Capítulo IV
A Família do Céu e da Terra
O Fio da Meada
Sexta Linha ___ ___ O
Quinta Linha ___ ___ I Ching
Quarta Linha ___ ___ do
Terceira Linha _______ Caminho
Segunda Linha _______ do
Primeira Linha _______ Céu
Janine Milward
Primeiro Volume
Conceitos Fundamentais sobre I Ching,
o Livro das Mutações
o Livro das Mutações
Editora Estrela do Belém
O Fio da Meada
I Ching do Caminho do Céu
Janine Milward
Direitos Reservados © 1997
Registro 142.090 Livro 230 Folha 433
Segunda Edição Revisada
Primeiro Volume
Conceitos Fundamentais sobre I Ching, o Livro das Mutações
Janine Milward
Capítulo IV
A Família do Céu e da Terra
Doação de Linhas Yang e Yin advindas de Ch’ien, o Céu, e de K’un, A Terra, - devidamente ocupando as posições de limites do andamento do Sol e da Lua, o norte do inverno e o sul, do verão - para a formação da Família do Céu e da Terra.
Os Pontos Cardeais são formalizados, então, sendo doadas as posições de leste para o Sol, e de oeste, para a Lua. Nascem, dessa maneira, Li, o Sol, e K’an, a Lua, os filhos-do-meio.
Para ocupar as demais posições dentro da orientação planetária, Céu e Terra continuam suas doações de linhas para fazerem nascer os filhos-mais-velhos, Sun, o Vento, a Madeira, e Chen, o Trovão; e finalmente, os filhos-mais-jovens, Ken, a Montanha, e Tui, o Lago.
O Mapa do Mundo da Não-Manifestação
ou Rio Amarelo do Céu Anterior
São criados o Sol e a Lua, O Fogo e a Água, Li e K’an, o Espírito e a Alma, os filhos das linhas do meio, que assumem suas posições de Leste e Oeste, Primavera e Outono
São criados Chen, O Trovão, Sun, o Vento, A Madeira, Tui,
O Lago, e Ken, A Montanha, O Mestre,
para assumirem os semi-pontos cardeais
O Mapa do Mundo da Manifestação
ou Céu Posterior
A realização da criação e a retirada do Céu e da Terra
A não-ação, a não-intenção, a "Misteriosa Virtude", a Humildade
A Família do Céu e da Terra
Janine Milward
Janine Milward
No Capítulo 7 do Tao Te Ching, o Livro do Caminho e da Virtude, Lao Tse, o Mestre do Tao, nos diz:
O céu é constante, a terra é duradoura
O que permite a constância e a duração do céu e da terra
É o não criar para si
Por isso, são constantes e duradouros.
Assim, o Homem Sagrado deixa seu corpo para trás
E o Corpo avança.
Além do corpo, o Corpo permanece.
Através do não-corpo, conclui o Corpo
Em sua Aula de Interpretação sobre este Capítulo, o Mestre Wu Jyh Cherng nos diz que
“O céu simboliza o Vazio, o Yang do espaço. A terra simboliza a forma, o Yin da matéria. Todas as matérias têm forma. As matérias e as formas existem no espaço dentro do Vazio. Dessa maneira, o Vazio do espaço é simbolizado como o céu e a matéria são as matérias formais que existem dentro desse espaço. No cosmos, as coisas funcionam assim.
Esse Vazio do céu, vazio do espaço, esse espaço do céu, é constante, não tem princípio nem fim. Por isso, é Yang e o Yang é criativo, é a constante criatividade. A constante criatividade não tem princípio nem fim e por isso se chama a constante criatividade.
Se uma criatividade tem um princípio e tem um fim, deixará de ser uma constante criatividade. A Terra é exatamente o fruto criado dentro dessa potencialidade chamada Constância. A duração, portanto, está dentro da Constância.
A Terra, os planetas, as estrelas, estão dentro do espaço. Como o Yin está dentro do Yang, ou as formas estão dentro do vazio. A soma da forma com o vazio, a união do céu com a terra forma então o cosmos e o universo. Essa união se chama Tai Chi.”
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O momento de percepção da natureza como um todo em sua relação Céu e Terra é o momento em que faz nascer a Mente Planetária, o Homem. Nesse momento, Céu e Terra são emprenhados por esse Homem, dando vida, então, aos seus chamados Filhos do Meio. Esses Filhos do Meio são representativos e imajam os filhos diretos do Céu e da Terra, ou seja, nosso Sol e nossa Lua :
O Fogo, Li, O Sol, é considerada a filha do meio pois, sendo filha direta de seu pai, Ch’ien, O Céu, recebe de sua mãe, K’un, A Terra, a linha Yin no centro, o lugar do Homem
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A Água, Kan, A Lua, é considerado o filho do meio pois, sendo filho direto de sua mãe, K’un, A Terra, recebe de seu pai, Ch’ien, O Céu, a linha Yang no centro, o lugar do Homem
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A partir de então, com o surgimento dos Filhos do Meio, também surgiu a introdução dos outros dois pontos cardeais essenciais, ou seja, o leste, com a primavera e oeste com o outono: .Li, o Fogo, O Sol, O Aderir, O Espírito, tomou seu lugar no leste e K´an , A Água, A Lua, O Abismal, A Alma, tomou seu lugar no oeste.
Assim, primordialmente essa formação era compreendida como o Mapa do Mundo da Não-Manifestação ou Mapa do Rio Amarelo do Céu Anterior, trazendo consigo, através do trajeto aparente do Sol – o Rio Amarelo - os arquétipos primordiais do Grande Pai Cósmico, da Grande Mãe Cósmica, do Pai Sol e da Mãe Lua!
Estando bem estruturados os quatro pontos cardeais da Terra, os sábios chineses da antigüidade passaram a perceber, a intuir, os arquétipos que formariam os semi-pontos, ou seja, os pontos de referência entre os quatro fundamentais.
Nesse momento, o caos dá lugar à forma concretizada, ou seja: o Mundo da Não-Manifestação estrutura o Mundo da Manifestação. É então criada o restante da Família do Céu e da Terra, trazendo à luz os Filhos Mais Velhos e os Filhos Mais Jovens.
No entanto, ainda estamos dentro dos pressupostos do Céu Anterior ou Seqüência Primordial, formando o Mapa do Mundo da Não-Manifestação.
Os Filhos Mais Velhos são aqueles que recebem a doação tanto da linha vazada, Yin, quanto da linha contínua, Yang, para o lugar da Terra dentro dos Trigramas do Céu e da Terra:
Chen, O Trovão, O Incitar, O Despertar, O Retorno da Luz, O Irromper .é considerado o filho mais velho, pois, sendo filho direto de K´un, O Terra, O Receptivo, recebe o Yang de seu pai, Ch’ien, O Criativo, trazendo-lhe a energia do Retorno da Luz. em sua primeira linha (a linha da Terra),
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Sun, O Vento, A Suavidade, A Madeira. é considerada a filha mais velha, pois sendo filha direta de seu pai Ch’ien, O Céu, recebe a linha Yin de sua mãe, K’un, A Terra, trazendo-lhe o Retorno da Não-Luz em sua primeira linha ( a linha da Terra)
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Os Filhos Mais Jovens são aqueles que recebem a doação tanto da linha vazada, Yin, quanto da linha contínua, Yang, para o lugar do Céu dentro dos Trigramas do Céu e da Terra:
Ken, A Montanha, A Quietude, O Mestre. é considerado o filho mais jovem, pois, sendo filho direto de sua mãe, K´un, A Terra, O Receptivo, recebe o Yang do Criativo, trazendo-lhe a confiança da permanência na terra. em sua terceira linha (a linha do Céu)
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Tui, O Lago, A Alegria. é considerada a filha mais jovem, pois sendo filha direta de Ch'ien, O Céu, recebe, o Yin do Receptivo, trazendo-lhe a receptividade do céu na terra. em sua terceira linha (a linha do Céu)
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A partir do bom encaixe de cada um dos seis filhos em seus lugares mais naturais de estarem, é formado o Mapa do Mundo da Manifestação ou Céu Posterior:
Estando criada a Família do Céu – através da alquimia plena entre as linhas contínuas e vazadas, Yang e Yin – forma-se então o Mapa do Mundo da Manifestação, o Rio Amarelo do Céu Posterior, o traçado do Sol contendo todos os chamados Trigramas do I Ching, o Tratado das Mutações.
Porém, exatamente por tudo já estar manifestado, ou seja, todos os arquétipos já terem sido estruturados e simbolizados devidamente, Ch´ien, O Céu, O Pai, O Criativo, bem como K´un, A Terra, A Mãe, O Receptivo, ambos, deixam seus lugares primordiais de sul e norte – que serão ocupados respectivamente por Li, O Fogo, O Espírito, e por K´an, A Água, A Alma – e se colocam ao lado do oeste (por já terem realizado seus papéis de criadores e assim estarem prontos a se retirar de cena), mais precisamente no noroeste e no sudoeste, respectivamente.
Concluir o corpo, terminar a obra, retirar o corpo,
eis o Caminho do Céu (2)
Chen, o Trovão, O Despertar, O Irromper, é aquele que por suas próprias características do Retorno da Luz, toma seu lugar no leste.
O Retorno é o movimento do Caminho (1)
Tui, O Lago, A Alegria, O Espelho do Céu, é aquela que, ao refletir o céu em suas águas descansadas sobre a terra, com alegria, prepara a natureza para o seu retiro, para seu repouso, tomando seu lugar no oeste.
Na antigüidade, os bons realizadores do Caminho
não o utilizavam para esclarecer o povo
Utilizavam-no para alegrá-lo (3 )
Sun, o Vento, A Suavidade, A Madeira, é aquela que harmoniza as relações da natureza, fazendo com que o despertar do dia atinja seu zênite, sua culminância. Sendo assim, toma seu lugar no sudeste.
A suavidade é a atuação do Caminho ( 2)
Ken, A Montanha, o Silêncio, O Mestre, escolhe o momento do antes do amanhecer – a boa hora para a meditação, a hora do canto do galo que anuncia o sol que vai nascer em breve.... e toma seu lugar no nordeste.
Assim, ao alcançar a plenitude
encontra-se o retorno (4)
O Mapa do Mundo da Manifestação toma como representação sempre o oeste, o lugar do por do sol, para o hemisfério norte.... Para o hemisfério sul esse mesmo mapa toma como representação o leste, o lugar do nascer do sol..... Isso faz parte do conceito dos opostos, do Yang e do Yin, do Eterno Retorno.
Exatamente por tudo já estar manifestado, com todos os arquétipos já estruturados e simbolizados devidamente, Ch´ien, O Céu, O Pai, O Criativo, bem como K´un, A Terra, A Mãe, O Receptivo, deixam seus lugares primordiais de Sul e Norte – que serão ocupados respectivamente por Li, O Fogo, O Espírito, e por K´an, A Água, A Alma – e se colocam ao lado do Oeste (por já terem realizado seus papéis de criadores e assim estarem prontos a se retirar de cena), mais precisamente no Noroeste e no Sudoeste, respectivamente.
Concluir o corpo, terminar a obra, retirar o corpo,
eis o Caminho do Céu
Capítulo 9 do Tao Te Ching, de Lao Tse
K’un, A Terra ainda ocupa um lugar de culminância, seja referente à luz do dia, seja referente à temporada anual (vindo logo após o verão, com a colheita dos frutos maduros)..... O Sudoeste faz parte da área de Luz do Mapa e representa o lugar que era ocupado, anteriormente, por Sun, o Vento, a Madeira.
