência, sem estarem atados ao ouro e seu pseudo valor....
Nosso Trabalho (com t maiúsculo) é aquele que faz de nossa vida realmente válida de ser vivida, no sentido de ajudarmos uns aos outros a sobreviverem e viverem suas vidas, no sentido de exercermos o verdadeiro valor da palavra Servir. É por isso que estamos todos aqui reunidos nesse Planeta.
Nossa iluminação é aquela que nos é traduzida como cultura, como aprendizado, com troca de informações e comunicações, como a riqueza do desenvolvimento da mente no sentido de aprender e apreender cada vez mais sobre o universo que nos rodeia e como lidarmos com esse aprendizado, como vivenciarmos nossa vida dentro do Planeta Terra.
Nossa Iluminação (com i maiúsculo) é aquela que nos é traduzida, não apenas através do pseudo saber que os livros e toda a tecnologia dos dias de hoje podem nos oferecer e ensinar, mas fundamentalmente, a Iluminação de nossa mente, de nossa consciência no sentido de sua infinita amplitude, de sua profunda luz, de sua possibilidade de ir apreender a sabedoria do Tao da Natureza – usando menos o racional e mais as verdades brotadas a partir do mundo da interiorização, da meditação, da fusão do Homem Sagrado com o Céu e a Terra.
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Assim, no Capítulo 17, Lao Tse vem nos confrontar com estas verdades planetárias – o trabalho e a iluminação.... O Trabalho e a Iluminação – e como podemos usar nossa mente tanto no sentido de apenas exercitá-la em sua materialidade de vida, dentro da riqueza da vida material bem com no sentido de vivermos nossa vida no Planeta sim, porém, voltados fundamentalmente e essencialmente para a nossa vida espiritual, para nossa riqueza espiritual.
Para tanto, o Mestre do Tao vai definindo as possíveis diferentes manifestações da inter-relação entre a vida material e a vida espiritual, para as mentes voltadas apenas para a materialidade e para as mentes já começando a buscar seu desenvolvimento dentro do caminho da espiritualidade.
Do supremo, o inferior tem apenas ciência da existência
Do estado que o sucede, intimidade ou admiração
Do estado seguinte, temor ou desprezo
Então, existem as pessoas que possuem a ciência da existência da espiritualidade.... existem aquelas que não apenas possuem essa ciência, com também exercem uma vida já voltada para a intimidade ou admiração do mundo espiritual. E existem aquelas pessoas que se amedrontam ou que revelam seu desprezo em relação à tudo aquilo que não seja tangível, materializado, concretizado, dentro do Mundo da Manifestação...
Penso que também Lao Tse não apenas está confrontando os dois mundos: da materialidade e da espiritualidade. Ele está nos dizendo que, mesmo dentro do mundo da espiritualidade, existem graus mais elevados ou menos elevados de compreensão da verdadeira espiritualidade.
Sabemos todos que é o Mundo da Não-Manifestação ou Céu Anterior, o Wu Wei, que faz nascer de si mesmo, com sua imagem de desejo, o Mundo da Manifestação ou Céu Posterior, o Tai Chi, através suas realizações concretas do Yang e do Yin, da Luz e da Não-Luz, do masculino e do feminino.
Lao Tse segue em sua jornada e nos revela, já na estrofe seguinte:
Não havendo suficiente confiança, surge a desconfiança
Ainda se voltarmos um pouco para a primeira estrofe, em sua primeira linha, veremos que a palavra ‘supremo’ não está escrita com s maiúsculo. Penso que Lao Tse ali demonstra que as pessoas estão confusas, ainda distantes da verdadeira espiritualidade. E é por isso que o Mestre inicia a segundo estrofe ainda nos chamando atenção para o fato de que ‘não havendo suficiente confiança, surge a desconfiança’. Ou seja, se a espiritualidade que o homem, através de sua mente, não for desenvolvida em sua verdadeira amplitude espiritual e sim apenas em sua possibilidade de materialização, não se está tratando ainda da verdadeira espiritualidade advinda do Mundo da Não-Manifestação, apenas um prólogo, um ensaio, um simples s minúsculo para se falar do supremo.
Quando surge a verdadeira espiritualidade, quando o homem se torna o Homem Sagrado plenamente fusionado ao Tao da Criação, trilhando seu Caminho da Iluminação e da Liberação, com mente iluminada e infinita e vida infinita e iluminada, aí sim, aí não existe lugar para a desconfiança, aí existe apenas a plena confiança.....
Quem valoriza a palavra, realiza a obra sem deixar rastros
A verdadeira confiança surge da verdadeira espiritualidade – que Lao Tse, neste Capítulo 17, chama de ‘a palavra’. Valorizando a espiritualidade, o Homem Sagrado realiza sua vida de Trabalho e de Iluminação neste Planeta, com verdadeira humildade – virtude máxima do Tao e do Te, o Caminho e a Virtude. Nesse caso, aqui também ‘a palavra’ surge como aquela que parte do Mestre e do Tesouro do Espírito, o Conhecimento das verdades do Céu e da Terra.
Por isso, o Mestre nos diz que o Homem Sagrado ‘realiza a obra sem deixar rastros’ bem como em vários outros Capítulos também teremos a oportunidade de nos depararmos com o conceito da plenitude da realização dentro da absoluta humildade.
Por que? Porque, Assim, o povo achará que surgiu por si, naturalmente.
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PHOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward
TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Capítulo 17
Interpretação de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior
e hoje é publicada pela Editora Mauad, São Paulo.
Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-se a realização da publicação
das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching

Alcançando o extremo vazio e permanecendo na quietude da extrema quietude

TAO TE CHING - O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Interpretação de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng

Capítulo 16
Alcançando o extremo vazio e permanecendo na quietude da extrema quietude,
Os dez mil seres se manifestam simultaneamente
E, através disso, contemplamos o seu retorno
Apesar da diversidade dos seres
Cada um deles pode retornar a sua raiz
O regresso à raiz se chama quietude
Quietude se chama retornar a viver
Retornar a viver se chama constância
Conhecer a constância se chama iluminação
Desconhecer a constância é a impropriedade que provoca o infortúnio
Quem conhece a constância é abrangente
Quem é abrangente pode ser coletivo
O coletivo tem o poder da criação
A criação tem o poder do céu
O céu tem o poder do Caminho
O Caminho tem o poder do eterno
Assim,
Mesmo perdendo o corpo, não irá perecer

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Interpretação de Janine Milward

