quando você O alcança em sua consciência, você compreenderá que Ele esteve sempre com você ao longo de sua procura. Ele esteve sempre sentado em seu coração

“Ele está tão perto quanto seus próprios sentimentos e tão distante como se estivesse num país longínquo. Quando você pensa que Ele está próximo, Ele está mais próximo do que aqui mesmo. Ele está tão próximo que é difícil se mensurar a distância. Você tenta alcançá-Lo nas grutas no Himalaya e andarilhar por aqui e por acolá e Ele não se encontra em nenhum lugar. Porém, quando você O alcança em sua consciência, você compreenderá que Ele esteve sempre com você ao longo de sua procura. Ele esteve sempre sentado em seu coração.”
Srii Srii Anandamurti

"He is so near as to be in your feelings and so far as to be in a distant country. When you think He is near, He is nearer than here. He is so near that it is difficult to measure the distance. You go on searching for Him in the caves of the Himalayas and wander here and there and He is nowhere. But when you attain awareness of Him, you will find that He was all along with you in your search. He was seated in your heart."
Srii Srii Anandamurti
FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

Ele é o ponto inicial, Ele é o ponto original e Ele é o ponto de conclusão para todas as criaturas.

Tudo se movimenta. A Terra se movimenta, o Sol também se movimenta e também o mundo inteiro se movimenta. Nada é estacionário. Portanto, aqueles que estão nesse mundo também estarão se movimentando juntamente com o mundo. E, para onde estarão indo? Quais são suas metas? Eles precisam retornar à Suprema Consciência (Parama Purusa) - de onde eles vieram. Sendo assim, Ele é o ponto inicial, Ele é o ponto original e Ele é o ponto de conclusão para todas as criaturas.
Srii Srii Anandamurti

Everything moves. This earth moves, the sun also moves, and along with this, the entire world. Nothing is stationary. So those who are staying in this world, will also move with this moving world. And, where will they go? What is their goal? They have to go back to the Supreme Consciousness (Parama Puruśa), from where they came. So, He is the starting point, He is the originating point, and He is the culminating point of all creatures.
Shrii Shrii Anandamurti
FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

Uma pequena semente um dia torna-se uma imensa árvore.

Uma pequena semente um dia torna-se uma imensa árvore. Da mesma forma, um ser humano pode desenvolver-se em uma pessoa extraordinária através o processo da Sadhana (meditação). Isso é expansão do espírito.
Srii Sii Anandamurti

"A tiny banyan seed will one day become a huge tree. Similarly, a human being can develop into an extraordinary person through the process of sa'dhana' (meditation).
This is the spirit of expansion."
Shrii Shrii Anandamurti
FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

Devoção

Devoção é Serviço a Deus. Devoção é a encarnação do Amor. Devoção é a Bênção da encarnação. Devoção é a vida do devoto.
Srii Srii Anandamurti
"Devotion is service to God. Devotion is Love incarnate. Devotion is Bliss embodiment. Devotion is the life of the devotee."
Shrii Shrii Anandamurtijii
FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward

Isso se chama Breve Iluminação

TAO TE CHING - O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE
LAO TSE, o Mestre do Tao
Tradução e Interpretação do Capítulo 36
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG
Capítulo 36
Para querer iniciar o recolhimento
É necessário consolidar a expansão
Para querer iniciar o enfraquecimento
É necessário consolidar o fortalecimento
Para querer iniciar o abandono
É necessário consolidar o amparo
Para querer iniciar a subtração
É necessário consolidar o aumento
Isso se chama Breve Iluminação.
O suave e o fraco vencem o rígido e o forte
Os peixes não podem separar-se do lago
O reino que tem o instrumento afiado
Não pode colocá-lo à vista do homem.
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Em inúmeros Capítulos do Tao Te Ching, Lao Tse fala que é melhor ser fraco do que ser forte, é melhor ser flexível do que ser rígido, é melhor recolher e interiorizar ao invés de exteriorizar e expandir, é melhor abandonar do que possuir.
Neste Capítulo, Ele volta a falar nestas questões, como um alerta. Ele deixa bem claro que aquele que precisa suavizar e enfraquecer, primeiramente precisa fortalecer. Aquele que pretende renunciar o abandonar, primeiramente precisa possuir o amparo. Aquele que pretende subtrair ou extrair, precisa primeiramente aumentar a si próprio. A tudo isso Ele chama de Breve Iluminação.
O que é Breve Iluminação?
É a Pequena Iluminação.
O que é Pequena Iluminação?
É saber, enxergar e chegar à Grande Conclusão através da pequena observação. É saber ver o universo maior através da pequena observação, do pequeno empreendimento.
Essa compreensão fala de uma capacidade de contemplação que é extremamente útil, principalmente para aquelas pessoas que ainda não alcançaram a Grande Iluminação - que é pura e simples sabedoria, em toda a parte.
Como ainda não possuímos a sabedoria de compreendermos todas as coisas, precisamos saber compreender relativamente todas as coisas através da compreensão das pequenas coisas.
Lao Tse nos fala em como podemos ver - através de pequenos gestos - se a pessoa com quem estamos nos relacionando está sendo honesta ou não, verdadeira ou não. Os pequenos gestos revelam o grande espírito. Se não conseguirmos enxergar o Grande Espírito, o espírito inteiro, a personalidade completa da pessoa, muitas vezes podemos detectar a característica geral através dos pequenos gestos., hábitos, vícios e costumes e a maneira de se comportar. Isso é uma pequena iluminação que a pessoa pode ter, uma pequena lucidez.
Lao Tse trabalha através da construção de frases opostas:
Para recolher, é preciso expandir
Para enfraquecer, é preciso fortalecer
Para iniciar o abandono, é preciso consolidar o amparo
Para iniciar a subtração, é preciso possibilitar o aumento.
Aparentemente, são frases simples, mas não são simples. À primeira vista, parece que entendemos... mas, pensando um pouco mais, deixamos de entendê-las.
Para querer iniciar o recolhimento
É necessário consolidar a expansão
O que é recolher?
Recolher é concentrar.
Antes de nos concentrarmos em alguma coisa, é necessário que primeiramente ampliemos nossa visão a fim de termos uma noção geral das coisas.
Existe um ditado chinês que diz que algumas pessoas vêem a árvore e não vêem a floresta. Outras, vêem a floresta e não vêem a árvore.
Lao Tse nos diz, de uma maneira construtiva, que, para podermos enxergar um mínimo de detalhe nas coisas, temos que ter a noção geral delas. Antes de nos especializarmos em algo, devemos ter a noção geral de todas as possíveis opções existentes - assim efetuaremos a escolha acertada. Dessa maneira, podemos ser mais sensatos e mais equilibrados em relação aos nossos atos e às nossas observações. Também desenvolvemos uma maior tolerância para com as pessoas e podemos perdoar as pequenas falhas.
Todo o trabalho do Taoísmo é sintético e pode ser interpretado de uma maneira construtiva porém não restritiva.
Numa visão mais estratégica sobre a mesma frase, entende-se que quando queremos recolher o poder de alguém, temos que dilatá-lo, inflamá-lo (o poder). Quando a pessoa é consumida pela dilatação, sua imagem fica desgastada. Esse desgaste faz com que a pessoa perca a força... Isso pode ser maquiavélico.
