Constância, Duração, Não-Mutação e Eterna Mutação





Constância, Duração, Não-Mutação e Eterna Mutação

Janine Milward

Além da plenitude da interiorização, dentro do Mundo da Não-Manifestação existe apenas constância, ou seja, apenas o Tao é verdadeiramente constante, imutável. A única não mutabilidade é o próprio Tao em sua constância.
Dentro do Mundo da Manifestação existe constante mutação. A única não mutabilidade é a própria eterna mutação. E a mutação pressupõe a duração, não a constância.
“A duração tem um princípio e tem um fim - mesmo que seu tempo possa ser muito longo.... A constância não tem princípio e não tem fim. A duração cabe dentro da constância. A constância é o Yang do Céu enquanto a duração é o Yin da Terra” - assim aprendi nas Aulas ministradas por Wu Jyh Cherng.
E certamente, também Lao Tsé nos aponta a lei única de interação entre os dois mundos: a eterna mutação e a constância.
No Capítulo 7 do Tao Te Ching, Lao Tsé nos fala mais claramente ainda sobre a constância e a duração:
O céu é constante, a terra é duradoura
O que permite a constância e a duração do céu e da terra
É o não criar para si
Por isso são constantes e duradouros
Assim,
O Homem Sagrado deixa seu corpo para trás
e o Corpo avança
Além do corpo, o Corpo permanece
Através do não-corpo, conclui o Corpo.
Dentro do ato da Eterna Mutação do Mundo da Manifestação, existe a constância do céu e existe a duração da terra. E ambos fazem a eterna mutação acontecer através do fato de que ‘não criam para si’.
O Mundo da Não-Manifestação, em sua plenitude de interiorização e constância, é então espelhado pelo Mundo da Manifestação, em sua duração e exterioridade – mesmo que sempre cabendo dentro da interioridade absoluta do Mundo da Não-Manifestação.
O Tudo, o Todo e o Nada: A Criação, cabem dentro do Mundo da Não-Manifestação e são realizados através do Mundo da Manifestação.
COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
Janine Milward
Foto: Sítio das Estrelas