sobre a lua cheia

Algumas Palavras sobre a Lua Cheia:

Janine Milward

A Lua Cheia acontece quando a Terra/Homem se posiciona inteiramente entre o Pai Sol e a Mãe Lua, entre as forças do Sublime Yang e do Sublime Yin. Sempre que esse posicionamento da Terra acontece distante das Linhas dos Nodos, acontece a plenitude do Sublime Yang através a Lua Cheia. No entanto, quando, duas vezes ao ano, acontece uma harmonização de posicionamentos da Terra/Homem e da Lua e do Sol em relação aos Nodos Lunares, somos brindados pelo eclipse lunar, maravilhoso espetáculo, realmente!

Em momentos de Lua Cheia, a Terra/Homem encontra-se dentro de sua identidade plena e ao mesmo tempo, entre as imagens do Espírito e da Alma, imagens essas atuadas pelo Sol e pela Lua, pelo Sublime Yang e pelo Sublime Yin. Quando acontece o eclipse da Lua, essa identidade individualizada e plena da Terra/Homem é perfeitamente contracenada em relação à sua Mãe Lua, através da Sombra projetada nesta! Portanto, sempre que estamos diante de um eclipse lunar, estamos diante de nossa própria identidade plena e individualizada, marcada pela Sombra da Terra/Homem na Lua - sombra essa acionada a partir da luz do Pai Sol.

Quando acontece o momento exato da Lua Cheia, do Plenilúnio - ou pelo menos, no dia em que acontece a Oposição entre Lua e Sol, quando a Lua exibe plenamente através seu albedo, a porção total de luz que o Sol nela reflete! -, é importante que possamos nos interiorizar em nossa meditação (e também nos exteriorizar em plena contemplação, em nosso embevecimento diante da beleza desse espetáculo!).

A Lua Cheia vem expressar nosso momento de possibilidade de vir a compreendermos acerca nossas metas alcançadas dentro desse ciclo lunar - bem como dentro outros demais ciclos que nos acontecem em nossa vida! É a plenitude do Sublime Yang - a luz do Sol projetada na Lua e por ela devolvida por seu Albedo -, é a Lua da Iluminação, é a Lua da Compreensão interiorizada ou exteriorizada. Dizem que o Buda Sidharta Gautama teria nascido, iluminado e morrido em tempo de Lua Cheia de Touro, o signo de maior expressividade de plenitude de encarnação: luz é matéria e Buda quer dizer O Iluminado, O Desperto.

No entanto, é preciso observarmos o fato de que todo momento de Plenitude é também o início da reversão do processo, é o início do Retorno, é o clímax da Eterna Mutação, nos trazendo o começo, o meio e o fim. Portanto, no momento exato em que a Lua encontra sua plenitude de Cheia - sua máxima possibilidade de recepção de luz solar, o Sublime Yang - ela já entra em declínio dessa plenitude do Sublime Yang, já em busca da plenitude do Sublime Yin, na Lua Nova!

É interessante que possamos perceber que jamais, em momento algum de nossa vida, poderemos olhar diretamente para o Sol... sob pena de perdermos nossa visão, de nos cegarmos! Eu penso que assim é o Espírito, sob o Tao da Criação, jamais poderemos realmente expressa-lo através nossas palavras ou nossos conceitos - poderemos sim, encontrar palavras e conceitos mas sempre dentro do Mundo da Manifestação, sempre ‘emprestados’, digamos assim, da impossibilidade de nos expressarmos verdadeiramente acerca o Mundo da Não-Manifestação, onde o Espírito mora, sob o Tao da Criação.

Sendo o Sol a manifestação expressa do Espírito sob o Tao da Criação dentro do Mundo da Manifestação, nossa forma de reverenciar e olhar diretamente para esse Espírito somente nos pode acontecer através nossa visão embevecida da beleza espetacular da Lua Cheia, da Alma sendo imajada em sua pujança através a Lua em seu momento de plenitude!

Com um abraço estrelado,
Janine Milward

Texto extraído do Volume 9 de minha obra Seu Livro de Vida
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