Chuang Tzu diz: “Não busque o valor nas coisas que não têm valor”



Chuang Tzu diz:  “Não busque o valor nas coisas que não têm valor”

Wu Jyh Cherng

Os bens de difícil aquisição tornam a caminhada do homem prejudicada


Chuang Tzu diz:  “Não busque o valor nas coisas que não têm valor”.

O diamante é valioso.  No entanto, é uma pedra, apenas uma pedra.  É um conceito artificial criado em cima de uma coisa natural.

Quando se cria um valor em cima de alguma coisa, passa-se a ser  obcecado por esse mesmo valor, por essa coisa.  Cria-se um valor para então se tornar escravo dele.  Algo valioso para ser guardado exige sacrifício, tanto para tê-lo quanto para mantê-lo.  Isso torna o Caminho do homem prejudicado porque ele não caminha com naturalidade, nem com suavidade, nem com facilidade.

O homem pensa que precisa ter prestígio social e por isso precisa ter recursos, ser famoso e poderoso.

Quando o homem precisa ter aquilo que não tem, ele se sacrifica para ter.  ele tem que trabalhar em excesso para ganhar dinheiro.  Ou talvez tenha que roubar, fazer truques, mentir.

O homem paga com sua vida aquilo que ele pensa ser valioso.  Quando  conquista tudo, perde o objetivo da vida e pensa na morte.

É isso o que Lao Tse chama de ‘caminho prejudicado’.


Em resumo, nestas cinco primeiras frases Ele diz para que tentemos nos interiorizar, para que procuremos não sermos seduzidos pelas formas externas, para não nos desgastarmos, não alterarmos a consciência através da euforia, e para não procurarmos pelos falsos valores.

Para não vermos/ nos defrontarmos com a nossa realidade, ficamos projetando mil coisas para fóra, para nos distrair.  Tudo isso é exteriorização da consciência.  Podem ser cores, sons, sabores, prazeres, valores, criamos coisas e corremos atrás delas.


Por que o Taoísmo acha que a meditação é fundamental?

Pelo menos quinze minutos por dia, a gente deve se sentar, em silêncio, no silêncio e esquecermo-nos de tudo e voltarmo-nos para nós mesmos, dedicando-nos a nós mesmos.  Não pensar em ninguém, nem no trabalho, nem na buzina.  Prestar atenção só em nós mesmos, no nosso corpo e depois, na respiração.

Esse processo de interiorização é fundamental para nos colocarmos diante de nós mesmos e não nos distraindo com outras coisas.

Por isso, nós dizemos que a meditação do silêncio é a base de toda a prática espiritual Taoísta.  Esse é o meio de nos colocarmos diante de nós mesmos, sem julgamentos, sem pensamentos, sem querer nada, sem querer de querer nada.  Ficamos quietinhos, restabelecendo a consciência transparente, nos reestruturando, trazendo a paz interior e a tranqüilidade.


No final, Ele diz:

Por isso,
O Homem Sagrado se realiza pelo ventre e não pelo olho
Assim,
Afasta aqueles e escolhe este.


O ventre refere-se ao interior.  Os olhos, ao exterior.

Olha-se para algo que está lá fora.  No ventre, os filhos são gerados.

Uma vez, se perguntou qual era a diferença entre a arte do crítico e a arte do artista?

A arte do crítico é a arte de criticar.  A arte do artista é a arte do fazer.  O crítico olha e o artista faz. 

Por isso, Lao Tse diz:

O Homem Sagrado se realiza pelo ventre e não pelo olho


O Homem Sagrado produz.  Ele se volta para dentro.  Ele cria Arte.... ao invés de olhar a Arte para se distrair.

Quem apenas olha, não faz.


Na fase inicial da busca espiritual, faz-se de tudo.  Mas, a partir do momento em que se percebe uma profunda afinidade com uma determinada linguagem espiritual, a busca cessa e o homem volta-se para dentro.  Não se pode distrair demais.  Não se pode saber de tudo.


O Taoísta não deve ter orgulho.  Porém, nosso maior orgulho é o de pertencer à Escola dos realizadores e não à escola dos teóricos.



Essa foi a aula de hoje.  Voltem para casa e meditem.