Ch’ien, O Céu ocupa um lugar já de sombra, após o cair da noite, quando a natureza adormece, antes do tempo do inverno, no andamento do outono, quando todas as folhas e flores caem, buscando o silêncio da escuridão e do inverno.... O Noroeste faz parte da área de Não-Luz do Mapa - o que faz com que Ch'ien, o Criativo, possa demonstrar sua Humildade, a maior das Virtudes - e este lugar era anteriormente ocupado por Ken, a Montanha, a Quietude, o Mestre.
O céu é constante, a terra é duradoura
O que permite a constância e a duração do céu e da terra
É o não criar para si
Por isso, são constantes e duradouros.
Estaremos encontrando K’an, a Água, a Lua, a Alma, o Inconsciente, o Insondável, ocupando o lugar do Norte, do Inverno, da Conclusão do Ciclo, da Não-Luz, do Inconsciente, da Noite, no Mundo da Manifestação, lugar este que era ocupado por K'un, a Terra, o Receptivo, a Mãe, dentro do Mundo da Não-Manifestação - enquanto K’an, a Água, ocupava o lugar do Oeste, o lugar da Retirada.
Quando K'un, a Terra, se retirou de seu posicionamento vital de Norte (no Mundo da Não-Manifestação), passou a realizar-se dentro de seu posicionamento de após o auge do Verão, já no Sudoeste, no Mundo da Manifestação - já prenunciando a chegada do Outono, porém ainda conservando o calor da vida e ao mesmo tempo já voltada a Terra para resumir tudo aquilo que de Vida poderá ser conservado a partir do Outono e finalizado no Inverno e renascido na Primavera!
No Mundo da Não-Manifestação, Li, o Fogo, a Lucidez, o Sol, a Consciência, ocupou o lugar da Primavera dos novos começos, ao Leste, no Mundo da Não-Manifestação e seu Pai, Ch'ien, o Céu, o Criativo, ocupava o lugar do Verão, do auge da Vida, ao Sul. Este lugar, já no Mundo da Manifestação, foi herdado por Li, o Fogo, o Sol, a Lucidez, o Consciente, quando seu Pai se retirou para ocupar o lugar do Noroeste, logo após a Retirada, no Oeste, e ainda antes da Conclusão dos Ciclos, ao Norte - agora ocupado por K’an, a Água, o Abismal.
Quando Ch'ien, o Pai, o Criativo, retirou-se de seu posicionamento vital, no Mundo da Não-Manifestação, ao Sul, o Verão que traz a doação e a continuidade da vida, passou a realizar-se dentro de seu posicionamento (no Mundo da Manifestação) ao Noroeste, logo após o Oeste, a Retirada, o Outono, e ainda imediatamente antes do Norte ocupado agora por K’an, a Água, e traduzindo a realidade do Inverno, a Não-Luz, o momento após a vida e também gestador de uma nova vida.
Este posicionamento de Ch'ien, o Pai, o Criativo, o Céu, a meu ver, parece sugerir o fato de que a vida jamais termina, apenas alcança um momento de conclusão de ciclo e este momento pode ser visto enquanto o sono cotidiano, a morte na encarnação.... Neste momento de conclusão de ciclo, dentro da vivência da Não-Luz, existe a presença de Ch'ien, o Pai, o Criativo, o Céu, sempre determinando a continuidade da Luz, a infinitude da Luz, a eternidade da Luz, a infinitude da Vida, a eternidade da Vida. A meu ver, Ch'ien, o Pai, o Céu, o Criativo, a Luz, o Sublime Yang, se retira, sim, apenas para, em sua humildade, realizar a continuidade da Vida - vida esta que encontra seu apogeu exatamente dentro de sua herdeira de Luz dentro do Mundo da Manifestação, o Sol apresentado por Li, o Fogo, a Lucidez, a Consciência, o Verão.
