Eu não conheço seu nome

Foto: Eu não conheço seu nome
Chamo-o de Caminho
Me esforçando por denominá-lo, chamo-o de Grande
“Grande” significa Ir
“Ir” significa Distante
“Distante” significa Retornar


ESTE TRECHO DO CAPÍTULO 25
 FOI EXTRAÍDO DE
TAO TE CHING
O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE
Lao Tse, o Mestre do Tao
Tradução e Interpretação do Capítulo 25
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG


“Eu não conheço seu nome” - nem poderia, porque o Tao não tem nome.

“Chamo-o de Caminho” - essa é a diferença essencial entre o Taoísmo e as demais religiões.  Enquanto as religiões usam o termo “Deus”, nós usamos Caminho.

O que é Caminho?

Caminho é um curso que só existe ao caminharmos sobre ele.  Se não praticarmos o Caminho, o caminho não existe.

Para a pessoa que não vive em si a integração com o Absoluto, não existe Caminho, não existe o Tao.  Dentro da linguagem ocidental para aqueles que usam o termo “Deus”, essa pessoa pode ser chamada de ‘ateu’.

Para aquela pessoa que vive essa integração e essa busca interior, existe o Caminho.  O Caminho é aquele que se anda, é a própria busca.  Nessa busca se encontra o Absoluto.  Quando o homem aprende a viver o silêncio, está no Caminho.  O Caminho é o próprio silêncio.  O Silêncio é o próprio Absoluto.  O sagrado, o Absoluto, o Deus, está dentro do homem que está em seu Caminho.

Não existe o Caminho se todas essas coisas não acontecerem.

Lao Tse diz que “não conhece seu nome” mas precisa dizer alguma coisa para a pessoa que ainda não alcançou esse estado do Absoluto, então chama-O de Tao.  Tao significa Caminho.

Parece que Ele diz “não procure Deus, busque seu Caminho.  Realizando seu Caminho, Deus estará em você”, naturalmente.

E o Tao não se chama Deus porque se se chamar Deus haverá de ter um nome e o Tao não tem nome.

.....................................................................



Me esforçando por denominá-lo, chamo-o de Grande
“Grande” significa Ir
“Ir” significa Distante
“Distante” significa Retornar


Imaginemos um discípulo perguntado:  “Mestre, o que é o Absoluto?  O que você está buscando?”  

Lao Tse responderia: “Bem, o que eu estou buscando não dá para dizer.  Podemos chamar de Tao.  Tao é o Caminho que devemos seguir para encontrá-lO e realizá-lO e nos tornar o próprio Tao”.

E o discípulo continua:  “Mas, Mestre, seja mais objetivo...”.  

O Mestre responde:  “Se você precisa da linguagem, pode chama-lO de Grande”

- “O que é Grande?”

- “Grande quer dizer Ir.

- “Mas.... ir para onde?”

- “Ir no Caminho...”

- “Mas, ir, o que é ir?”

- “Ir significa Distante”.

- “O que se busca?”

- “O Caminho”.

- “O que é o Caminho?”

- “Caminhando se saberá...”

- “É longe?”

- “Longe, onde é longe?”   E Lao Tse conclui:  “Longe é aqui”.

Por isso, “Distante significa Retornar”.


Esses versos podem ser compreendidos em nível mais rasteiro, não  como em um nível metafísico, nem como estudo filosófico ou espiritual mas apenas sendo vistos como uma orientação prática.

O Caminho do Taoísmo precisa ser praticado: “Ir”.  Um caminho por onde as pessoas não andam, não é um caminho.  Uma vez entrando no Caminho, vai-se longe, vai-se profundamente e se retorna para a simplicidade, para o natural.

Mestre Maa sempre diz que o taoísta deve fazer para si mesmo um grande voto, ter uma grande meta e entrar profundamente no Caminho.  A grandeza deve ser de um tamanho que não possa ser descrita, deve ser infinita.

No ocidente, as pessoas são incentivadas a quererem mais e mais as coisas materiais e não a aspirarem uma grande meta espiritual.  Também as pessoas são instruídas a não se compararem com deus, a sempre agirem c Omo meros mortais.

Para o Taoísmo, o homem buscar sua plenitude espiritual não é uma ousadia, uma pretensão.  É, sim, natural e é um dever.

As demais religiões consideram que uma pessoa que ajuda os pobres e os necessitados, que faz trabalho de benefício social, construí  templos, etc, essa pessoa é considerada de grande mérito.

O Taoísmo não vê nisso nenhum mérito.  Agir assim é simplesmente natural, é o que deve ser, é um dever.  Aquilo que o mundo ocidental considera como meritório, nós consideramos como nada de mais, nada de menos; e sim, como natural.