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Capítulo 12
As cinco cores tornam os olhos do homem cegos
As cinco notas tornam os ouvidos do homem surdos
Os cinco sabores tornam a boca do homem insensível
Carreiras de caça no campo tornam o coração do homem enlouquecido
Os bens de difícil aquisição tornam a caminhada do homem prejudicada
Por isso,
O Homem Sagrado se realiza pelo ventre e não pelo olho
Assim,
Afasta aqueles e escolhe este
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FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

Este texto é extraído da transcrição da gravação da Aula ministrada por Wu Jyh Cherng, em agosto/setembro, sobre o Capítulo 12 do Tao Te Ching, o Livro do Caminho e da Virtude, de Lao Tse - com Tradução e Interpretação do Mestre Cherng.
Esta Aula foi transcrita e sintetizada por Janine Milward.
O Título deste texto
foi idealizado por Janine e não faz parte do texto original.
TAO TE CHING
O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE
Lao Tse, o Mestre do Tao
Tradução e Interpretação do Capítulo 12
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG
Transcrição e Síntese de Aula Gravada na Sociedade Taoísta do Brasil,
Rio de Janeiro, em agosto/setembro de 1994
Transcrição e Síntese de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português,
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior,
sendo hoje publicada pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil
Nesta mesma Editora, encontra-se
a realização da publicação das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching

Três Grandes Portais - Entradas e Saídas - de Energia



Três Grandes Portais - Entradas e Saídas - de Energia

Wu Jyh Cherng

Na prática espiritual do Taoísmo, consideramos que nosso corpo tenha três grandes portais - entradas e saídas - de energia.  Eles são:

Os olhos - relacionados à visão
Os ouvidos - relacionados à audição
Os olhos e as narinas - relacionados ao paladar

São três portais que se relacionam com o mundo externo.

Quando uma pessoa é atraída excessivamente por algo externo que chame a atenção, sua energia vital é puxada para fora.

Quando olhamos diretamente para algo, nossa energia vital é sugada para aquilo que se olha.

Por isso, Lao Tse diz: 

As cinco cores tornam os olhos do homem cegos


Na pratica da meditação, a gente traz a energia para o interior.  Os olhos ficam fechados para que a energia não se esvaia pelos olhos.

Quando se ouve muitos sons, a energia vital é puxada por esse mesmo som, para fora.  Então, se perde a energia vital.



Temos Três Tesouros, os quais chamamos de Essência, Sopro e Espírito.

O Espírito é a Consciência.
O Sopro é a energia vital do nosso corpo.
Essência são os fluídos do nosso corpo.

Quando toda a nossa consciência está ligada com as várias coisas externas, os fluidos evaporam para fora.  As energias vitais vão abandonando o corpo.  A consciência fica pressionada pelas formas externas; começa a se esvaziar interiormente e esse esvaziamento vai prejudicar a capacidade mental, vai alterar a capacidade emocional, e vai reduzir a capacidade física da pessoa.  É um esvaziamento.

A prática da meditação é exatamente o contrário disso.

A visão é trazida para o interior, a audição e a respiração também.  Dessa maneira, a energia toda é trazida para dentro.

Se a atenção está no ar em que respiramos, então a energia também virá através do ar que respiramos.

Quando estamos como uma estátua erguida em um lugar evidente, num lugar que todos vêem, a energia se volta para nós.

Quando olhamos uma imagem - como no Corcovado -, uma parte dessa energia - mesmo que seja minúscula e invisível -, vai para essa imagem.

Sendo a imagem colocada num local bem visível, ela sofre as energias advindas de todas as direções.  E aquele local acaba se tornando um centro de forças.

São como os missionários que chegaram à América.  Construíram cruzeiros e igrejas em lugares que chamavam a atenção.  E o índio que não entendia nada daquilo, se sentia atraído; e quando olhava, sua energia se dirigia para o cruzeiro e para a igreja, criando, assim, força.  Dessa maneira, isso é involuntário.

Estamos o tempo todo voltados para as coisas que nos chamam a atenção externamente.  Mais ainda na sociedade moderna em que vivemos.  Os meios de comunicação, o marketing, tudo isso chama sua atenção e retira sua energia.


O mesmo princípio de algo evidente que chame a atenção de todos, serve como meio de descarrego de energia.