Vemos, portanto, que as heranças realizadas por K'un, a Terra, e por Ch'ien, o Céu, e presenteadas, respectivamente, a K’an, a Água, a Lua, a Alma e a Li, o Fogo, o Sol, o Espírito, fazem com que esses herdeiros se realizem, no Mundo da Manifestação, enquanto agregados aos pais cujas heranças não herdaram diretamente, ou seja: Li, o Fogo, o Verão, o Sul, o Sol, o Espírito, realiza-se ao lado de K'un, a Terra, a Mãe, o Devocional, o Receptivo, ao Sudoeste, logo após o apogeu da vida realizado no Verão da herdeira direta de Ch'ien, o Pai, a Luz, o Criativo; e K’an, a Água, o Inverno, o Norte, a Lua, a Alma, realiza-se ao lado de Ch'ien, o Pai, o Criativo, ao Noroeste, imediatamente antes à conclusão do ciclo da vida realizado no Inverno do herdeiro direto de K'un, a Terra, o Receptivo, a Não-Luz!
K'un, a Terra, ao Sudoeste, no Mundo da Manifestação, recolhe todas as sementes que restaram de tudo aquilo que foi realizado enquanto doação e continuidade de vida, por Li, o Fogo, no auge do Verão, ao Sul. K'un, a Terra, recolhe todas estas sementes contenedoras de vida-a-vir-a-ser, em seu ventre, em sua Não-Luz e as preserva através o Outono, o Oeste ocupado por Tui, o Lago, a Retirada, o Espelho do Céu, a Flor de Lótus, e as entrega a Ch'ien, o Céu, o Pai, o Criativo, ao Noroeste, de forma que a Luz da Vida possa novamente ser insuflada, inspirada, nessas sementes que estarão jazendo na Não-Luz do Norte da conclusão de ciclos realizada por K'un, a Água, a Alma.... para que tudo possa renascer na Primavera sempre prometida e realizada por Chen, o Trovão, o Despertar da Vida.
A partir desse momento, entra em cena a Seqüência do Céu Posterior ou Ordem Interna do Mundo, o mapa do Mundo da Manifestação:
Por que Céu e Terra se retiram, deixando seus lugares primordiais dentro do Mundo da Não-Manifestação sendo ocupados por seus Filhos do Meio, Li, o Fogo, e K’an, a Água, dentro do Mundo da Manifestação?
Lao Tse nos explica, em seu Capítulo 7, do Tao Te Ching:
O céu é constante, a terra é duradoura
O que permite a constância e a duração do céu e da terra
É o não criar para si
Por isso são constantes e duradouros
No I Ching, o tempo constante é simbolizado pela linha Yang e contínua; e o espaço duradouro é simbolizado pela linha Yin e vazada, nos trazendo, dessa maneira, a noção da constância do tempo e da duração do espaço. O espaço é a matéria e a anti-matéria que, ao assumirem e re-assumirem sua eterna mutação, vão adentrando o tempo, que já existe anteriormente e posteriormente - por ser constante.
Ambos apenas existem e se existem dentro da constância e da duração é porque apenas criam, criam todo o universo, toda a natureza, todos os seres... mas não criam para si... apenas criam. E porque apenas existem e criam são constantes e duradouros.
Em outro Capítulo (51) , Lao Tse nos diz:
O Caminho gera, a Virtude cria
Fazem crescer, fazem nutrir
Fazem completar, fazem concluir
Fazem o sustento e fazem a cobertura
Geram, porém não se apossam
Agem, porém não retêm
Cultivam, porém não controlam
Isto chama-se Misteriosa Virtude.
O Caminho gera, a Virtude cria.... O Tao gera, o Te cria.... O tempo corresponde ao Tao - por ser constante. O espaço corresponde à Virtude - por ser duradoura, por se metamorfosear eternamente. O céu corresponde, então ao tempo e ao Tao. A terra corresponde, então, ao espaço (a matéria e a anti-matéria) e à Virtude.
Assim sendo, o que faz todo o universo ser gerado e criado é a fusão do Tao e do Te, do Caminho e da Virtude, do céu e da terra, do tempo e do espaço. E tudo pode assim existir simplesmente porque o Tao da Criação assim é, por natureza.... Assim nos diz Lao Tse em seu Capítulo 25:
O homem se orienta pela terra
A terra se orienta pelo céu
O céu se orienta pelo Caminho
O Caminho se orienta por sua própria natureza.
Orientando-se por sua própria natureza, o Tao gera e a Virtude cria - é a Misteriosa Virtude, o Mistério dos Mistérios. Apenas podemos compreender a partir da geração e da criação.... para além disso, encontra-se o Tao da natureza.
O Tao da natureza é impessoal - por isso nada gera e cria para si mesmo, apenas cria. Gera por gerar e cria por criar e exatamente por nada gerar nem criar para si mesmo, é constante e duradouro, assim como o céu e a terra.
......................
Sabemos que Céu Posterior é o Mundo da Manifestação, a Criação realizada dentro daquilo que é chamado de Existência. Sabemos que o Céu Anterior é o Mundo da Não-Manifestação, onde tudo realmente existe mas que é chamado de Não-Existência. Entre o Mundo da Não-Manifestação e o Mundo da Manifestação existe um Portal que se manifesta entre o Absoluto e a Criação - e a Criação manifesta-se sempre através da dualidade composta pelo Sublime Yang e pelo Sublime Yin, acarretando o Eterno Retorno.
O retorno é o movimento do Caminho
A suavidade é a atuação do Caminho
Os seres sob o céu nascem da existência
E a existência nasce da não-existência
Assim nos diz Lao Tse em seu Capítulo 40.
A existência é o Mundo da Manifestação e a não-existência é o Mundo da Não-Manifestação. O homem é aquele que, através da expansão infinita de sua mente e da iluminação de sua consciência, pode transitar entre esses dois mundos, tornando-se de homem a Homem Sagrado.
........................
Tudo o que Ch’ien e K’un, O Céu e a Terra, realizam é fruto da não-intenção, da não-ação... A "Misteriosa Virtude" é a verdade oculta, é a humildade.
Para o Tao e para o Te, a qualidade mais importante é a humildade... O bambú é o símbolo da humildade porque ele sempre se curva – embora dificilmente se quebre.
Antigamente, se dizia: "Curvar-se permite a plenitude"
Como poderiam ser palavras vazias?
Assim, ao alcançar a plenitude, encontra-se o retorno (4)
Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Tao Te Ching, O Livro do Caminho e da Virtude - Lao Tsé
- Capítulo 40
- Capítulo 9
- Capítulo 65
- Capítulo 22
- Capítulo 7
- Capítulo 51
- Capítulo 10
Tradução de Wu Jyh Cherng - Editora Ursa Maior, SP. Atualmente este Livro é publicado pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil
Analemma - Fotografias do sol realizadas pelo astrofotógrafo Frank Zullo entre 9 de setembro de 1990 e 23 de agosto de 1991. Foram feitas 37 exposições do sol em um único filme de 36 fotos, todas as fotos tiradas exatamente as 08:00 da manhã MST, mean solar time, ou seja, porque a Terra gira em elipse em torno do sol e ainda existe a inclinação em seu eixo de 23 graus, essa hora pode, a nível astronômico, não ser o tempo constante. Foi usada uma técnica simples de dupla exposição sobre o dial de um relógio de sol.
Foto publicada na Revista Astronomy, edição de dezembro de 1997, sob o título “First Views: Old Sol Celebrates the Solstice” dentro da seção “The Sky Show”. Kalmbach Publishing Co., U. S. A.
Sítio das Estrelas - foto de Janine Milward
O Fio da Meada
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Direitos Reservados © 1997
Registro 142.090 Livro 230 Folha 433
Segunda Edição Revisada
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