A síntese a que me referi antes, no Taoísmo, nos leva a saber como trabalhar as coisas, como saber usar um conhecimento de uma maneira construtiva em vez de usá-lo de uma maneira destrutiva.
No entanto, não se diz que o construtivo é bom e que o destrutivo é ruim. Se a construção é vida, a destruição é morte. Vida e morte fazem parte de um ciclo perfeito. Tudo o que tem vida, morrerá. Tudo o que morreu, já teve uma vida e provavelmente terá outra. A vida e a morte são complementares entre si. É preciso que haja a vida para que haja a morte. Precisa haver a morte, para haver a vida.
O importante é sabermos qual é o momento de construir e qual o momento de destruir. Qual é o momento de armar o de desarmar. Qual é o momento de se tornar herói e qual o momento de se entregar, de render-se ao destino.
Essa compreensão é que faz com que o estudo do Taoísmo se torne complexo.
Muitas vezes, perigosamente, as pessoas preferem ficar com a vida, ignorando a morte; preferem ficar com a construção, ignorando a destruição. Conseqüentemente, julgam a construção, a vida, a luz como algo bom e consideram a destruição, a morte, a obscuridade, a noite, como algo ruim.
Na verdade, não é bem assim porque um é o complemento do outro.
Para o Taoísmo, o bom está no equilíbrio dos dois. O bom é saber seguir a ordem do universo, a ordem natural do macrocosmo: saber ter o recolhimento no momento do recolhimento. Saber entrar em expansão no momento da expansão. Nascer no momento do nascimento. Morrer, ou seja, transformar no momento da morte. Dessa maneira, estaremos fluindo no curso natural das coisas. E teremos a naturalidade. E poderemos recuperar a infinitude do espírito, o mesmo espírito que peregrina na infinitude do universo, entrando e saindo de cada ciclo, naturalmente.
No Taoísmo se fala, portanto, tanto na vida quanto na morte, tanto na luz como na obscuridade - tudo com igual importância.
Um lugar com luz sem obscuridade seria estéril, com excesso de luz. Num lugar somente com sombra sem luz também não tem vida, não tem fotossíntese.
Na segunda frase, Ele diz:
Para querer iniciar o enfraquecimento
É necessário consolidar o fortalecimento
O que é enfraquecer?
É tornar algo mais brando, mais flexível, mais suave. Para tanto, é preciso primeiramente consolidar o fortalecimento. Sem força, não se pode enfraquecer. Só se pode tornar algo suave se isso já foi forte. A força deve ser consolidada para que seja enfraquecida.
No sentido da estratégia, se quisermos enfraquecer alguém, devemos primeiramente fazer com que essa pessoa se sinta forte. Se alguém se sente forte, abandona as defesas. Uma pessoa frágil é mais alerta e, sabendo de sua fragilidade, o perigo será derrubado. Uma pessoa com força, tem menos capacidade de auto-preservação e de proteção. A força torna a pessoa mais arrogante, mais ousada em sua conduta. E essa ousadia, esse risco, é parte de sua destruição, de seu enfraquecimento. Uma pessoa que se considere perfeita e capaz de tudo, perde sua força. Isso é o começo do declínio. Essa é a lei da natureza. O declínio do verão surge no auge do verão.
Maquiavelicamente falando, se quisermos derrubar uma pessoa forte, temos que oferecer-lhe mais força para torná-la ainda mais forte e assim, em seu auge de poder, o declínio terá seu início.
Existe um texto sobre estratégia de guerra que diz assim:
Você quer derrotar o seu inimigo - sendo você o mais forte - isso é uma atitude inferior.
Você quer derrotar um inimigo que é mais forte que você - isso é uma atitude superior.
Porém, a atitude mais superior de todas é a do próprio inimigo se derrotar - porque ele é mais forte do que você - e assim, é derrotado por si mesmo. esse é o mais alto nível.
Para querer iniciar o abandono
É necessário consolidar o amparo
Só podemos deixar algo, se o ampararmos. Só podemos deixar os filhos, o rebanho, prontos para o mundo se os ampararmos. Para se alcançar a liberdade de voar a vida, é necessário um preparo. Uma sociedade, para ser liberal, precisa ser absolutamente rígida, preparando um amparo social que permita às pessoas viverem livremente.
É interessante percebermos que um símbolo puro pode ser entendido tanto de uma maneira pura como de uma maneira maquiavélica.
Como o Taoísmo fala essencialmente sobre o Caminho da Consciência, devemos ter lucidez para sabermos que muitas vezes nossas atitudes podem ser vistas de uma forma ou de outra.