Outras coisas que as outras religiões consideram como ambição excessiva ou pretensão, nos consideramos como nada de mais, nada de menos; e sim, como naturais e inevitáveis.

Esse é o caminho da naturalidade: seguir e fazer, simplesmente.

O Taoísmo é grande como o próprio Tao: é preciso ir, ir fundo no Caminho e nem por isso se perde o retorno...  Isso é ser uma pessoa comum,  natural e simples.  Ser natural significa retornar.  Ir distante e retornar.  Retornar significa viver profundamente cada gesto, cada vida, cada segundo.

O profundo não deve ser uma força separativa, que distancia, que dualiza, que opõe o homem aos outros, sem a integração entre o homem e as divindades e menos ainda sem a integração entre as divindades.  Menos ainda opondo a expressão à não-expressão, a manifestação à não-manifestação, do Céu Anterior ao Céu Posterior, o Tao manifestado ao Tao não-manifestado.

CAPÍTULO 25

Há algo completamente entorpecido
Anterior à criação do céu e da terra
Quieto e êrmo
Independente e inalterável
Move-se em círculo e não se exaure
Pode-se considera-lo a Mãe sob o céu

Eu não conheço seu nome
Chamo-o de Caminho
Me esforçando por denominá-lo, chamo-o de Grande
“Grande” significa Ir
“Ir” significa Distante
“Distante” significa Retornar

O Caminho é grande
O céu é grande
A terra é grande
O rei é grande
Dentro do universo há quatro grandes e o rei é um deles

O homem se orienta pela terra
A terra se orienta pelo céu
O céu se orienta pelo Caminho
O Caminho se orienta por sua própria natureza


ESTE TRECHO FOI EXTRAÍDO DE
TAO TE CHING

O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE

Lao Tse, o Mestre do Tao

Tradução e Interpretação do Capítulo 25
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG

Transcrição e Síntese de Aula Gravada na Sociedade Taoísta do Brasil, 
Rio de Janeiro, em 03 de janeiro de 1995

Transcrição e Síntese de Janine Milward


A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng, 
do chinês para o português,
 e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior,
sendo hoje  publicada pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil

Nesta mesma Editora, encontra-se 
a realização da publicação das interpretações de Wu Jyh Cherng
 acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching


Eu não conheço seu nome
Chamo-o de Caminho
Me esforçando por denominá-lo, chamo-o de Grande
“Grande” significa Ir
“Ir” significa Distante
“Distante” significa Retornar


ESTE TRECHO DO CAPÍTULO 25
 FOI EXTRAÍDO DE
TAO TE CHING
O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE
Lao Tse, o Mestre do Tao
Tradução e Interpretação do Capítulo 25
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG


Eu não conheço seu nome” - nem poderia, porque o Tao não tem nome.

Chamo-o de Caminho” - essa é a diferença essencial entre o Taoísmo e as demais religiões.  Enquanto as religiões usam o termo “Deus”, nós usamos Caminho.

O que é Caminho?

Caminho é um curso que só existe ao caminharmos sobre ele.  Se não praticarmos o Caminho, o caminho não existe.

Para a pessoa que não vive em si a integração com o Absoluto, não existe Caminho, não existe o Tao.  Dentro da linguagem ocidental para aqueles que usam o termo “Deus”, essa pessoa pode ser chamada de ‘ateu’.

Para aquela pessoa que vive essa integração e essa busca interior, existe o Caminho.  O Caminho é aquele que se anda, é a própria busca.  Nessa busca se encontra o Absoluto.  Quando o homem aprende a viver o silêncio, está no Caminho.  O Caminho é o próprio silêncio.  O Silêncio é o próprio Absoluto.  O sagrado, o Absoluto, o Deus, está dentro do homem que está em seu Caminho.

Não existe o Caminho se todas essas coisas não acontecerem.

Lao Tse diz que “não conhece seu nome” mas precisa dizer alguma coisa para a pessoa que ainda não alcançou esse estado do Absoluto, então chama-O de Tao.  Tao significa Caminho.

Parece que Ele diz “não procure Deus, busque seu Caminho.  Realizando seu Caminho, Deus estará em você”, naturalmente.

E o Tao não se chama Deus porque se se chamar Deus haverá de ter um nome e o Tao não tem nome.

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Me esforçando por denominá-lo, chamo-o de Grande
“Grande” significa Ir
“Ir” significa Distante
“Distante” significa Retornar


Imaginemos um discípulo perguntado:  “Mestre, o que é o Absoluto?  O que você está buscando?” 

Lao Tse responderia: “Bem, o que eu estou buscando não dá para dizer.  Podemos chamar de Tao.  Tao é o Caminho que devemos seguir para encontrá-lO e realizá-lO e nos tornar o próprio Tao”.

E o discípulo continua:  “Mas, Mestre, seja mais objetivo...”. 

O Mestre responde:  “Se você precisa da linguagem, pode chama-lO de Grande”

-          “O que é Grande?”

-          “Grande quer dizer Ir.

-          “Mas.... ir para onde?”

-          “Ir no Caminho...”

-          “Mas, ir, o que é ir?”

-          “Ir significa Distante”.

-          “O que se busca?”

-          “O Caminho”.

-          “O que é o Caminho?”

-          “Caminhando se saberá...”

-          “É longe?”

-          “Longe, onde é longe?”   E Lao Tse conclui:  “Longe é aqui”.

Por isso, “Distante significa Retornar”.


Esses versos podem ser compreendidos em nível mais rasteiro, não  como em um nível metafísico, nem como estudo filosófico ou espiritual mas apenas sendo vistos como uma orientação prática.

O Caminho do Taoísmo precisa ser praticado: “Ir”.  Um caminho por onde as pessoas não andam, não é um caminho.  Uma vez entrando no Caminho, vai-se longe, vai-se profundamente e se retorna para a simplicidade, para o natural.

Mestre Maa sempre diz que o taoísta deve fazer para si mesmo um grande voto, ter uma grande meta e entrar profundamente no Caminho.  A grandeza deve ser de um tamanho que não possa ser descrita, deve ser infinita.

No ocidente, as pessoas são incentivadas a quererem mais e mais as coisas materiais e não a aspirarem uma grande meta espiritual.  Também as pessoas são instruídas a não se compararem com deus, a sempre agirem c Omo meros mortais.

Para o Taoísmo, o homem buscar sua plenitude espiritual não é uma ousadia, uma pretensão.  É, sim, natural e é um dever.

As demais religiões consideram que uma pessoa que ajuda os pobres e os necessitados, que faz trabalho de benefício social, construí  templos, etc, essa pessoa é considerada de grande mérito.

O Taoísmo não vê nisso nenhum mérito.  Agir assim é simplesmente natural, é o que deve ser, é um dever.  Aquilo que o mundo ocidental considera como meritório, nós consideramos como nada de mais, nada de menos; e sim, como natural.

Outras coisas que as outras religiões consideram como ambição excessiva ou pretensão, nos consideramos como nada de mais, nada de menos; e sim, como naturais e inevitáveis.

Esse é o caminho da naturalidade: seguir e fazer, simplesmente.

O Taoísmo é grande como o próprio Tao: é preciso ir, ir fundo no Caminho e nem por isso se perde o retorno...  Isso é ser uma pessoa comum,  natural e simples.  Ser natural significa retornar.  Ir distante e retornar.  Retornar significa viver profundamente cada gesto, cada vida, cada segundo.

O profundo não deve ser uma força separativa, que distancia, que dualiza, que opõe o homem aos outros, sem a integração entre o homem e as divindades e menos ainda sem a integração entre as divindades.  Menos ainda opondo a expressão à não-expressão, a manifestação à não-manifestação, do Céu Anterior ao Céu Posterior, o Tao manifestado ao Tao não-manifestado.

CAPÍTULO 25

Há algo completamente entorpecido
Anterior à criação do céu e da terra
Quieto e êrmo
Independente e inalterável
Move-se em círculo e não se exaure
Pode-se considera-lo a Mãe sob o céu

Eu não conheço seu nome
Chamo-o de Caminho
Me esforçando por denominá-lo, chamo-o de Grande
“Grande” significa Ir
“Ir” significa Distante
“Distante” significa Retornar

O Caminho é grande
O céu é grande
A terra é grande
O rei é grande
Dentro do universo há quatro grandes e o rei é um deles

O homem se orienta pela terra
A terra se orienta pelo céu
O céu se orienta pelo Caminho
O Caminho se orienta por sua própria natureza


ESTE TRECHO FOI EXTRAÍDO DE
TAO TE CHING

O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE

Lao Tse, o Mestre do Tao

Tradução e Interpretação do Capítulo 25
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG

Transcrição e Síntese de Aula Gravada na Sociedade Taoísta do Brasil,
Rio de Janeiro, em 03 de janeiro de 1995

Transcrição e Síntese de Janine Milward


A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português,
 e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior,
sendo hoje  publicada pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil

Nesta mesma Editora, encontra-se
a realização da publicação das interpretações de Wu Jyh Cherng

 acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching