Concentração e Contemplação
Wu Jyh Cherng
Nas escolas orientais, existem infinitas práticas de meditação
porém basicamente, essas técnicas se resumem em dois fundamentos: a
concentração e a contemplação.
A concentração é uma atitude ativa da Consciência e a contemplação
é uma atitude passiva da Consciência. O
ponto da convergência é o ponto da contemplação ou o ponto da concentração.
Na meditação taoísta trabalha-se simultaneamente com a concentração
e a contemplação: ao mesmo tempo que se contempla, se entra dentro do seu
próprio ponto de concentração. É preciso
concentrar num ponto por fóra como também entrar dentro desse ponto e se tornar
esse ponto. Nesse momento, estaremos no
ponto da concentração e estaremos no ponto da contemplação. Somos a força que concentra ao mesmo tempo
que somos o centro que contempla tudo o que gira em torno de nós.
Quando colocamos a Consciência dentro do ar que respiramos, esse ar
é o ponto de concentração, estamos observando, temos nossas consciência fóra do
aparelho respiratório e observamos o ar que entra e sai. O ar que entra e sai é o ponto de
concentração.
Quanto também entramos dentro desse ar, atingimos o estágio de nos
tornar a própria contemplação. É
entrando na própria concentração que podemos contemplar e concentrar ao mesmo
tempo. Nessa hora, conseguimos ter as
duas consciências: a Consciência Yang, que é a concentração, o ativo; e a
Consciência Yin, que é a contemplação, o passivo. A Consciência atinge o estado do Tai Chi, o
estado do Uno.
A Fixação é como um estado de êxtase quando não mais sentimos nosso
corpo, não mais sentimos nossa respiração, não mais existem pensamentos ativos,
apenas uma consciência fundida dentro de uma energia que não tem forma. É um estado de caos, onde não há
diferenciação.
Quem conduz a realização do
corpo por abraçar a Unidade,
Pode tornar-se indivisível;
Quem respira com pureza por
alcançar a suavidade,
Pode tornar-se criança;
Quem purifica através do
conhecimento do Mistério,
Pode tornar-se imaculado.
Ame o povo e governe o reino
através do “não-conhecimento”;
Ilumine e clareia os quatro
cantos através da “não-ação”;
Abra e feche a porta do Céu
através da “ação feminina”.
O que gera e cria,
Gera mas sem se apossar
Age sem querer para si
Cultiva mas sem dominar
Chama-se Misteriosa Virtude.
Este texto é extraído da
transcrição da gravação da Aula ministrada por Wu Jyh Cherng, em 09 e 16
de agosto de 1994, sobre o Capítulo 10
do Tao Te Ching, o Livro do Caminho e da Virtude, de Lao Tse - com Tradução e
Interpretação do Mestre Cherng.
Esta Aula foi transcrita e
sintetizada por Janine Milward.
O Título deste texto
foi idealizado por Janine e
não faz parte do texto original.
A tradução dos Capítulos do
Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português,
e foi primeiramente publicada pela Editora
Ursa Maior,
sendo hoje publicada pela Editora Mauad, São Paulo,
Brasil
Na Editora Mauad, São Paulo, Brasil,
encontra-se ainda no prelo a
realização da publicação, em breve,
das interpretações de Wu Jyh
Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao
Tse, o Tao Te Ching