Alcançando o extremo vazio e permanecendo na quietude da extrema quietude,
Neste Capítulo, Lao Tse nos fala sobre a Meditação. O extremo vazio é alcançado através da meditação. A meditação é permanecer na quietude da extrema quietude.
Os dez mil seres se manifestam simultaneamente
O extremo vazio é o lugar do revirão do céu e da terra, aonde o Mundo da Não-Manifestação e o Mundo da Manifestação se encontram e se desencontram.
No Mundo da Manifestação, existe a coletividade dentro da unidade. No Mundo da Não-Manifestação existe apenas a unidade, o Absoluto.
Assim, quando Lao Tse menciona os dez mil seres, ele está falando da Criação sob o Tao, o Caminho. Dentro da Criação, existe a coletividade, a multiplicidade a partir do Uno Primordial.
No entanto, ao alcançar o extremo vazio e permanecendo na quietude da extrema quietude, a coletividade, a multiplicidade torna-se unidade... portanto, manifestando-se simultaneamente.
E, através disso, contemplamos o seu retorno.
Quando, através da meditação em sua plenitude de êxtase, o homem encontra o revirão entre os Mundos da Manifestação e Não-Manifestação – o Vazio – ele retorna. Ao retornar, esse homem já é o Homem Sagrado. Retornar significa ‘encontrar sua raiz’, fusionar com o Uno Primordial, o Tao – o retorno à Fonte Primordial.
Apesar da diversidade dos seres
Cada um deles pode retornar à sua raiz.
A verdade é que toda a Criação, em sua diversidade dos seres, em algum momento de seu ciclo de existência, sempre encontra o revirão entre os Mundos da Manifestação e Não-Manifestação, o retorno à raiz.
O regresso à raiz se chama quietude
Quietude se chama retornar a viver
Retornar a viver se chama constância
A fusão com o Tao – o regresso à raiz, à fonte primordial – é fundamentalmente encontrado através da quietude alcançada pela meditação. A partir do momento em que a meditação ‘prende’ o homem em sua prática espiritual (esse momento pode também ser chamado de Fixação: a fusão do Espírito com a Alma), inicia-se uma nova vida, a verdadeira vida... por isso, Lao Tse nos diz: Quietude se chama retornar a viver.
Esta nova vida, esse ‘retornar a viver’ é devido ao fato de que, neste momento, o homem passa a ser Homem Sagrado. E por que? Lao Tse continua nos respondendo ao dizer: Retornar a viver se chama constância.
A constância é a Virtude do Tao. Apenas o Tao é constante, todo o resto é duradouro, ou seja, nasce, vive, morre, nasce, vive, morre, nasce, vive, morre – dentro do Mundo da Manifestação.
O Mundo da Não-Manifestação, porém, faz parte da constância do Tao. Assim, ao deparar com o revirão entre os Mundos da Manifestação e Não-Manifestação, o homem (em sua característica de nascer, viver e morrer) torna-se Homem Sagrado (em sua constância adquirida junto ao Tao).
Reafirmando essa verdade, Lao Tse nos alerta:
Conhecer a constância se chama iluminação
Desconhecer a constância é a impropriedade que provoca o infortúnio
Ao tornarmos Homem Sagrado, conhecemos a Iluminação – a constância da Luz. Enquanto existimos como homens apenas, desconhecemos a iluminação – a constância da Luz.
Quem conhece a constância é abrangente
O Homem Sagrado, ao conhecer a constância, ao se iluminar, torna-se amplamente abrangente – por ter se fusionado com o Tao. Então, a partir desta abrangência, abrem-se outras virtudes, todas relacionadas ao Tao e ao Mundo da Não-Manifestação realizados dentro do Mundo da Manifestação:
Quem é abrangente pode ser coletivo
O coletivo tem o poder da criação
A criação tem o poder do céu
O céu tem o poder do Caminho
O Caminho tem o poder do eterno.
O Uno Primordial traz em si toda a Criação – que é coletiva em sua diversidade de seres. Dentro da criação, existe a multiplicação dessa própria criação. Sendo a criação uma manifestação espelhar do Tao da Criação, essa criação mesma tem o poder do céu – de onde toda a criação tem seu berço. O céu, por sua vez, ao ser uma manifestação espelhar do Tao da Criação, tem o poder do Tao, O Caminho.
O Tao, O Caminho, sendo a própria constância, tem o poder do eterno.
Em outro Capítulo, o Capítulo 25, Lao Tse nos reforça esse conceito através dos versos:
O homem se orienta pela terra
A terra se orienta pelo céu
O céu se orienta pelo Caminho, o Tao
O Caminho, o Tao, se orienta por sua própria natureza.
Lao Tse, finaliza então, o Capítulo 16, nos revelando nossa verdadeira natureza – que pode ser alcançada a partir do homem se tornar Homem Sagrado em sua Iluminação, aprontando-se para, então, trilhar seu caminho da Imortalidade ou Liberação:
Assim, mesmo perdendo o corpo, não irá perecer
Ao fusionar-se com o Tao, o Homem Sagrado atinge sua Iluminação, a constância da Luz, em sua mente expandida em consciência iluminada e infinita. No entanto, também seu corpo físico deve se tornar um Corpo de Luz, trazendo-lhe vida iluminada e infinita – a Imortalidade ou Liberação.
A transmutação do corpo físico em Corpo de Luz realiza-se através da Alquimia do Caldeirão. O Caldeirão é o corpo físico que é trabalhado pelo Homem Sagrado com mente iluminada. A mente iluminada vai doando sua Luz de constância do Mundo da Não-Manifestação ao corpo físico do Mundo da Manifestação (corpo esse que nasce, vive e morre, preso à Roda da Vida, das Encarnações).
Quando todo esse trabalho é terminado, o Homem Sagrado possui não apenas consciência iluminada e infinita como também vida iluminada e infinita. Acredita-se que o Corpo de Luz não realmente morra, e sim, ascenda aos céus.
Por isso, Lao Tse nos diz que o Homem Sagrado mesmo perdendo o corpo, não irá perecer. Ou seja, perde seu corpo físico, sim, porém não sua vida.
Desta forma, consciência iluminada e infinita e vida iluminada e infinita fusionam-se plenamente à constância do Tao da Criação.
Esses são os Caminhos da Iluminação e da Imortalidade ou Liberação.
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PHOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward
TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Capítulo 16
Interpretação de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior
e hoje é publicada pela Editora Mauad, São Paulo.
Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-se a realização da publicação
das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching

O quieto, através do movimento, torna-se gradualmente criativo

TAO TE CHING, O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Capítulo 15 - Interpretação de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng

Capítulo 15
Os bons realizadores da antiguidade eram sutis
Maravilhosos, misteriosos e despertados
Eram profundos e não podiam ser compreendidos
E justamente por não poderem ser compreendidos
É preciso esforçar-se para ilustrá-los
Receosos como quem atravessa um rio no inverno
Cautelosos como quem teme seus vizinhos
Reservados como o hóspede
Solúveis como o gelo fundente
Genuínos como a madeira bruta
Vazios como os vales
Entorpecidos como as águas turvas
O turvo, através da quietude, torna-se gradualmente límpido
O quieto, através do movimento, torna-se gradualmente criativo
Aquele que resguarda este Caminho não tem desejo de se enaltecer
E justamente por não se enaltecer, mesmo envelhecido, pode voltar a criar

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Interpretação de Janine Milward
Lao Tse, o Mestre do Tao, teria nascido por volta de 700 antes de cristo, ou seja, ainda dentro da Era de Áries, que antecedeu a Era de Peixes. Hoje, eu acredito que estejamos na ante-sala da Era de Aquário. Cada Era possui cerca de dois mil anos. Porém, sendo 12 o número de Eras - em função do movimento realizado pela Terra denominado de Precessão dos Equinócios - e realizando o ciclo completo em cerca de 26 mil anos, cada Era tem seu começo e seu final identificados astronomicamente, naturalmente, e com um pouco mais de dois mil anos....
A Era de Aquário, dentro do ponto de vista astronômico, começa realmente a acontecer por volta do ano 2150. Dessa forma, ainda nos encontramos no final da Era de Peixes....
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Neste Capítulo, Lao Tse nos fala sobre o Te, A Virtude. A Virtude é aquela forma ideal de condução de nossa vida, nossa melhor forma de comportamento, no sentido de nos colocarmos sempre em nosso caminho rumo ao Tao, O Caminho.
Quando Lao Tse nos fala
Os bons realizadores da antigüidade eram sutis,
Maravilhosos, misteriosos e despertados
Eram profundos e não podiam ser compreendidos
E justamente por não poderem ser compreendidos,
É preciso esforçar-se para ilustrá-los
............. ele, certamente, se refere à Eras anteriores à sua, e aos sábios e mestres de tempos longínquos no passado.... Sábios e mestres que já estruturavam os elos da cadeia ininterrupta - ao logo dos tempos - de mestria e discipulado, a Guruampara (termo sânscrito).
Possivelmente, o I Ching, o Livro das Mutações, teria começado a ser intuído e compreendido em seus primórdios cerca de 5 mil anos antes de Lao Tse.
O I Ching - I=Mutação e Ching= Tratado - é um conjunto de observações e compreensões das leis que regem a natureza e todos os seres, o céu e a terra. Essas observações e compreensões foram realizadas progressivamente, durante anos, séculos (quem sabe milênios), pelos sábios da antigüidade na China.
Neste mesmo período, no passado longínquo, também na antiga Índia, os sábios intuíram e concretizaram a linguagem Sânscrita bem como aquilo que é denominado de Tantra, ou seja, a compreensão das verdades da vida, aquilo que livra o homem de sua escuridão, de sua ignorância.
Para que esses sábios mencionados do passado longínquo, pudessem alcançar toda essa compreensão e sabedoria, certamente, teriam que estar fundamentados em seu Tao, O Caminho, e em seu Te, A Virtude.... Por isso, Lao Tse se refere a eles como
sutis,
Maravilhosos, misteriosos e despertados
E por serem despertados, ou seja, por terem alcançado o Caminho da Iluminação (e possivelmente também o Caminho da Imortalidade ou Liberação), Lao Tse nos diz que
Eram profundos e não podiam ser compreendidos
Assim, Lao Tse, neste Capítulo, tenta ilustrar, através da menção dos sábios da antigüidade e de suas formas de atuação, seu Te, sua Virtude, alguma das qualidades importantes também para a nossa atuação nos dias de hoje (como também para os dias quando Lao Tse viveu). E para amanhã e sempre! Por isso, ele diz:
E justamente por não poderem ser compreendidos,
É preciso esforçar-se para ilustrá-los
Lao Tse passa, então, a descrever os sábios e mestres da antigüidade e algumas de suas qualidades:
Receosos como quem atravessa um rio no inverno
O rio no inverno aonde tudo é coberto pelo gelo, tem suas águas enregeladas transformadas em seu estado líquido para o estado sólido, não é mesmo? Se tivermos que atravessar um rio no inverno teremos que ser extremamente cautelosos, com os ouvidos atentos a qualquer possível rachadura neste gelo.... Ou seja, ao atravessarmos o rio da vida, teremos que ter sempre bastante cautela, manter a lucidez da consciência em relação aos nossos atos e às suas reações, bem como aos atos dos outros e da natureza em si e suas reações.
Cautelosos como quem teme seus vizinhos
De uma forma geral, vivemos nossas vidas em conjunto com outras pessoas, seja ruralmente ou seja urbanamente. Desta forma, é sempre importante que tenhamos uma mente lúcida em relação aquele que é nosso lugar e quais são esses limites próprios bem como em relação aquele que é o lugar próprio e que são os limites das outras pessoas ao nosso redor. E mais, também aprendemos com a vida que todas as pessoas são iguais porém extremamente diferentes entre si....
Reservados como o hóspede
Quando estamos em casa de outras pessoas, sejam familiares ou sejam amigos, sempre tentamos manter uma postura de reserva, de respeito, de cerimônia..... sempre conscientes de que não estamos em nossa própria casa e sim estamos dentro dos limites das outras pessoas.
Solúveis como o gelo fundente
Na vida, é sempre fundamental que mantenhamos uma postura correta, sim, porém, não inquebrantável, rígida, sem maleabilidade alguma. Pelo contrário, é preciso, como um todo, tanto fisicamente quanto mentalmente e espiritualmente, nos mantermos maleáveis, prontos a recebermos as leis da vida que trazem a mutação de tudo.... Dessa forma, poderemos nos fusionar com a plenitude das verdades da vida.
Genuínos como a madeira bruta
O Céu Anterior ou Mundo da Não-Manifestação é como a madeira bruta, natural, assim como ela é, naturalmente. Quando a madeira é já trabalhada, posteriormente, e transformada em algum instrumento ou objeto, é como o Céu Posterior, ou Mundo da Manifestação.
Dessa forma, quando Lao Tse nos diz que os sábios e mestres da antigüidade eram
Genuínos como a madeira bruta
, ele nos traduz seus Caminhos da Iluminação e seus Caminhos da Imortalidade já alcançados em suas plenitudes, ou seja, todos estes sábios e mestres já se fusionaram ao Tao do Céu Anterior ou Mundo da Não-Manifestação.
Vazios como os vales
O Vazio é encontrado através da profundidade do trabalho da Meditação.
De uma maneira geral, sempre os Capítulos do Tao Te Ching, em algum momento, através de alguma expressão ou de alguma frase, nos falam sobre a importância da Meditação e da entrada no Vazio. Também em alguns outros Capítulos, Lao Tse usou a imagem do vale para falar do Vazio.
O vale é o lugar mais fundo da terra. É o lugar aonde as águas se encontram. Na Meditação, devemos trilhar o caminho da profundidade dentro de nós mesmos, em nossa máxima possível interiorização. Ao realizar a junção do Sopro Primordial com o Espírito - água e fogo - nos deparamos com o momento da Fixação, o verdadeiro início estrutural para a Meditação. Depois de um longo processo, passamos pelas Rodas do Moinho, que são energias limpadoras e energizadores de todo o nosso corpo físico, nosso Caldeirão, e estamos, finalmente, prontos! Prontos para adentrar no êxtase, o momento divino da Meditação, nossa fusão com o Tao da Criação. Este é o momento da entrada no Vazio.
Assim, Lao Tse nos diz que os sábios e mestres da antigüidade encontraram seu Vazio e ali se mantiveram.
Entorpecidos como as águas turvas
Quando se encontra o Vazio, parece que para o resto do mundo nos encontramos num estado de 'entorpecimento'..... ou seja, estamos tão intensamente e plenamente voltados para nossa absoluta interiorização, que realmente, não parece que mais pertencemos a este mundo da manifestação.... É que, na verdade, estamos fusionados ao Mundo da Não-Manifestação.... apesar de que nosso corpo físico, nosso Caldeirão, ainda se encontra dentro do Mundo da Manifestação.
Continuando dentro da mesma imagem da frase anterior e explicando-a mais detalhadamente, Lao Tse, entra em sua terceira estrofe - aonde ele vai nos revelar o significado intrínseco de todos os versos anteriores:
O turvo, através da quietude, torna-se gradualmente límpido
O quieto, através do movimento, tornar-se gradualmente criativo
Nestas duas frases simples, Lao Tse nos revela todo os segredos da Meditação - quando ela realmente acontece, quando realmente mergulhamos no Vazio.
Dentro do nosso mundo interior plenamente fusionado com o Mundo da Não-Manifestação, na Meditação, o silêncio, a quietude, através do total 'entorpecimento' do corpo físico no Mundo da Manifestação, vai alquimizando, transformando, transmutando aquilo que aparentemente parece 'turno' em 'límpido': é o Retorno do Mundo da Manifestação ao Mundo da Não-Manifestação.
O turvo, através da quietude, torna-se gradualmente límpido
No entanto, tudo sempre sob o Tao da Criação encontra-se em contínua mutação, em contínuo movimento. Apenas a Não-Mutação é imutável, ou seja, apenas o Tao simplesmente assim é. Todo o resto sob o Tao da Criação é mutável.
Dessa forma, dentro da quietude máxima, da absoluta interiorização, dentro do Vazio pleno alcançado na Meditação - através da mutabilidade, do movimento - acontece o Retorno, ou seja, o Mundo da Não-Manifestação faz criar, faz nascer, dá berço, ao Mundo da Manifestação.
Por isso, Lao Tse nos diz:
O quieto, através do movimento, tornar-se gradualmente criativo
Também esse movimento, essa mutação, pode ser entendida através dos princípios do Receptivo e do Criativo, do Yin e do Yang, que são tão bem exemplificados no I Ching, O Livro das Mutações. Neste caso, dentro do I Ching do Caminho do Céu, ou seja, o I Ching Primordial, que parte do Sublime Yin, O Receptivo, A Terra, A Mãe, A Não-Luz, criando todos os seus filhos e consequentemente, todos os Hexagramas em 64 imagens do Tao da Criação, até encontrar com o Sublime Yang, O Criativo, O Céu, O Pai, a Luz.
O I Ching do Caminho do Céu - primordial - descreve todas as etapas do processo da Meditação, do Vazio da Não-Luz à Luz da Criação.
Aquele que resguarda este Caminho não tem desejo de se enaltecer
E justamente por não se enaltecer, mesmo envelhecido, pode voltar a criar.
Lao Tse sempre nos fala que a maior das Virtudes é a Modéstia, a Humildade. Assim, o sábio, o mestre, trilha seus Caminhos da Iluminação e da Imortalidade ou Liberação sempre estruturado em sua modéstia, em sua humildade.
O Caminho da Iluminação traz mente e consciência iluminadas e infinitizadas. O Caminho da Imortalidade traz, porém, não apenas mente e consciência iluminadas e infinitizadas.... mas, principalmente, VIDA iluminada e infinitizada.
Para que esta Vida iluminada e infinita possa acontecer, é preciso, dentro do Vazio da Meditação, alquimizar, realizar a mutação do corpo físico em Corpo de Luz. É a Alquimia do Caldeirão.
Desta forma, quando o sábio, o mestre, se encontra em sua velhice, depois de ter percorrido os longos caminhos da vida, seu corpo físico certamente estará correspondendo a estes anos de vida vivenciada, naturalmente.
, mesmo envelhecido,
Porém, tendo realizado em si mesmo a Alquimia do Caldeirão - a transmutação do corpo físico do Mundo da Manifestação em Corpo de Luz do Mundo da Não-Manifestação -, o sábio, o mestre, o Homem Sagrado
,pode voltar a criar
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PHOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward
TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Capítulo 15
Interpretação de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior
e hoje é publicada pela Editora Mauad, São Paulo.
Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-se a realização da publicação
das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching


Quem conhece o Princípio Ancestral Encontrará a ordem do Caminho

TAO TE CHING - O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Capítulo 14
Interpretação de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng

CAPÍTULO 14
Aquilo que se olha e não se vê, chama-se invisível
Aquilo que se escuta e não se ouve, chama-se inaudível
Aquilo que se abraça e não se possui, chama-se impalpável
Estes três não podem ser revelados
Por isso se fundem e se tornam um
Enquanto superior não é luminoso
Enquanto inferior não é vago
O Constante que não pode ser nomeado
É o retorno à não-existência
É a expressão da não-expressão
É a imagem da não-existência
A isso se chama indeterminado
Encarando-o, não se vê sua face
Seguindo-o, não se vê suas costas
Quem mantém o Caminho Ancestral
Poderá governar a existência presente
Quem conhece o Princípio Ancestral
Encontrará a ordem do Caminho
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Interpretação de Janine Milward
Este é um Capítulo que trata essencialmente do Céu Anterior, do Mundo da Não-Manifestação, do Tao da Criação que cria e gera o Céu Posterior, o Mundo da Manifestação, a Criação do Tao.

Aquilo que se olha e não se vê, chama-se invisível
Aquilo que se escuta e não se ouve, chama-se inaudível
Aquilo que se abraça e não se possui, chama-se impalpável
Estes três não podem ser revelados
Por isso se fundem e se tornam um

É sempre importante lembrarmos que o Mundo da Manifestação é tudo aquilo que pode ser nomeado enquanto o Mundo da Não-Manifestação - que dá berço à Manifestação - não pode ser nomeado, nem definido, nem objetivado. Assim, Lao Tse nos diz que este Mundo é invisível, inaudível, impalpável.... e que não pode ser revelado e, por isso mesmo, ao se fundirem e se tornarem um, é possível de ser acessado através da Meditação - o doce momento da interiorização absoluta, o retorno à Fonte Primordial, à fusão com o Tao do Céu Anterior.

Na Meditação - bem ao contrário do que se normalmente pensa - não devem existir momentos de percepção de grande luz nem momentos de percepção do grande vazio. Enquanto existirem 'percepções', estaremos ainda atados ao Céu Posterior, ao Mundo da Manifestação!

Por isso, Lao Tse nos avisa:
Enquanto superior não é luminoso
Enquanto inferior não é vago

Lao Tse segue nos falando sobre o Céu Anterior, chamando-o de 'O Constante que não pode ser nomeado'... 'O Constante' é o Absoluto, o Tao do Princípio Primordial que faz nascer o próprio Céu Anterior.

Na vida, tudo se apresenta como um ciclo. Também O Constante é Aquele que unicamente não se inclui em qualquer ciclo - ele apenas é o Princípio Primordial, aquele que dá berço a todos os ciclos. Dentro de todas as mutações, O Constante é aquilo que é a própria Não-Mutação. E sempre, sempre, todos os ciclos acabam por retornar a esse Constante. E O Constante, por pertencer ao Céu Anterior, não pode ser nomeado e por isso se chama 'indeterminado'.

O Constante que não pode ser nomeado
É o retorno à não-existência
É a expressão da não-expressão
É a imagem da não-existência
A isso se chama indeterminado

Sendo indeterminado - e pertencendo ao Mundo da Não-Manifestação, Lao Tse nos alerta:
Encarando-o, não se vê sua face
Seguindo-o, não se vê suas costas

Finalmente, Lao Tse termina seu Poema nos aconselhando a sempre permanecermos nas margens entre o Mundo da Manifestação e o Mundo da Não-Manifestação, ou seja, a desenvolvermos nossa Consciência Iluminada e Infinita .... aquilo que nosso Mestre chama de 'Caminho Ancestral'.

Quem mantém o Caminho Ancestral
Poderá governar a existência presente

Ao mantermos nosso Caminho Ancestral, estaremos plenamente conscientes em relação à nossa vida do aqui e agora. É sempre nessa nossa vida do aqui-e-agora que poderemos aprender a queimar todos os nossos Karmas - ações passadas e presentes e possivelmente futuras - desenvolvendo nossa consciência e agindo com naturalidade em relação aos fatos da vida a serem vivenciados com a plenitude de nossa consciência.
Dessa forma, as reações e possíveis reações às nossas ações - os Samskaras criados a partir de nossos Karmas - poderão ser totalmente eliminados.... nos tornando aquilo que se chama, no Tantra Primordial de 'Sementes Queimadas' - Dagdabiija -, ou seja, ações conscientes que não mais criam reações chamadas de negativas, apenas positivas.

Quem conhece o Princípio Ancestral
Encontrará a ordem do Caminho.

Governando - através da plenitude da consciência e da ação correta - a existência presente dentro do Caminho Ancestral - ou Princípio Ancestral - nos colocamos no Caminho da Imortalidade ou Liberação, com Consciência Iluminada e Infinita bem como com Vida Iluminada e Infinita - plenamente fusionados ao Tao da Criação, enlaçados iluminadamente e infinitamente com o Céu Anterior e o Céu Posterior. Isso é encontrar a ordem do Caminho.

...........................

PHOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward
TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Capítulo 14
Interpretação de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior
e hoje é publicada pela Editora Mauad, São Paulo.
Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-se a realização da publicação
das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching

Quem ama faz do mundo o seu corpo Neste o mundo pode confiar

TAO TE CHING - O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Interpretação de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng

Capítulo 13

O prestígio e a humilhação geram susto
A nobreza e a grande preocupação situam-se no corpo
O que são prestígio e humilhação?
Prestígio é inferior
Ao obtê-lo ficamos assustados
Ao perdê-lo ficamos assustados
Isto é o que quer dizer “o prestígio e a humilhação geram susto”
O que quer dizer “a nobreza e a grande preocupação situam-se no corpo” ?
A razão de eu ter esta “grande preocupação” é ter um corpo
Se não tivesse um corpo
Com que teria que me preocupar?
Por isso
Nobre é aquele que entrega o corpo ao mundo
A este o mundo pode se entregar
Quem ama faz do mundo o seu corpo
Neste o mundo pode confiar
..........................................
Interpretação
Janine Milward

Neste Capítulo, Lao Tse nos conduz à compreensão da questão mais importante da vida: o corpo físico encarnado e a transmutação desse corpo em Corpo de Luz. Para tanto, ele vai desenvolver conceitos fundamentais que falam da vida objetiva mundana: a nobreza, o prestígio, a humilhação, o susto, a grande preocupação.

O prestígio e a humilhação geram susto
A nobreza e a grande preocupação situam-se no corpo
.....................
A razão de eu ter esta "grande preocupação" é ter um corpo
Se não tivesse um corpo com que teria que me preocupar?
Ao mesmo tempo, o Mestre vai nos levar à compreensão da verdadeira importância da vida subjetiva espiritual onde esses conceitos não têm valor, onde 'nobre' é aquele que se torna mestre em viver sua vida fusionada ao Tao, O Caminho, e ao Te, A Virtude.
Nobre é aquele que entrega o corpo ao mundo
......................

Lao Tse começa nos falando do Te, A Virtude. A Virtude são as questões que a vida no mundo nos oferece para serem vivenciadas e solucionadas. A Virtude nos fala, então, da boa forma em que estas questões podem ser vividas e agidas. É através da Virtude, Te, que o homem pode trilhar seu Caminho rumo ao seu Tao e tornar-se Homem Sagrado.

É interessante que Lao Tse vai, ele mesmo e literalmente, nos explicando ao longo das três primeiras estrofes, sobre questões fundamentais da vida na encarnação: prestígio, humilhação, susto, corpo, mundo.

Num primeiro momento, Lao Tse vai estar falando do Mundo da Manifestação e num segundo momento, já na última estrofe, vai estar falando do Mundo da Não-Manifestação. É preciso não nos esquecermos que o mundo manifestado nasce a partir do mundo não-manifestado que é, por sua vez, uma expressão do desejo realizado advindo da Suprema Consciência, do Tao da Criação.

Dentro desse enfoque, no Mundo na Manifestação, quando o homem está distanciado de sua espiritualidade e da consciência em relação ao seu Caminho da Iluminação, o mundo se resume em seu corpo, em sua encarnação, e em sua obtenção de prestígio. No entanto, para se obter este prestígio - que Lao Tse vai caracterizar como "inferior" - e ao mesmo tempo conservá-lo durante toda sua vida, o homem acaba se desviando mais e mais do seu Caminho, de seu Tao, e de sua Virtude, seu Te. E também o homem fica todo o tempo à mercê do susto e da possível humilhação.

Prestígio é inferior
Ao obtê-lo ficamos assustados
Ao perdê-lo ficamos assustados
Quando alguma questão acaba por detonar este prestígio, vem então a humilhação.
Isto é o que quer dizer "o prestígio e a humilhação geram susto"

Desta forma, a vida do homem acaba girando apenas em torno de sua ânsia de pretensa nobreza e prestígio e da humilhação e do susto, a grande preocupação.

O que quer dizer "a nobreza e a grande preocupação situam-se no corpo"?

Assim, Lao Tse encerra essas três primeiras estrofes nos oferecendo a ponte para a compreensão da pouca significação que realmente possuem as questões: prestígio e nobreza, susto e humilhação, a grande preocupação e o corpo. Essa "ponte" é introduzida nesses últimos versos da terceira estrofe:

A razão de eu ter esta "grande preocupação" é ter um corpo
Se não tivesse um corpo com que teria que me preocupar?

Na última estrofe, Lao Tse se arremete ao Tao, O Caminho, e passa a nos revelar a definição dos conceitos verdadeiros de nobreza" e "corpo" dentro do escopo do Mundo da Não-Manifestação.... e então, passa a nos explicar qual é o verdadeiro significado dessas questões:

Por isso,
Nobre é aquele que entrega o corpo ao mundo
A este o mundo pode se entregar
Quem ama faz do mundo o seu corpo
Neste o mundo pode confiar.

A nobreza aqui mencionada juntamente com a idéia da entrega do corpo ao mundo querem significar o homem que passa a expandir sua consciência, sua mente, e começa a trilhar seu caminho de espiritualidade, seu Caminho da Iluminação e posteriormente, seu Caminho da Liberação ou Imortalidade.

A compreensão de que estamos encarnados tão somente para trilharmos nossos Caminhos de Iluminação e de Liberação é aquilo que pode nos conferir o verdadeiro título de 'nobre'.

Por isso,
Nobre é aquele que entrega o corpo ao mundo

"Entregar o corpo ao mundo" significa trabalhar a Alquimia do Caldeirão, ou seja, quando o Homem Sagrado já atingiu sua Iluminação e se colocou no Caminho da Liberação ou Imortalidade, seu corpo passa a ser trabalhado alquimicamente e espiritualmente para ser transformado em Corpo de Luz, a verdadeira nobreza.

Para tanto, é preciso se abrir mão do próprio corpo encarnado no sentido de viver a vida simplesmente buscando prestígio e nobreza superficiais e mundanos, encontrando a humilhação, o susto - a grande preocupação.

Quando o Homem Sagrado consegue realizar em si mesmo o Tao e o Te, o Caminho e a Virtude, ele vive o Mundo da Manifestação, sim, porém de forma diferenciada, porque vive seu corpo encarnado no sentido amplo e pleno de usá-lo a serviço do Mundo da Não-Manifestação, espiritualmente, de ter total controle sobre suas ações e suas ações são sempre no sentido de também poder encaminhar os outros homens à compreensão de seus Caminhos de Iluminação e de Liberação.

Por isto, Lao Tse nos afirma que no momento em que nos dispusermos a trabalhar nosso corpo encarnado e alcançar a Alquimia do Caldeirão e nos fusionar com o Tao do Céu e da Terra, nos tornamos Mestres ou Homens Sagrados, realizando em nós a fusão plena entre o Mundo da Manifestação e o Mundo da Não-Manifestação.

O Mestre - ou Homem Sagrado - é aquele que realizou em si mesmo o Tao e O Te, O Caminho e A Virtude. A partir disso, então, surge o verdadeiro Amor, aquele amor expressado pelo Tao da Criação, pela Suprema Consciência em realização de seu desejo de concretização, através do Mundo da Manifestação, de seu Mundo da Não-Manifestação, O Absoluto.

Por isso,
Nobre é aquele que entrega o corpo ao mundo
A este o mundo pode se entregar
Quem ama faz do mundo o seu corpo
Neste o mundo pode confiar

.........................

PHOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward
TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Capítulo 13
Interpretação de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior
e hoje é publicada pela Editora Mauad, São Paulo.
Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-se a realização da publicação
das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching

Lao Tse nos ensina sobre o Mundo da Manifestação e o Mundo da Não-Manifestação.

TAO TE CHING - O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Interpretação de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng
Capítulo 12
As cinco cores tornam os olhos do homem cegos
As cinco notas tornam os ouvidos do homem surdos
Os cinco sabores tornam a boca do homem insensível24
Carreiras de caça no campo tornam o coração do homem enlouquecido
Os bens de difícil obtenção tornam a caminhada do homem prejudicada
Por isso, o Homem Sagrado se realiza pelo ventre e não pelo olho
Assim, afasta este e escolhe aquele
..........................
Interpretação de Janine Milward


Neste Capítulo, Lao Tse nos ensina sobre o Mundo da Manifestação e o Mundo da Não-Manifestação.

Ele nos diz que tudo aquilo que existe no Mundo da Manifestação é importante sim, porém não deve ser a única importância na vida do homem. E mais ainda, não deve ser considerado importante mesmo...

O Mundo da Manifestação existe fundamentalmente para que o homem tenha a oportunidade de se tornar Homem Sagrado. Luz é matéria e é na matéria, dentro da materialização do Mundo da Manifestação que a Alquimia do Caldeirão pode acontecer, ou seja, o homem tornar-se Homem Sagrado através do Caminho da Iluminação e do Caminho da Imortalidade ou Liberação.

Assim, mesmo pertencente ao Mundo da Manifestação e colhido por suas belezas e benesses.... o homem não deve se desviar de seu Caminho, não deve prejudicar sua caminhada.

O Mundo da Manifestação é de uma beleza incomparável, não é mesmo? Porém, esse mundo preenche nossos olhos e nosso coração por ser o mundo que vemos, que ouvimos, que tocamos, que desejamos, que saboreamos, que lutamos, vencemos e perdemos.

As cinco cores tornam os olhos do homem cegos
As cinco notas tornam os ouvidos do homem surdos
Os cinco sabores tornam a boca do homem insensível
Carreiras de caça no campo tornam o coração do homem enlouquecido
Os bens de difícil obtenção tornam a caminhada do homem prejudicada

O Mundo da Não-Manifestação não pode ser visto, nem ouvido, nem tocado, nem desejado, nem saboreado, nem lutado, vencido ou perdido. Ele apenas é. Ele está além do Mundo da Manifestação e não pode ser percebido ou sentido ou compreendido através da linguagem ou da compreensão que trabalha no mundo da manifestação.

Por isso, Lao Tse nos diz
Por isso, o Homem Sagrado se realiza pelo ventre e não pelo olho
Assim, afasta este e escolhe aquele

O olho significa o Mundo da Manifestação, o mundo do visível. O ventre significa o Mundo da Não-Manifestação, o mundo do não-visível.

O ventre é o lugar interior que abriga o Ch'i, a energia do Tao da Criação. É o lugar da ligação entre o homem do Mundo da Manifestação com o Homem do Mundo da Não-Manifestação.

O Ch'i, a energia do Tao da Criação, entra e sai de nosso corpo através, fundamentalmente, da expansão da consciência realizada através do ato da Meditação contínua.

Na meditação, a respiração deve ser bastante profunda e tranqüila, passando pelas narinas e indo até o ventre, o lugar interior que abriga o Ch'i. E, na meditação, estamos de olhos fechados, semi-cerrados, voltados para dentro, abrindo espaço para o terceiro olho, o Ajna Chacra, o Chacra do Conhecimento.

Lao Tse, no Capítulo 5, nos fala sobre a energia do Ch'i na meditação:
O espaço entre o céu e a terra assemelha-se a um fole
É um vazio que não distorce
Seu movimento é a contínua criação

A contínua criação é a Alquimia do Caldeirão conseguida através da Meditação. Primeiramente, o homem senta em sua tranqüilidade, cerra os olhos para o mundo externo e volta-se para seu mundo interior através da respiração que une o homem ao céu e à terra pelo Ch'i. A respiração é considerada o Sopro Primordial, a Alma, que deverá ser fusionada ao Espírito, à Consciência para em sua fusão fazerem nascer o Elixir da Vida que proporciona o mergulho na verdadeira meditação. O Elixir da Vida garante a Fixação do estado da meditação. Após isso, o homem passa por uma série de questões que vão se apresentando ao longo do processo contínuo do ato de meditar cotidianamente: no Caminho do Caminhante surgem as ilusões, desilusões, cansaço, falta de perseverança, encontros e desencontros, as Rodas do Moinho..... Para tanto, o tempo e a perseverança são importantíssimos
As Rodas do Moinho são energias que vão limpando todo o corpo físico, aprontando o homem para sua limpeza profunda e seu recebimento da Iluminação da Consciência, a mente infinitizada.

Assim, primeiramente dentro da Alquimia do Caldeirão, para ser alcançado o estado de Iluminação, é preciso fechar a porta do Mundo da Manifestação e deixar-se ingressar no Mundo da Não-Manifestação, ou seja, realizar-se pelo ventre e não pelo olho....

Por isso, o Homem Sagrado se realiza pelo ventre e não pelo olho
Assim, afasta este e escolhe aquele

A segunda etapa da Alquimia do Caldeirão - e a mais difícil a ser alcançada - é a Imortalidade ou Liberação. Para tanto, o Homem Sagrado deverá abandonar plenamente sua atenção para os chamamentos do olho, do Mundo da Manifestação. A verdadeira Alquimia do Caldeirão - entendendo-se Caldeirão como o corpo físico a ser transmutado em Corpo de Luz - só pode acontecer dentro do Mundo da Não-Manifestação trabalhado pela Consciência Iluminada no Mundo da Manifestação.

Lao Tse nos diz, então, que a escolha do Homem Sagrado é pelo ventre e não pelo olho. Ele afasta o Mundo da Manifestação e escolhe o Mundo da Não-Manifestação. Ele afasta o desejo e suas multiplicidades de manifestações e escolhe o não-desejo em sua unicidade.

..............

O Mundo da Manifestação é para ser vivido em sua plenitude, certamente. Porém, é sempre bom lembrarmos que Luz é matéria e estamos encarnados no Planeta Terra fundamentalmente para aqui podermos processar nosso corpo materializado, o corpo físico, em Corpo de Luz.

Com um abraço estrelado,
Janine Milward
...................

PHOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward
TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Capítulo 12
Interpretação de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior
e hoje é publicada pela Editora Mauad, São Paulo.
Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-se a realização da publicação
das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching

Assim, da existência vem o valor E da não-existência, a utilidade

TAO TE CHING - O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Capítulo 11
Interpretação de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng

CAPÍTULO 11
Trinta raios convergem ao vazio do centro da roda
Através dessa não-existência
Existe a utilidade do veículo
A argila é trabalhada na forma de vasos
Através da não-existência
Existe a utilidade do objeto
Portas e janelas são abertas na construção da casa
Através da não-existência
Existe a utilidade da casa
Assim, da existência vem o valor
E da não-existência, a utilidade
........................................................

Interpretação de Janine Milward

Lao Tse, em seu capítulo 11, nos revela a grande sabedoria e profundidade do Tao Primordial.
Primeiramente, devemos voltar a lembrar sobre o Mundo da Não-Manifestação que faz brotar, faz nascer, o Mundo da Manifestação.

O Mundo da Não-Manifestação vai nos falar do Vazio, da não-existência. O Mundo da Manifestação vai nos falar da existência, do valor.

E é no Capítulo 11 que Lao Tse nos ensina a dicotomia quase transparente e extremamente sutil entre o valor e a utilidade e também, em sua forma simples e óbvia de dizer as coisas, ele nos dá três exemplos de temas bem vivenciados em nosso cotidiano de vida - veículo, vaso, casa - para nos mostrar aquilo que é o valor e aquilo que é a utilidade.

O valor sempre se apresenta através da plenitude de alguma coisa e sua essência e forma intrínsecas. A utilidade, aparentemente, nunca se apresenta obviamente, ela simplesmente é.... e se não for, não traz o verdadeiro valor.

Trinta raios convergem ao vazio do centro da roda
......................
A argila é trabalhada na forma de vasos
......................
Portas e janelas são abertas na construção da casa
.......................

Antigamente, no tempo de Lao Tse, a roda da carroça era feita de madeira, com os paus agindo como raios juntando o eixo central da roda à sua extremidade. Esse eixo central é o vazio do centro da roda.

Para ser fazer um vaso, um artigo de uso culinário da maior importância aonde se cozinham os alimentos, aonde se guarda água, etc., é preciso usar a argila e ir dando forma ao vaso. Essa forma prevê sempre um vazio ao centro para acolher o conteúdo e servir para aquilo que deve servir.

Uma casa é um lugar importante para a família viver a vida e é feita de paredes externas e internas. No entanto, na casa têm que existir portas e janelas para que a família possa entrar e sair, para que o mundo possa entrar e sair.

Lao Tse usou três exemplos extremamente simples para nos demonstrar a importância do mundo da manifestação e fundamentalmente, a realidade intrínseca do mundo da não-manifestação que também se manifesta subjetivamente dentro da objetividade das situações da vida.

Quando pensamos em um vaso, pensamos um recipiente que vá acolher alguma coisa.... se não, pensaríamos em um monte de argila amontada, sem sentido para nada. Quando pensamos numa casa, imediatamente nos ressentiríamos e não entenderíamos o porquê de uma casa sem portas e janelas.... ninguém poderia entrar ou sair... qual seria então a validade de uma casa?

Através da não-existência
Existe a utilidade da roda..., do vaso...., da casa.....
É o vazio da roda, do vaso e da casa que traz sua utilidade.
Assim, na existência vem o valor
E da não-existência, a utilidade

Com esses versos simples e falando de nosso cotidiano de vida prática, Lao Tse nos ensina sobre o valor da existência, advinda do Mundo da Manifestação e a utilidade da não-existência, advinda do Mundo da Não-Manifestação, do Vazio em sua plenitude.

Em relação a nós e nossa encarnação e nosso corpo físico, tudo isso vai revelar certamente nosso valor, é com tudo isso que estamos nesse Planeta Terra, lugar de trabalho e de Iluminação - Luz é Matéria.
No entanto, é somente através do Vazio que se instala em nossa mente e consciência iluminadas e infinitas - o valor adquirido através da existência, que alcançamos nossa verdadeira utilidade, a entrada da não-existencia, com consciência e vidas iluminadas e infinitas.

Nosso corpo físico é real e existente. No entanto, sua verdadeira utilidade é se tornar o Caldeirão disposto a passar pela transmutação, pela alquimia do Tao, ou seja, tornar-se um Corpo de Luz.

Esse Corpo de Luz somente poderá existir a partir da consciência iluminada e infinita - o Caminho da Iluminação - que trabalha o Vazio nesse corpo físico - o Caldeirão - e passa a trilhar o Caminho da Imortalidade - ou seja, também esse corpo se torna iluminado e infinito.

Assim, a existência do corpo físico traz o valor do mundo da manifestação, em nossa objetiva encarnação na Terra. E a não-existencia do Corpo de Luz traz a utilidade do mundo da não-manifestação, em nossa subjetiva encarnação na Terra.

Sendo a Terra um lugar de matéria e sendo Luz matéria, é aqui neste Planeta que temos o privilégio de encarnar e realizar nosso Trabalho conjunto com nossos Caminhos de Iluminação e de Imortalidade.

Se morremos apenas realizando o Trabalho de Encarnação, possivelmente ficamos atados à Roda da Vida, a Samsara, para retornarmos a planetas de matéria para realizarmos nosso Caminho da Iluminação.

Se morremos apenas realizando nosso Caminho da Iluminação, possivelmente ainda ficamos atados à Roda da Vida, a Samsara, para retornarmos a planetas de matéria para realizarmos nosso Caminho da Liberação ou Imortalidade.

Luz é matéria. E a Terra é um lugar privilegiado no universo que conhecemos porque possui muito ouro, a cor da iluminação, a cor do Sol, o valor. Porém este valor é agregado ao Trabalho que precisamos realizar em nossas vidas de encarnação. É um ouro com valor objetivo, certamente.

No entanto, o verdadeiro ouro e sua verdadeira utilidade são subjetivos, essa é a verdade. O verdadeiro ouro é revelado na iluminação e infinitização da mente e da consciência e, posteriormente, no Corpo de Luz, Corpo de Ouro, alcançado no Caminho da Imortalidade, com vida iluminada e infinita.

Quando morremos, levamos da Terra, a nível objetivo e de valor objetivo, apenas uma muda de roupa conosco. Todo o valor da encarnação objetiva pode ser revelado como um valor sem valor, apenas.

Quando morremos, levamos da consciência que é atada ao Espírito do Tao da Criação, tudo aquilo que nossa mente pôde captar e apreender... Se efetivamente alcançarmos nosso Caminho de Iluminação através da iluminação e infinitude de nossa mente e de nossa consciência, estaremos levando conosco a utilidade do ouro e não o seu valor. Seu valor nos serviu objetivamente para que alcançássemos sua verdadeira utilidade.

Quando morremos, levando consciência iluminada e infinitizada bem como nosso Corpo de Luz alquimizado a partir de nosso corpo físico que entrou na encarnação...

Aí sim, encontramos a verdadeira utilidade do Vazio instaurado dentro do valor. Encontramos a verdadeira utilidade dentro do valor. A verdadeira não-existencia dentro da existência.

Com um abraço estrelado,
Janine Milward
......................

PHOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

TAO TE CHING
O Livro do Caminho e da Virtude
Lao Tse, o Mestre do Tao
Capítulo 11
Interpretação de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior
e hoje é publicada pela Editora Mauad, São Paulo.
Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-se a realização da publicação,
das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching