Os Eclipses
Solares
na Astrologia da Alma
e do Auto-Conhecimento
Janine Milward
O momento de um eclipse solar é sempre
um instante de interiorização, de contacto com o Vazio que existe dentro de
nós, demonstrado pelo Vazio que preenche a Luz do Sol, que simboliza a Criação
e o Poder da Criação.
No entanto, é o Vazio aquele que estrutura a Criação e o
Poder da Criação... Dessa maneira, sempre o evento de um eclipse do Sol é
importante para que cada um de nós busquemos a Criação e o Vazio dentro de nós
- o Yang e o Yin.
É tempo de presenciarmos dentro de
nossos corações o verdadeiro enlace do Grande Pai e da Grande Mãe que existe
dentro de nós, em nossa encarnação e também em nosso Espírito e em nossa Alma.
É o grande encontro entre o Céu e a Terra, tendo a nós, os homens com mentes
atuantes, como aqueles que podem realizar e compreender esse Encontro Celeste.
Na Meditação, o momento do êxtase pleno
não é simplesmente o momento do ingresso na Grande Luz do Sublime Yang.... é
fundamentalmente o momento do ingresso na Grande Não-Luz do Sublime Yin, o
Vazio Supremo, a fusão com a Suprema Consciência, com o Tao da Criação.
Também dentro de nosso Mapa Astral
Natal é interessante observamos o ponto onde cai o eclipse do Sol em relação à
Casa e seus aspectos com outras Casas e outros Planetas e estrelas fixas.
Não
devemos nos esquecer que nosso Mapa é o Risco do Bordado tecido por nossa alma
ao ingressar na matéria, na Terra. Sendo assim, todos esses eventos celestes
importantes sem dúvida alguma colocam suas marcas em nossa vida.
Arquetipicamente, o Sol é a imagem do
Grande Pai, do Sublime Yang, e a Lua é a imagem da Mãe, do Sublime Yin.
No momento
do encontro do Sol e da Lua, acontece a verdadeira simbiose, a verdadeira
fusão, o maravilhante casamento do Yang e do Yin. Tudo cessa, para tudo
novamente re-começar.
O Eclipse do Sol sempre marca algo que
vai terminar e algo que vai começar. E entre este término e seu novo começo
existe um hiato, um vazio.
Portanto, dentro de nosso Mapa Astral,
o ponto do encontro do Sol e da Lua nos revela o lugar aonde tudo tem um final
para dar lugar a um novo começo.
É um ponto de compreensão, de sabedoria, de
fusão com o Céu e a Terra, com o pai e com a mãe, com o Yang e com o Yin.
O Eclipse Solar acontecendo junto à
Cabeça do Dragão
e a Mãe-Gaia, a Terra/Homem,
acontecendo junto à Cauda do Dragão:
O Nodo Norte, a Cabeça do Dragão, vem
nos falar de tudo aquilo que é futuro a partir do nosso momento presente. É
sempre o aqui-e-agora voltado para o futuro, é o salto do Guerreiro Espiritual
para vivenciar suas outras vidas vindouras neste aqui e agora de sua
encarnação. É a outra face da moeda, o revirão da vida, o recomeço, o
renascimento. Para melhor viver o futuro, é sempre bom entrar no Vazio,
esvaziar tudo, tudo, abrir-se para o Tudo, o Nada e o Todo.
Portanto, estando o Sol e a Lua encenando o
momento cíclico mensal da Lua Nova e ambos atuando de forma inteiramente
equilibrada dentro da linha dos Nodos em relação às suas órbitas e à órbita da
terra, podemos compreender que esse momento deve trazer ao Planeta Terra a
possibilidade de abertura de seus novos caminhos em termos de sua evolução,
apontando para as questões divisadas dentro do leque de arquétipos contidos no
signo onde o essa cena se encontra!
O Nodo Sul, a Cauda do Dragão, por
outro lado, vem nos falar de tudo aquilo que é passado. E, em sendo passado,
não deve retornar, não deve ser retido, apenas lembrado.... Então, o melhor a
ser feito é deixar aquilo que não mais tem sentido ou valor, para trás,
pertencendo ao passado. Aqui
encontraremos a Terra, nossa Mãe-Gaia, atuando no sentido de ainda conservar
para si uma série de assimilações e des-assimilações realizadas pelo Sol e pela
Lua no Nodo Norte, e cabe à Terra conservar para si tudo aquilo que é
aconselhável permanecer ainda em cena e deixar para trás tudo aquilo que deve
ser deixado para trás.
O Eclipse Solar acontecendo junto à
Cauda do Dragão
e a Mãe-Gaia, a Terra/Homem,
acontecendo junto à Cabeça do Dragão:
Sol e Lua conjugados à Cauda do Dragão,
estarão possivelmente podendo restaurar
tudo aquilo que é passado em termos de concretização e de trabalho e de
serviço no Planeta Terra e que serve para ser reorientado para o futuro e sua
renovação; a Terra estará plenamente
adentrada e conjugada à Cabeça do Dragão, olhando para o caminho que segue para
o futuro e sua renovação.
Sendo a Lua Nova um momento de
conclusão plena do ciclo anterior e de abertura dos novos começos do ciclo
a-vir-a-ser, o Sol e a Lua conjugados à Cauda do Dragão tendem a expelir,
deixar ir, considerar real passado, tudo aquilo que não mais deverá pertencer
ao novo ciclo. E as questões que estão
sendo atualizadas e assimiladas para assumirem um novo contexto de ciclo, são
atuadas pela Terra/Homem dentro da Cabeça do Dragão.
O Trem da Vida é a memória da alma sobre si mesma, seus registros, suas lembranças, suas afinidades e não-afinidades. Quando a alma escolhe aquele determinado momento para a sua materialização nesse planeta - o mapa astral, seu Risco do Bordado - esse momento do código universal e divino revelado pelas estrelas e pelos planetas é, sem dúvida alguma, a história da alma condensada e concentrada naqueles arquétipos, revelando tudo o que a alma necessita para cumprir seus Karmas e Samskaras - ações e reações em potencial - e seu Dharma - sua maneira natural e essencial de ser - durante sua passagem nesta Estação, nesse seu momento do aqui-e-agora.
E não podemos nos esquecer que um arquétipo contém em si mesmo uma infinidade de possibilidades de formas de manifestação. É como um leque contendo todas as gradações de cores, do branco ao preto, passando por todas as possibilidades das cores que conhecemos em nosso mundo de terceira dimensão e também aquelas que podemos intuir no mundo das quarta ou da quinta dimensões. O arquétipo simplesmente existe a partir da possibilidade da mente compreendê-lo e a partir disso, vivenciá-lo. É por isso, então, que um enorme número de pessoas pode nascer sob um mesmíssimo mapa astral e cada alma/mente vai vivenciar seu mapa e sua vida de maneira diferente sem, no entanto, estar fugindo ao mesmo arquétipo....
O Trem da Vida traz o número de vagões de locomotivas que a alma necessita para cumprir sua evolução Kármica e Dharmica. E quando estamos em frente ao mapa astral composto pela alma fusionada à matéria, temos que entender que tudo o que realmente importa é o aqui-e-agora revelado por esse momento de nascimento. Tudo o que temos que trabalhar é com o instrumento do aqui-e-agora, porque primeiramente, os arquétipos revelados pelo código celeste cristalizado no mapa astral correspondem idealmente ao desejo da alma em sua materialização nesse planeta e nesse momento; e, em segundo lugar, sabemos que passado, presente e futuro estão sempre entrelaçados no aqui-e-agora.
Nosso mapa astral natal, nosso Risco do Bordado, expressa nosso hoje mas também certamente expressa nosso ontem e nosso amanhã. Trocando em miúdos: expressa nossa encarnação atual, um bom conjunto de encarnações anteriores e o potencial das próximas encarnações!
Dentro do Trem da Vida não tem espaço para a imutabilidade plena. Aliás, não existe imutabilidade plena - com exceção ao Tao da Criação! A única lei fundamental da Criação em si é que tudo sempre está em transmutação, dentro do Eterno Retorno.
Sendo assim, o Trem da Vida vem todo o tempo nos lembrar dessa verdade fundamental sobre a vida: somos hoje a síntese daquilo que viemos sendo no passado e o potencial daquilo que poderemos vir-a-ser, no futuro.
Com um abraço estrelado,
Janine Milward
TEXTO EXTRAÍDO de minha obra SEU LIVRO DE VIDA
Volume 09 – INTERAÇÕES ENTRE TERRA/HOMEM E LUA E SOL
Em tempo de Eclipses Lunar e Solar, entenda mais SOBRE NODOS LUNARES, ECLIPSES E SAROS
Saiba mais sobre o Trem da Vida
acessando
Foto do sol totalmente eclipsado
acoplado á pintura do dragão Rahu, da mitologia hindú. Foto realizada por Jacques Guertin e pintura
por I.M. Siidigrta. Publicação de capa da revista Sky & Telescope, edição
de março de 1996, anunciando o artigo “When Rahu Devoured the Sun” sobre o
eclipse total acontecido na Asia em 24 de outubro de 1995. Artigo assinado por
M. Barlow Pepin – Sky publishing Co., Ma., USA.