O Ciclo da Criação
e a Triangulação de Forças
Janine Milward
O
Mundo da Não-Manifestação é um estado puro de onde se origina a Criação advinda
do Mundo da Manifestação. Ao surgir a manifestação dos primórdios da Criação,
com ela se objetiva a Mente Cósmica. Assim, a Mente Cósmica é uma objetivação para
agir e nomear a Suprema Consciência dentro do Mundo da Manifestação... surge Brahma, a Consciência Cósmica,
literalmente "O Grande".
Existe,
então, o Mundo da Não-Manifestação, Nirguna
Brahma – a Consciência Cósmica não-manifesta – que faz nascer o Mundo da
Manifestação, Saguna Brahma – a
Consciência Cósmica manifesta.
Brahma
desmembra-se em dupla qualidade manifestada através de sua própria consciência
objetivada em Eu Sou: Purusa. E
através de sua capacidade, potencial ou objetiva, de manifestar sua capacidade
de expressão: Prakrti, a Energia
Cósmica.
Penso
que podemos denominar Brahma em seu
duplo desdobramento: Purusa, Eu Sou,
o Criativo, a Luz, a Unicidade, o Absoluto. E Prakrti, a energia cósmica, a multiplicidade dentro da Criação, o
Receptivo, a Não-Luz.
Purusa e Prakrti interagem entre si tanto dentro
do Mundo da Não-Manifestação – Nirguna
Brahma – quando dentro do Mundo da Manifestação – Saguna Brahma.
Dessa
forma, a partir de Brahma, surgem a
Consciência Cósmica, Purusa, e sua
expressão de manifestação através da energia cósmica – Prakrti – interagem, fusionam-se e separam-se, fusionam-se e
separam-se, criando o princípio do movimento.
Essa
movimentação acontece dentro dos dois mundos – da Não-Manifestação e da
Manifestação – formando, então, um tríplice qualidade de forças que competem
entre si, infinitamente dando início, vivenciando e trazendo a finalização para
dar começo a uma nova jornada: é a Criação.
Assim, tem início o Brahmacakra
– o Ciclo de Brahma, - o movimento da
Criação, do sutil ao denso, da Consciência à matéria, e o retorno do denso para
o sutil, da matéria à Consciência.
Dessa
forma, eis que surge a Estrela de Seis Pontas em sua primordialidade através de
Purusa, Eu Sou, a consciência
objetivada; e Prakrti, a energia cósmica, o princípio operativo, e concretizada
pela triangulação de forças que
manifestam o ciclo de Brahma – Brahmacakra.
·
Força Sutil – Sattvaguna
–: Eu Farei; a realização voltada para o futuro
·
Força Mutativa – Rajoguna; força que causa movimento,
atividade, agitação – Eu Faço; a realização voltada para o presente
·
Força Estática – Tamoguna
– Eu Fiz; a realização voltada para o passado
Essa
triangulação de forças, seguindo seu movimento do sutil ao denso e em seu
retorno, do denso ao sutil, do Mundo da Não Manifestação ao Mundo da
Manifestação e deste para aquele, é a expressão autêntica da Estrela de Seis
Pontas!
Podemos
ver, dessa maneira, a mente manifestada através da Criação advinda do Mundo da
Manifestação como espelhamento do Tao do Mundo da Não-Manifestação e formando a
Estrela de Seis Pontas.
A
mente em sua qualidade de unicidade, Shiva,
é a Mente Cósmica. A mente em sua qualidade de coletividade, Jiva, é a mente da Criação que vai
deslizando e condensando dentro do Mundo da Manifestação até expandir-se em sua
plenitude de infinitude e de iluminação, através da eterna mutação da Criação
até retornar à sua sutileza essencial dentro do Mundo da Não-Manifestação,
quando volta a ser Shiva, a Mente
Cósmica.
Srii Srii Anandamurti está
sempre nos relembrando:
A meta da vida humana é fusionar-se a Paramapurusa, à Suprema
Consciência.
Para tanto, para que possamos
nos fusionar à Suprema Consciência e nos tornarmos uma Estrela de Seis Pontas,
entrelaçando Terra, Homem e Céu..., existe a Sadhana, o trabalho
espiritual, o esforço para se tornar pleno, a ser realizado pelo Sadhaka,
o Caminhante, o aspirante espiritual.
COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
JANINE MILWARD
JANINE MILWARD
FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward
TEXTO EXTRAÍDO DO MEU LIVRO
O CAMINHANTE CAMINHANDO SEU CAMINHO
O CAMINHANTE CAMINHANDO SEU CAMINHO