Um vaso de flor numa mesa de trabalho em local muito tenso, atrai para si a energia dos olhares.

Existem Mestres Sábios que criam coisas em regiões de energia negativa e prejudicial, para trazerem o descarrego.

Como também existem pessoas espertas que usam as energias acumuladas nas imagens e se apropriam delas, para mau uso.

Tudo aquilo que se vê, absorve energia.

Algo extremamente evidente, atrai energia.

A medalha de proteção traz uma divindade, uma imagem, que representa uma crença sua.  Pode ser uma crença filosófica ou religiosa.  Traz um fortalecimento interior.  Por outro lado, a medalha de proteção é um pára-raios: quando um  ‘mau-olhado’ atingir a pessoa, ‘baterá’ na medalha de proteção e lá descarregará.

Normalmente, a medalha de proteção é colocada na altura do peito, do coração.

Normalmente, a energia ruim atinge a pessoa na altura do coração ou do umbigo, na altura do estomago ou na nuca.

Os maus-olhados nem sempre são conscientes.

A inveja pode ser inconsciente, incontrolável.

O descarrego pode ser feito através das forças móveis: vento, água, água corrente, fogo, banhos.  Nunca se deve dormir sem banho.  O banho antes de dormir descarrega o corpo de tudo o que ele teve que passar durante o dia.

Quando estamos lúcidos, a energia está muito mais ativa.  Quando se relaxa, o campo de defesa fica menos ativo, portanto, toda aquela energia que está contida pela parte externa da aura, entra no corpo relaxado.

Durante o dia, num corpo ativo, a energia vai de dentro para fora.  Ao dormir e relaxar, a energia retorna para dentro.  Portanto, nessa hora, se o corpo não estiver descarregado, vai entrar toda a energia cumulada na periferia.

É bom comer bem, dormir bem, caminhar, tomar banho de sol, ter menos desgastes emocionais.

Os amuletos e as medalhas de proteção devem ser descarregados debaixo da torneira de água, com fumaça de incenso.  Também na cachoeira, no mar.

No banho de sal grosso, como acontece no Brasil, deve-se depois tomar o banho normal.

Quando a pessoa fica todo o tempo voltada para o chamariz exterior, através da visão, do som, dos sabores, sua energia vai se desgastando.

Por isso, Lao Tse, no primeiro trecho, aconselha às pessoas a evitarem os excessos.


Os três portais podem ser de saída ou de entrada.

Quando se inspira, o ar entra.
Quando se come, a energia dos alimentos entra.
Quando se fecha a atenção para o interior, a energia entra dentro de nós.

Quando se deixa de ouvir o som externo para se ouvir o som interno, trazemos a energia para o interior e nos fortalecemos.

Quanto mais a consciência se interioriza, maior centralização de forças dentro de nós.


Isso é exatamente o que Lao Tse diz na última frase:


Por isso,
O Homem Sagrado se realiza pelo ventre e não pelo olho

Assim,
Afasta aqueles e escolhe este




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Capítulo 12
As cinco cores tornam os olhos do homem cegos
As cinco notas tornam os ouvidos do homem surdos
Os cinco sabores tornam a boca do homem insensível
Carreiras de caça no campo tornam o coração do homem enlouquecido
Os bens de difícil aquisição tornam a caminhada do homem prejudicada
Por isso,
O Homem Sagrado se realiza pelo ventre e não pelo olho
Assim,
Afasta aqueles e escolhe este
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FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

Este texto é extraído da transcrição da gravação da Aula ministrada por Wu Jyh Cherng, em agosto/setembro, sobre o Capítulo 12 do Tao Te Ching, o Livro do Caminho e da Virtude, de Lao Tse - com Tradução e Interpretação do Mestre Cherng.
Esta Aula foi transcrita e sintetizada por Janine Milward.
O Título deste texto
foi idealizado por Janine e não faz parte do texto original.
TAO TE CHING
O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE
Lao Tse, o Mestre do Tao
Tradução e Interpretação do Capítulo 12
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG
Transcrição e Síntese de Aula Gravada na Sociedade Taoísta do Brasil,
Rio de Janeiro, em agosto/setembro de 1994
Transcrição e Síntese de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português,
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior,
sendo hoje publicada pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil
Nesta mesma Editora, encontra-se
a realização da publicação das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching

A Consciência sobre o que comer



A Consciência sobre o que comer

Wu Jyh Cherng


Um dos juramentos do monge Taoísta é o de não sacrificar a vida em função do prazer pessoal. Comer carne como espécie de busca do prazer, traz o sacrifício da vida.

