O Festival da Sétima Hora do Sétimo Dia do Sétimo Mês - 07 de julho!




A TECELÃ (estrela-alpha Lyrae) E O PASTOR (estrela-alpha Aquilae): O Festival da Sétima Hora do Sétimo Dia do Sétimo Mês - 07 de julho!

Janine Milward

Existe uma lenda taoísta, chinesa, nos contando sobre uma tecelã - representada pela Estrela Alpha Lyrae, Vega - que um belo dia apaixonou-se por um jovem pastor - representado pela Estrela Alpha Aquila, Altair. No entanto, este amor era impossível de ser vivenciado em plenitude de união entre os amantes pois que, entre ambos, existia uma imensa fronteira, o leito da Via Lactea. Porém, dizem os antigos chineses taoístas que marido e mulher encontravam-se uma noite única no ano: a sétima hora do sétimo dia do sétimo mes. O Jovem Pastor, Altair, vinha encontrar-se com sua amada Tecelã, Vega, trazendo consigo as duas filhas do casal - que são as duas estrelinhas que sempre estão acompanhando a Estrela Alpha Aquila.

Eu penso que esta versão taoísta chinesa sobre Vega e a constelação da Lyra e sua comunhão constante, porém sempre também distanciada, com Altair e suas duas companheiras e a constelação da Águia, é uma história belíssima e faz jus aos desenhos de ambas as constelações. Ou seja, a constelação da Lyra se apresenta aos nossos olhos como um delicado tear, sim, sendo trabalhado em suas linhas delineadas por suas estrelinhas contidas em sua moldura através sua Tecelã, Vega, sua Estrela Alpha!

Sobre o encontro dos dois amantes e suas duas filhas na sétima hora do sétimo dia do sétimo mes do ano, eu sinceramente ainda não entendi exatamente o porquê dessa escolha desse exato momento - o que parece significar a noite alta do dia 7 de julho, quando existe um festival comemorando esse doce encontro.

O QUE PODE ACONTECER É O FATO DE QUE O TRIÂNGULO FORMADO ENTRE AS ESTRELAS-ALPHA LYRAE (VEGA), AQUILAE (ALTAIR) E DENEB (CYGNUS) E QUE VIVENCIAM A PONTE CRUZANDO O RIO DO VAZIO (FORMADO POR UMA LACUNA VISÍVEL NA VIA LACTEA), TUDO ISSO ACABA OCUPANDO O ZÊNITE, O MEIO DO CÉU, POR VOLTA DA MEIA NOITE NOS PRIMEIROS DIAS DO MES DE JULHO!
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Felizes eram os povos antigos que podiam deixar que seus corações alçassem vôo juntamente com as estrelas Alpha representativas dos Pássaros que compõem o Grande Triângulo - Altair, Vega e Deneb - e deixar suas imaginações ir ainda bem mais distante do que a visão a olho nú dessas constelações e suas estrelas, muito mais além, certamente, e trazer à tona de seus inconscientes mitos tão interessantes sobre a vida e a morte, sobre o ser Vitorioso por enfrentar os desafios da vida diante da sempre presente morte, por orientar-se pela Mensageira da Luz, por ousar cruzar a Ponte sobre o Rio do Vazio de maneira a alcançar a Vida do Céu e então enfrentar, com dignidade de seus atos bem realizados, o Juiz do Céu.

Felizes eram os povos antigos que podiam se deixar encobrir pelo manto de estrelas contando seus mitos, pelo manto das estrelinhas de algodão da Via Láctea, pelo manto do vazio do céu noturno escondendo seus segredos, segredos de vida e de morte.

Aliás, sabemos que jamais morreremos porque ‘somos todos poeira de estrelas’, ou seja, a vida no universo é sempre existente em sua constante transmutação de estados - Tema exposto através a exposição da mente dos povos antigos acerca a Ponte sobre o Rio do Vazio (denominação minha dada à fissura na Via Láctea que coloca em margens opostas as constelações da Lira e da Águia).

A Ponte entre a Vida e a Morte já havia sido cruzada por Eurídice (que não conseguiu realizar seu retorno, por inteiro) e por seu amado Orpheu que desceu aos mundos ínferos para buscar sua amada esposa e retornou ao mundos dos vivos para viver uma vida de tristeza... ( A dúvida sobre o retorno da morte em relação à vida é que lhe trouxe a tristeza para seu retorno à vida).

A Ponte entre a Vida e a Morte foi cantada elegendo a constelação da Lyra e sua estrela Alpha Vega como A Mensageira da Luz, como A Luz do Céu, O Vitorioso, O Juiz do Céu...

O mito sempre é estruturado em uma verdade; verdade essa contada a partir da formalização de um mito e essa formalização não pertence singularmente a um ser somente, bem ao contrário, faz parte da mente de muitos seres que comungam de uma mesma compreensão sobre uma mesma verdade e que, ao comunicarem entre si sobre estas questões, fazem acontecer o mito, trazem o mito de seus inconscientes para se tornar um mito consciente.

Com um abraço estrelado,
Janine Milward

TRECHO EXTRAÍDO DE MINHA PÁGINA http://sobrelyra.blogspot.com.br/2011/10/o-mito.html
LYRA - O MITO, EM SUAS VARIADAS APREENSÕES