O Processo de Transformação
Wu Jyh Cherng
Num processo de transformação, a Consciência une-se ao Sopro - a
Consciência do Céu Anterior une-se ao Sopro do Céu Anterior - nesse momento, a
Consciência se torna translúcida.
O Sopro do Céu Anterior é uma energia genuína, uma energia que
ainda não incorporou os costumes, os hábitos; uma energia que não sofreu as
interferências da emoção e do pensamento.
É uma energia muito poderosa, que vem de fóra de nós, e ao nos penetrar,
acaba nos purificando, purificando nossa energia interior, afastando as
doenças. Quanto mais pura a energia,
mais ativa e energética ela é. Quanto
mais tensa, mais envelhecida e sem qualidade.
Quando mais nova a energia, mais rápida, ativa e luminosa ela é.
Ao entrar a energia do Céu Anterior, a energia do Céu Posterior
também será transformada. Como a
Consciência já estava unida ao Sopro, entrando a nova Consciência do Céu
Anterior e o Sopro do Céu Anterior, haverá uma transformação física. Essa transformação física acontece por três
vezes e chama-se As Três Rodas de Moinho.
A Roda de Moinho é aquela que leva a água para lugares mais altos,
para auxiliar na distribuição de água, na irrigação, etc. Na linguagem da Alquimia, as Rodas de Moinho
significam o despertar da circulação de energias vitais. Água significa energia vital; Fogo simboliza
a Consciência; as Rodas de Moinho levam a água de baixo para cima e de cima para baixo, sempre rodando, rodando,
significando a energia despertando em nosso corpo e começando a circular com
uma intensidade bem maior.
Esse despertar é diferente daquele da Kundalini, bem conhecido no
ocidente. O despertar da Kundalini é
linear, vai debaixo para cima, despertando a energia Inferior do corpo e
fazendo-a subir até a cabeça.
A Roda de Moinho é cíclica, não tem princípio nem fim, e por isso,
chama-se Roda. Não é linear.
No momento em que a energia do Sopro do Céu Anterior entra em nosso
corpo, essa energia começa a se movimentar em movimentos circulares: são
milhares de Rodas que acontecem dentro do corpo girando simultaneamente. Como a Consciência não está separada e
estamos em estado de êxtase, de olhos
fechados, sentados em profunda meditação, nessa hora, nossa Consciência está
viajando por todas as partes do nosso corpo junto com essas Rodas de Moinho.
As Rodas de Moinho vão desbloqueando todos os canais de energia que
existem em nosso corpo. Existem cerca de
36 mil canais de energia incluindo grandes ou pequenos. Na acupuntura, usamos doze grandes canais e
oito ainda maiores. Todos esses 36 mil
canais são purificados, rodando, rodando, rodando... Às vezes, uma rodada dura de vinte a trinta
minutos e a cada vez que sentarmos para meditar, as Rodas vão aparecer. É um fenômeno estrondoso e são poucas as
pessoas que conseguem atingir esse nível.
Capítulo 10
Quem conduz a realização do
corpo por abraçar a Unidade,
Pode tornar-se indivisível;
Quem respira com pureza por
alcançar a suavidade,
Pode tornar-se criança;
Quem purifica através do
conhecimento do Mistério,
Pode tornar-se imaculado.
Ame o povo e governe o reino
através do “não-conhecimento”;
Ilumine e clareia os quatro
cantos através da “não-ação”;
Abra e feche a porta do Céu
através da “ação feminina”.
O que gera e cria,
Gera mas sem se apossar
Age sem querer para si
Cultiva mas sem dominar
Chama-se Misteriosa Virtude.
Este texto é extraído da
transcrição da gravação da Aula ministrada por Wu Jyh Cherng, em 09 e 16
de agosto de 1994, sobre o Capítulo 10
do Tao Te Ching, o Livro do Caminho e da Virtude, de Lao Tse - com Tradução e
Interpretação do Mestre Cherng.
Esta Aula foi transcrita e
sintetizada por Janine Milward.
O Título deste texto
foi idealizado por Janine e
não faz parte do texto original.
A tradução dos Capítulos do
Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português,
e foi primeiramente publicada pela Editora
Ursa Maior,
sendo hoje publicada pela Editora Mauad, São Paulo,
Brasil
Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-se ainda no prelo a
realização da publicação, em breve,
das interpretações de Wu Jyh
Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao
Tse, o Tao Te Ching
Foto: Sítio das Estrelas, Janine Milward