Se não tivermos uma outra coisa para comer e se a carne for necessária para a sobrevivência..., então, sim.

O Taoísmo não trabalha com regras rígidas. O Taoísmo trabalha com a Consciência. O Taoísmo valoriza a vida: é preciso se estar vivo para se poder realizar o trabalho espiritual.

Se for vegetariano e um dia quiser comer peixe, ou simplesmente qualquer outra coisa, siga sua consciência e não deixe que a culpa faça surgirem indigestão ou mal-estar. É preciso se estar consciente das coisas, se ter consciência das coisas.

Essa é a diferença entre o Taoísmo e as outras doutrinas que enfatizam a rigidez do preceito em si - mesmo mais do que a conscientização.

O Taoísmo é uma Tradição que se preocupa muito com a saúde. O Chi Kun, o Tai Chi Chuan, a Acupuntura e outras terapias e artes são provenientes do Taoísmo.

O Taoísmo pensa que alimentação vegetariana é bem mais saudável para o organismo humano, mais fácil de ser digerida. O mito sobre as proteínas animais é um mito. O homem não precisa assim de gordura animal. O homem pode ser vegetariano e comer de tudo e não ter nenhum problema de saúde. Ao contrário. Não é preciso ficar se abastecendo de ovos e de laticínios. Eles também causam danos à saúde, quando em excesso.

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Capítulo 12
As cinco cores tornam os olhos do homem cegos
As cinco notas tornam os ouvidos do homem surdos
Os cinco sabores tornam a boca do homem insensível
Carreiras de caça no campo tornam o coração do homem enlouquecido
Os bens de difícil aquisição tornam a caminhada do homem prejudicada
Por isso,
O Homem Sagrado se realiza pelo ventre e não pelo olho
Assim,
Afasta aqueles e escolhe este
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FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

Este texto é extraído da transcrição da gravação da Aula ministrada por Wu Jyh Cherng, em agosto/setembro, sobre o Capítulo 12 do Tao Te Ching, o Livro do Caminho e da Virtude, de Lao Tse - com Tradução e Interpretação do Mestre Cherng.
Esta Aula foi transcrita e sintetizada por Janine Milward.
O Título deste texto
foi idealizado por Janine e não faz parte do texto original.
TAO TE CHING
O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE
Lao Tse, o Mestre do Tao
Tradução e Interpretação do Capítulo 12
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG
Transcrição e Síntese de Aula Gravada na Sociedade Taoísta do Brasil,
Rio de Janeiro, em agosto/setembro de 1994
Transcrição e Síntese de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português,
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior,
sendo hoje publicada pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil
Nesta mesma Editora, encontra-se
a realização da publicação das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching

Tudo em excesso é prejudicial às pessoas


Tudo em excesso é prejudicial às pessoas

Wu Jyh Cherng


Ao pé da letra, se diz que muitas cores fazem mal à vista.  Aos olhos.  Muito som prejudica a audição.  Muitos sabores não fazem bem ao paladar.  Muita euforia enlouquece a mente da pessoa.  Excesso de desejo de valores, tornam o caminho do homem mais difícil, mais prejudicado.


Por isso,
O Homem Sagrado se realiza pelo ventre e não pelo olho


Ele se realiza voltado para dentro e não voltado para fora.  E assim, afasta as cinco cores, os sons, os sabores, os bens de difícil obtenção para poder ficar com a tranqüilidade, poder se interiorizar, poder não se tornar sendo cego ou insensível.

À primeira vista, o conselho do Sábio é dessa natureza.  As cinco cores, as cinco notas, os cinco sabores significam todas as cores, todas as notas, todos os sabores.  Tradicionalmente, na China, as notas musicais são cinco em vez de sete.


Tudo isso corresponde ao conceito simbólico dos cinco elementos.

ELEMENTO                 COR                             NOTA                          SABOR

Madeira                       azul                             Mi                               ácido
Fogo                            vermelho                      Sol                              amargo
Terra                           amarelo                       Dó                               doce
Metal                          branco                         Ré                                picante
Água                            preto                           Lá                                salgado


Também correspondem às cinco direções:  Leste  Sul   Centro   Oeste   Norte

Correspondem às quatro estações e mais o final de cada estação.

Simbolicamente, se fala de tudo.



As cinco cores tornam os olhos do homem cegos
As cinco notas tornam os ouvidos do homem surdos
Os cinco sabores tornam a boca do homem insensível


Quando uma pessoa é hiper estimulada pelos vários tipos de sabores, acaba perdendo a capacidade de saborear realmente os alimentos.

A pessoa perde a capacidade de perceber a fluidez e a harmonia da música e do som.

Tudo em excesso, é prejudicial nas pessoas.

Têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem; têm boca e não saboreiam.


Dentro da prática Taoísta, se propõe às pessoas não usarem cores fortes, sabores fortes, sons fortes, para a vista não se desgastar com a excessividade das cores.

Evitar sons radicais como a música moderna.  As passagens das notas devem ser mais suaves, mais moduladas.  A audição sente um contraste muito grande.

Tudo com sabor muito forte acaba com o tempo entorpecendo o paladar.  Quando se usa quase nenhum sal, ou pimenta, ou açúcar, basta ser a comida um pouco mais temperada, para se perceber logo.

Tanto as cores, como os sons, como os sabores devem ter sua freqüência de forma mais natural, menos carregada.

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Capítulo 12



As cinco cores tornam os olhos do homem cegos
As cinco notas tornam os ouvidos do homem surdos
Os cinco sabores tornam a boca do homem insensível
Carreiras de caça no campo tornam o coração do homem enlouquecido
Os bens de difícil aquisição tornam a caminhada do homem prejudicada

Por isso,
O Homem Sagrado se realiza pelo ventre e não pelo olho
Assim,
Afasta aqueles e escolhe este

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FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward
Este texto é extraído da transcrição da gravação da Aula ministrada por Wu Jyh Cherng, em agosto/setembro, sobre o Capítulo 12 do Tao Te Ching, o Livro do Caminho e da Virtude, de Lao Tse - com Tradução e Interpretação do Mestre Cherng.
Esta Aula foi transcrita e sintetizada por Janine Milward.
O Título deste texto
foi idealizado por Janine e não faz parte do texto original.


TAO TE CHING

O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE

Lao Tse, o Mestre do Tao

Tradução e Interpretação do Capítulo 12
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG

Transcrição e Síntese de Aula Gravada na Sociedade Taoísta do Brasil,
Rio de Janeiro, em agosto/setembro de 1994

Transcrição e Síntese de Janine Milward


A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português,

 e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior,
sendo hoje  publicada pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil

Nesta mesma Editora, encontra-se
a realização da publicação das interpretações de Wu Jyh Cherng
 acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching




Através do simples se dispara para a universalização. Através da universalização, se encaminha para a infinitude e para o Absoluto.

 

Através do simples se dispara para a universalização.  







Através da universalização, se encaminha para a infinitude e para o Absoluto. 

Wu Jyh Cherng

Assim, da existência vem o valor
E da não-existência, a utilidade



Todo o trabalho de Lao Tse é extremamente sintético porém extremamente profundo. 

Ching significa síntese, mutação, mutável e imutável e transmutação.  A síntese representa a natureza do Tao Te Ching.  O Tao Te Ching é um texto extremamente sintético onde não aparece um nome humano sequer, não tem nenhuma palavra referente a tempo ou lugar ou pessoa.  Foi escrito com apenas cinco mil ideogramas e se juntarmos todos os textos, teremos apenas vinte páginas.  É um texto sintético mas é através da síntese que nos ligamos com todas as coisas.  Por isso, o Tao Te Ching, apesar de ter sido escrito há cerca de três mil anos, na China, no outro lado do mundo, pode ser pensado e aplicado em todos os países, em todas as civilizações.  Só a síntese pode fazer isso.

O simples não tem qualquer característica - diferente do acessório que é temporal e localizado. 

O simples é uma linguagem pura e o Caminho do Tao tem que começar pela linguagem pura sem se deter na barreira da cultura, do temperamento e da personalidade. 

Através do simples se dispara para a universalização.  Através da universalização, se encaminha para a infinitude e para o Absoluto. 

Dessa maneira, pode-se viver com naturalidade, leveza, abrangência e quietude.

 Capítulo 11


Trinta raios convergem ao Vazio do centro da roda
Através dessa não-existência
Existe a utilidade do veículo

A argila é trabalhada em forma de vasos
Através da não-existência
Existe a utilidade do objeto

Portas e janelas são abertas na construção da casa
Através da não-existência
Existe a utilidade da casa

Assim, da existência vem o valor
E da não-existência, a utilidade

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FOTO: Sítio das Estrelas, Janine Milward 


TAO TE CHING

O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE

Lao Tse, o Mestre do Tao

Tradução e Interpretação do Capítulo 11
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG

Transcrição e Síntese de Aula Gravada na Sociedade Taoísta do Brasil,
Rio de Janeiro, em agosto de 1994

Transcrição e Síntese de Janine Milward


A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português,
 e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior,
sendo hoje  publicada pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil

Nesta mesma Editora, encontra-se ainda no prelo
a realização da publicação, em breve, das interpretações de Wu Jyh Cherng

 acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching

O corpo é a residência da alma, a residência do espírito.





O corpo é a residência da alma, a residência do espírito.



Wu JYh Cherng

Portas e janelas são abertas na construção da casa
Através da não-existência
Existe a utilidade da casa


Se construirmos uma casa sem portas nem janelas, não teremos uma casa.  Nosso corpo é uma casa. 

O corpo é a residência da alma, a residência do espírito.

Nosso corpo é feito de diversas portas e janelas: nossa audição, nossa visão, nosso olfato, nossa respiração, nosso paladar, nosso tato, nossos pensamentos e nossa reflexão.

Nosso corpo serve como proteção de nossa alma.  Uma pessoa sem corpo físico tem que flutuar no mundo astral e é muito frágil.

Quando moramos num corpo físico, temos a residência como limitação do morador.  Também nossa alma fica temporariamente limitada.  Ao mesmo tempo, o corpo faz com que alma não fique sujeita a impactos externos violentos. 

Precisamos então  saber trabalhar o equilíbrio entre a residência e a não-residência.

 Precisamos ter portas para sair quando tivermos que sair e para voltar quando tivermos que voltar.  Usar a casa quando tivermos que usá-la e deixar a casa quando assim for necessário.  Abrir as janelas para podermos - sem sair dentro de nós - encher-nos com algo que está fora de nós.

É preciso haver uma abertura no interior para podermos enxergar as verdades.  Uma abertura em nossa alma para podermos ouvir as verdades.  Uma abertura que possa proporcionar o vazio interior.

O silêncio interior é fundamental.  Esse silêncio é o silêncio da roda. É o silêncio e é o vazio das janelas e portas da casa.  É o vazio do recipiente que o torna útil.

Sem o silêncio, nos tornaremos um recipiente inútil.  Uma roda que não gira, uma casa de onde não se entra nem se sai.  Seremos, então, prisioneiros da nossa vida.

Por isso, Ele diz:

Assim, da existência vem o valor
E da não-existência, a utilidade



Todo o trabalho de Lao Tse é extremamente sintético porém extremamente profundo. 

Capítulo 11


Trinta raios convergem ao Vazio do centro da roda
Através dessa não-existência
Existe a utilidade do veículo

A argila é trabalhada em forma de vasos
Através da não-existência
Existe a utilidade do objeto

Portas e janelas são abertas na construção da casa
Através da não-existência
Existe a utilidade da casa

Assim, da existência vem o valor
E da não-existência, a utilidade

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FOTO: Sítio das Estrelas, Janine Milward 

TAO TE CHING

O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE

Lao Tse, o Mestre do Tao

Tradução e Interpretação do Capítulo 11
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG

Transcrição e Síntese de Aula Gravada na Sociedade Taoísta do Brasil,
Rio de Janeiro, em agosto de 1994

Transcrição e Síntese de Janine Milward


A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português,
 e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior,
sendo hoje  publicada pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil

Nesta mesma Editora, encontra-se ainda no prelo
a realização da publicação, em breve, das interpretações de Wu Jyh Cherng

 acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching