Reencarnação de Universos...
Janine Milward
Desapego nem sempre é algo fácil de ser vivenciado - principalmente dentro de nossas ações no Mundo da Manifestação, no mundo da materialidade. No entanto, o desapego é sempre inexorável de nos acontecer, queiramos ou não. Nos desapegamos do útero materno, do cordão umbilical; ao longo da vida vamos acolhendo e desacolhendo situações e vamos aprendendo o que significa apego e o que significa desapego. Finalmente, quando chega o momento do final da vida, o desapego da mesma é definitivo, inexorável. Porém, é certo que o desapego desta vida para entrar na morte é apenas algo espacional e temporal, pois estaremos entrando em uma nova dimensão de vida e também nesta nova dimensão o desapego se mostrará inexorável e, uma vez mais, estará nos trazendo, nos devolvendo ao útero materno....
Certamente o desapego existe desde o instante que podemos apreender do aparente início do universo em que vivemos: o Big-Bang, a grande explosão que revela a Luz primordial que dá berço à vida assim como a conhecemos – o Sublime Yang, o Tempo.
Imediatamente após a instauração da Luz primordial, ela se propaga inflacionando e criando o chamado Espaço – o Sublime Yin, a Não-Luz, o Vazio.
O tempo existe fazendo com que o céu seja constante. O espaço da matéria e da anti-matéria existe um dia, não existe outro, volta a existir no outro dia fazendo com que a terra seja duradoura. Ambos apenas existem e se existem dentro da constância e da duração é porque apenas criam, criam todo o universo, toda a natureza, todos os seres... mas não criam para si... apenas criam. E porque apenas existem e criam são constantes e duradouros.
No entanto, é sempre bom nos lembrarmos que esta Luz aparentemente primordial muito possivelmente advém do Revirão entre o Sublime Yang e o Sublime Yin de algum universo anterior....
Nosso universo como o conhecemos um dia teve o seu começo e um dia terá seu fim... Estamos apenas em seus dias de adolescência, é verdade... Porém chegará o tempo em que não mais existirão estrelas e o universo será uma imensa vastidão de Vazio ao apagar de todas as Luzes.
Novamente, esse Vazio, como uma semente, renascerá criando um novo universo, em um novo Big Bang - dentro da imensa vastidão do Pluriverso do Tao da Criação. Re-encarnação de universos...
Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Foto: Sítio das Estrelas, janine milward
O texto acima é de autoria de Janine Milward e extraído de seu livro O Caminhante Caminhando seu Caminho - http://ocaminhantecaminhandoseucaminho.blogspot.com.br/
A tradução dos poemas do Tao Te Ching são de Wu Jyh Cherng em seu livro Tao Te Ching, o Livro do Caminho e da Virtude, Editora Mauad, SP, Brasil).
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