Essa maneira de o Taoísmo trabalhar - a estratégia da compreensão do mundo -, não é uma grande iluminação, é uma Breve Iluminação. Esse pequeno saber é valoroso enquanto não se alcança a Grande Iluminação.
Para querer iniciar a subtração
É necessário consolidar o aumento
Subtrair é tomar, é tirar.
No Taoísmo, existe o conceito da subtração: todas as coisas e todos os seres estão interligados, co-ligados. Todos ‘tiram’ energia uns dos outros.
Na teoria dos cinco elementos:
- O fogo vem depois da madeira: o fogo tira a energia da madeira e se torna fogo.
- A terra vem depois do fogo: a terra tira a energia do fogo e se torna terra.
- O mental vem depois da terra: o mental tira a energia da terra e se torna metal.
- A água vem do metal: a água tira a energia do metal e se torna água.
Assim se forma um grande ciclo. Isso é subtração. Todo o universo está ao mesmo tempo doando e retirando de si mesmo.
Ao falarmos, nossa energia vital sai através da palavra e com o ouvido, captamos a energia do falar de outrem.
Ao olharmos para alguém, essa energia sai de nós e entra na pessoa.
Assim se faz a integração de energias. Isto está em toda a parte, em todos os momentos.
No entanto, daquilo que se retira, também se dá. É preciso, então, aumentar a nossa capacidade de receber para podermos doar.
Na prática mística da Escola Konnun Taoísta fundada por Mestre LÜ, mostram-se técnicas de captação de energia para proporcionar o fortalecimento. Essa captação de energia é feita na natureza, com grandes árvores, com grandes rochas, através da meditação. Encontra-se nesses elementos muita força. Nas rochas, por exemplo, a energia está em suas veias. É como se fosse um ponto de energia que canaliza a força de toda a rocha.
No Planeta Terra existem pontos energéticos que na geomancia chinesa são chamados de Veias do Dragão.
Em regiões de pedras muito grandes, existem debaixo da terra outras pedras ainda maiores e tudo isso cria uma imensa corrente de força que é concentrada na pedra que se sobressai. Uma meditação nesses lugares pode doar à pessoa uma enorme energia da natureza: rejuvenescimento, aumento da consciência, aumento da força interior, expulsão de doenças.
No entanto, o próprio Mestre LÜ diz que como todas as coisas doam e subtraem, a troca de energia entre os seres pode acontecer em todos os níveis. E, na comparação das coisas, a pessoa pode ficar enfraquecida se realizar esse encontro meditativo com a natureza energética com freqüência demasiada e sem o devido preparo. Existe um processo de inspiração e de expiração também nas pedras e árvores. O aprendiz antes de entrar nesse tipo de meditação, tem que se fortalecer, tem que ter força suficiente para poder ter o controle da situação. Para ser forte, é preciso uma boa alimentação, respiração, meditação, concentração para fortalecer a mente, o corpo e a emoção. A partir daí, a pessoa precisa ter conhecimento da natureza, saber quando a natureza está expirando ou quando está inspirando.
Dentro do treinamento Taoísta - em todas as escolas -, existe um estágio mais avançado que é o Retiro na Floresta. Esse “retornar à natureza” é o arquétipo iniciático que qualquer linha mística ou tradição reverencia. Esse treinamento é fundamental - porque se retorna à raiz da vida i- para se seguir para outros níveis. O homem, em suas raízes primordiais, tem que viver de uma maneira essencialmente despojada.
O nome Konnun vem de uma montanha mitológica onde vivem os imortais. A montanha física com o mesmo nome está situada no sudoeste da China, na fronteira com o Tibet e o Nepal.
Mestre Lü nasceu no leste da China e desde criança foi selecionado pelo astrólogo imperial como uma criança inteligente e levada ao palácio para treinamento. Lá se tornou o astrólogo-astrônomo oficial do Palácio. Com a queda do império, ele abandonou o palácio e foi iniciado por um Mestre Konnum que lhe disse para ir à montanha e receber conhecimentos e segredos do patriarca ancestral que lá morava, num Abrigo Celestial. Alguns anos mais tarde, já pronto para esta tarefa, Mestre Lü tentou por três vezes ascender para a montanha espiritual. Nas duas primeiras vezes foi derrubado por forças opostas mas foi bem-sucedido na terceira tentativa.
Já na montanha espiritual Konnun, foi acompanhado por um velhinho que ele entendeu ser um colega do patriarca. Depois de muito andar, deparou-se com uma enorme e centenária árvore e um velhinho sentado em estado de êxtase, abraçado por um galho de árvore. Mestre Lü perguntou ao velhinho que o acompanhava:
Quem é ele?
Ele é o Patriarca e já está ali meditando há centenas de anos.
Mestre Lü reverenciou o Patriarca e recebeu inúmeros ensinamentos e segredos para trazer de volta ao mundo físico. Seus conhecimentos são inúmeros e dentre eles, o do rejuvenescimento através da captação de energia da natureza. Seu retrato aos noventa anos de idade não mostra qualquer ruga em seu rosto.
Em seguida, Ele diz:
O suave e o fraco vencem o rígido e o forte
Lao Tse quer dizer que a suavidade e a flexibilidade permitem a durabilidade das coisas. Durante a tempestade, são as grandes árvores aquelas que são arrancadas do chão enquanto o capim resiste à grande força.
O vazio, o espaço e a grandeza da água são fracos perante a rocha. No entanto, a rocha se quebra e a água, não. Assim, Ele quer dizer que a suavidade tem a capacidade de durar mais tempo.
Essa frase conclui o que Ele diz nos versos anteriores. Ele falou do recolhimento, do enfraquecimento, do abandono, da subtração, do processo de interiorização e de suavização.
A suavidade é melhor do que a força. Apenas a suavidade vinda da forma e não a suavidade como ausência da força. Saber ter força que se transforma em suavidade. E não ser suave porque não se tem força.
É o Yin abrangente que tem a transcendência do Yang e não o Yin como ausência do Yang.
A verdadeira suavidade é se fortalecer para poder ser suave. Suavidade não como ausência de força mas sim como transcendência de força.
Os peixes não podem separar-se do lago
Na linguagem da Alquimia, o peixe é a Consciência, e o lago, a água, é o Sopro, a energia vital. A Consciência só é viva quando está dentro da Energia Vital.
Se quisermos transcender, primeiramente temos que ter a vida. É preciso que o homem não se separe do seu Caminho, assim como o peixe não pode abandonar a água.
O reino que tem o instrumento afiado
Não pode colocá-lo à vista do homem.
Quem já segue o Caminho - que já possui a ferramenta de trabalho - precisa saber bem usar esta ferramenta. A ferramenta é o ‘instrumento afiado’. Uma faca muito afiada é cortante e tanto pode ser usada como um instrumento útil como pode ser uma arma para ferir outros ou até a própria pessoa. É preciso saber trabalhar com o instrumento.
Por isso, Ele diz que o instrumento afiado não pode ser colocado à vista do homem. Não pode ser exposto, não pode ser exteriorizado. Essa potencialidade deve ser guardada, reservada para que permaneça numa posição mais discreta. A exibição da ferramenta já pressupõe a possibilidade de ferir os outros.
Sob outro ângulo, essa frase significa que quem tem a arma afiada pode atiçar outras pessoas, ou seja, pode atrair a inveja e a cobiça, ataques desnecessários, pode provocar polêmicas, etc.
Dessa maneira, dentro do Taoísmo, os grandes mestres que realmente possuem os segredos da vida e da morte, são pessoas que vivem de uma maneira extremamente simples e discreta, sem chamar a atenção.
Existe um ditado chinês que diz: a meia garrafa de vinagre é melhor para a saúde do que uma garrafa cheia (de vinagre).
Por que não vinho ou água? Por que vinagre?
Porque o vinagre é azedo, por isso é vinagre. E meia garrafa só pode fazer menos mal do que uma inteira...
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FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, Janine Milward
TAO TE CHING
O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE
Lao Tse, o Mestre do Tao
Tradução e Interpretação do Capítulo 36
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG
Transcrição e Síntese de Aula Gravada na Sociedade Taoísta do Brasil,
Rio de Janeiro, em 28 de março de 1995
Transcrição e Síntese de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português,
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior,
sendo hoje publicada pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil
Nesta mesma Editora, encontra-se
a realização da publicação das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching

A consciência Suprema encontra-se dentro de você

Srii Srii Anandamurti, nos fala sobre a simplicidade do ato da MEDITAÇÃO:
A Consciência Suprema se encontra dentro de você assim como a manteiga está no leite; bata a sua mente através da meditação e Ela aparecerá – você verá que a resplandecência da Consciência Suprema ilumina todo o seu Ser interior.
Ela é como um rio subterrâneo dentro de você. Remova as areias da mente e você encontrará a água fresca e límpida no interior.
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FOTO: PONTE no Sítio das Estrelas

Conclui a obra sem mostrar a Sua existência

TAO TE CHING - O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE
LAO TSE, o Mestre do Tao
Tradução e Interpretação do Capítulo 34
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG

Capítulo 34

O Grande Caminho é vasto
Pode ser encontrado na esquerda e na direita
Os dez mil seres dEle dependem para viver
E Ele não os rechaça
Conclui a obra sem mostrar a Sua existência
É o manto que cobre os dez mil seres, sem agir como senhor,
Podendo ser chamado de pequeno
Os dez mil seres voltam para Ele, sem que aja como senhor,
Podendo ser chamado de grande.
Assim, o Homem Sagrado nunca age como grande
Por isso pode atingir sua grandeza.
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Esse Capítulo fala do Grande e do Pequeno. Da ambição e da simplicidade.
Sobre esse assunto, quem fala é outro grande pensador, Chuang Tzu. Em seus inúmeros contos, ele fala da incompreensão do pequeno perante o grande e da incompatibilidade do grande perante o pequeno.
Uma das histórias de Chuang Tzu fala de uma tartaruga que vive em um gigantesco oceano. Um dia, a tartaruga saiu do mar para se tornar peregrina na terra. Encontrou um poço d’água e dentro dele viu um sapo, alegre e dançante, pererecando.
A tartaruga perguntou quem ele era e o sapo respondeu:
“Eu sou o sapo feliz, que pula dali para lá, de lá para cá; fico o tempo todo olhando para o céu redondo. Quando sinto fome, como, quando me canso, não faço nada: meu mundo é maravilhoso! E quem é você? De onde vem?”
“Eu sou a tartaruga e venho do oceano.”
“E como é o oceano?” - perguntou o sapo, curioso.
“O oceano é sempre o mesmo, não diminui nem aumenta e contém em si toda a vida.”
O sapo não gostou do que ouvir e retrucou:
“Isso é uma grande mentira, não pode existir um lugar assim” - e não quis mais conversa com a tartaruga.
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Nesse conto, Chuang Tzu fala da incompreensão e da incompatibilidade das coisas e seres. Ele não chega a falar na moral da história. Ele simplesmente termina a história.
Esse simples término vem gerando grandes polêmicas entre seus leitores e estudiosos. Alguns defendem a tartaruga e outros defendem o sapo.
Estes últimos argumentam: “De que vale o grande? O grande é tão grande que é incapaz de se submeter a um poço. A vida pode ser simples e feliz, como a que vive o sapo, sem sofrimentos nem frustrações”.
Os primeiros, aqueles que defendem a tartaruga, dizem: “É impossível para o sapo compreender a grandiosidade do universo, como o oceano. Para se compreender a grandiosidade, é preciso ser grande”.
Por outro lado, aparentemente, Chuang Tzu defende ambos os lados porque expõe os fatos sem colocar a “moral” da história, no final. Através da colocação paradoxal, ele nos leva a uma compreensão que está além da discussão do grande e do pequeno.
Porque....
Sob o ponto de vista do grande, o grande está correto.
E
Sob o ponto de vista do pequeno, o pequeno está correto.
Na realidade, para a tartaruga, não existe a questão do certo ou do errado. Assim como para o sapo.
Se estivermos nos deparando com essas duas realidades - uma é tão real quanto a outra -, nesse momento não podemos julgar. E, através desse não-julgamento, nós entramos numa terceira dimensão onde simplesmente se compreende que não se pode nem decifrar nem interpretar essas duas realidades. Portanto, devemos ir além da questão do grande e do pequeno.
E é a isso que Lao Tse chama de O Grande; portanto, é minúsculo.
Para entrar nessa viagem, é preciso que compreendamos além da palavra e além do puro racionalismo.
Quando a compreensão vai além do grande e do pequeno, essa compreensão é grande. Essa compreensão alcança algo que pode ser chamado de grande. Portanto, esse algo grande, é minúsculo, não é grande, não tem volume.
Lao Tse nos fala da força de vontade; e, sobretudo, da grande visão que é, ao mesmo tempo, grande e minúscula.
O Grande Caminho é vasto
Pode ser encontrado na esquerda e na direita
O Grande Caminho é o termo antítese para o Pequeno Caminho.
O Grande Caminho é um caminho vasto, amplo, aberto. O pequeno caminho é um caminho estreito, mais específico.
Na China, é comum que as expressões de arte e de literatura sejam consideradas caminhos chamados de pequenos caminhos.
O Grande Caminho é um caminho que transcende uma expressão ou outra expressão. É um caminho que não se limita a uma expressão específica. Não é através da arte, da literatura, da música, ou do que for. Por isso, Ele é vasto. É um Caminho puro, que não tem uma forma definida. Esse algo que não tem forma definida é como se fosse o Vazio. E nEle cabem todos os pequenos caminhos.
Na realidade, todos os pequenos caminhos de desenvolvimento e de realização espiritual - através da Poesia, dos escritos, da música, da meditação, do pensamento, da filosofia, não importa qual - todos os pequenos caminhos estão abraçados e dentro do Grande Caminho, como um Grande Vazio, um grande espaço.
Por isso, Ele diz:
O Grande Caminho é vasto
Entretanto, nEle cabem todos os pequenos caminhos:
Pode ser encontrado na esquerda e na direita
Se a música for o caminho da esquerda e a arte, o da direita - digamos -, então o Grande Caminho pode ser encontrado através da música ou da arte.
Aí está a sutileza do pensamento de Lao Tse. Se a arte é uma arte do pequeno caminho, e é arte que serve como caminho para o Grande Caminho, então ela deixa de ser Arete do pequeno caminho para se tornar arte do Grande Caminho.
Se a música é apenas música do pequeno caminho da realização da própria música - é apenas música do pequeno caminho. Quando a música é apenas música e é um veículo que realiza o Grande Caminho, então a música é o Grande Caminho.
Lao Tse diz que todos os caminhos, todas as formas de realização espiritual, são pequenos caminhos. E seguindo o pequeno caminho, usando uma ou outra forma, compreendendo a forma apenas dentro da compreensão do pequeno caminho, tudo resta como pequeno caminho.
Quando a compreensão não se limita pela forma, passa a trilhar o Grande Caminho.
Ao usarmos a linguagem e sermos limitados por ela, esse caminho passa a ser o pequeno caminho.
Grande é a intenção, o espírito da coisa.
Se tivermos um violino e o tocamos e nossa expressão artística está limitada ao conceito do violino, à teoria do violino, estaremos seguindo o caminho do violino, ou o pequeno caminho.
A partir do momento em que o violino é apenas um violino mas nossa caminhada rompe a barreira do instrumento e o instrumento nos serve para que sigamos nosso caminho, então esse é o Grande Caminho - porque o violino não será o bastante por si e para si e sim como instrumento de realização de um caminho.
Por isso, Ele diz:
O Grande Caminho é vasto
Pode ser encontrado na esquerda e na direita
Podemos também entender que o lado esquerdo é o intuitivo e o direito, o racional. Na verdade, ao seguirmos o Grande Caminho, a linguagem, o estudo, tudo pode ser mais racional ou mais intuitivo, porém se estivermos além da linguagem e apenas utilizando a linguagem, estaremos sempre trilhando o Grande Caminho.
É com essa analogia de compreensão que os mestres taoístas dizem: “Saber utilizar as cosias do mundo - sem ser utilizados por elas - assim agindo podemos entrar e sair do mundo sem nos mancharmos”.
Dessa maneira, tudo o que existe são ferramentas para o nosso trabalho. Todas as linguagens são instrumentos do Tao. E o Tao não pode ser limitado pelo instrumento. No caminho espiritual, todas as técnicas são ferramentas, portanto, não podemos ser limitados pelas ferramentas. É preciso que saibamos usar as ferramentas no momento apropriado, de uma maneira apropriada, na situação apropriada.
Os dez mil seres dEle dependem para viver
E Ele não os rechaça
Essa frase é muito importante e pode ser entendida de duas maneiras:
Primeiramente, Ele diz que o Grande Caminho é vasto e nEle cabem todos os seres e Ele não repudia ninguém.
Lao Tse fala do Tao como algo que abraça todos os seres, porque simplesmente, tudo está dentro do Tao e todas as coisas são partes do Tao, são manifestações do Tao. Portanto, o Absoluto não tem como renunciar à sua própria manifestação que inclui a nós e a todos os seres e a todas as coisas do universo.
Por isso, Ele diz:
Os dez mil seres dEle dependem para viver
Se não tivermos esse Grande Caminho que nos abraça, se não tivermos esse Vazio que nos permite existir dentro dEle, então, não temos como viver.
Numa linguagem mais simples, levando para um lado mais psicológico, se não tivermos um Grande Caminho fóra de nós, que nos permita caminhar, que nos envolve e nos permite viver, naturalmente estaremos sufocados.
Na vida cotidiana, precisamos abrir espaço, permitir a existência do espaço em nossa vida, metaforicamente falando.
O espaço não é o outro que nos concede, é nos que nos permitimos em tê-lo.
Mestre Maa nos diz que nas práticas místicas taoístas, em níveis mais elevados, os grandes mestres ascensionados conseguem completar sua transmutação fisicamente, espiritualmente, energeticamente. Os maiores mestres ascensionados são aqueles que ascensionam sem deixar quaisquer resíduos na Terra.
Na linguagem simbólica, a consciência que governa a nossa vida é o rei, nosso corpo é o reino e as células são as pessoas, o povo. Todos nós temos uma consciência que comanda todas as células, órgãos, ossos, músculos e tudo forma um grande reino com o Estado, os ministros, o povo e seu governante supremo, que é a consciência, o espírito.
Esse espírito que se transforma e que se unifica ao Grande Caminho, naturalmente não rechaça nem exclui seu povo e seu território. Continua transmutando a si próprio, junto com seu território, com seu povo.
A Iluminação se dá no espírito, na energia, no corpo físico que transmuta.
Essa transmutação é tão completa que, no momento da ascensão, no momento em que se alcança o estado esplendoroso de ser, o espírito não deixa o corpo físico morto na Terra - não deixa resíduos.
Por isso, Ele diz:
Os dez mil seres dEle dependem para viver
Nosso corpo todo depende da consciência para viver. Se a consciência é o próprio Tao, então o Tao não irá renunciar a nenhuma parte do nosso ser e transmutará tudo e levará tudo numa grandiosa ascensão.
Tudo no universo tem o sentido do Tao, que é o sentido da imortalidade, portanto, nada no universo está excluído.
O Tao não exclui o homem mas o homem pode se excluir do Tao (achando que isto não pode ser viável). Mesmo homem que se considera desligado do Absoluto, do Sagrado, ele ainda está dentro do Absoluto - mesmo que não saiba disso..... Mesmo que não consiga sentir isso e não viva como se estivesse - apesar de estar.
Lao Tse nos diz que, se não estamos limitados pelo corpo, não precisamos jogá-lo fora e sim precisamos transmutá-lo a ponto de ascensão junto com o espírito.
Conclui a obra sem mostrar a Sua existência
Inúmeras vezes, o Taoísmo diz que o Homem Sagrado conclui sua obra sem mostrar-se, sem aparecer.
O que é Homem Sagrado?
O Homem Sagrado é aquele que vive na condição do Grande Caminho, é o ser que busca o Grande Caminho, é o ser que se realiza através do Grande Caminho... e, finalmente, Ele se torna o próprio Caminho.
Ao se tornar o próprio Caminho, Ele pode exercer seus trabalhos e suas atividades, com a mesma qualidade do Grande Caminho. Por isso, Ele é o Homem Sagrado, Aquele que alcançou sua Sagração.
O que é a Sagração?
Sagração é se tornar o próprio Caminho.
“O Grande Caminho conclui a obra” - a obra da vida, o nascimento, a criação, a transformação de todas as coisas.
Conclui a obra sem mostrar a Sua existência
O Grande Caminho não pode ser visto. A natureza, a primavera, o verão, o outono, o inverno, as dez mil coisas que nascem e se transformam, toda a beleza e harmonia que existe no universo, a ordem, o tempo, o espaço..., tudo está em perfeita sintonia... mas nada se vê.... porque o Grande Caminho abraço tudo, realiza tudo e não demonstra sua presença.
É o manto que cobre os dez mil seres, sem agir como senhor
O Grande Caminho dá assistência sem ser paternal. O Tao permite a vida nEle existir e faz com que todos os seres sejam protegidos mas Ele não se torna o senhor do seres. Ele não é dono do mundo, não é dono do universo. Ele apenas cobre o universo, como um manto, simplesmente.
Da mesma maneira, o taoísta que busca a realização através do Tao, tenta se inspirar nisso, aprendendo a fazer na vida o oferecimento do manto a quem precisar, sem agir como senhor, nem como senhor do manto.
Podendo ser chamado de pequeno - significando o agir com simplicidade e com humildade.
Os dez mil seres voltam para Ele, sem que aja como senhor,
Podendo ser chamado de grande.
O Tao, ao mesmo tempo em que protege todos os seres sem se apossar deles, é humilde e simples como algo minúsculo. E por ser tão minúsculo e simples e nada possuir..., todos os seres, no entanto, dEle dependem e estão voltados para Ele: o Tao é grande.
No início deste Capítulo, Lao Tse fala da grandiosidade do Tao e diz que Ele é minúsculo. Ele fala dessa aparente contradição entre o grande e o pequeno.
O verdadeiro Grande transcende a questão do grande e do pequeno. Portanto, o Tao é pequeno e é grande, ao mesmo tempo. nEle não há tamanho, nEle não há forma, nEle não há linguagem que o possa descrever. NEle não há um caminho que possa ser identificado especificamente com Ele. Assim, todos os caminhos estão entro dEle, todas as linguagens estão dentro dEle, todas as formas estão dentro dEle.
O homem que está de acordo com o Tao, pode atuar em todas as linguagens e em todas as formas ou em qualquer uma das linguagens ou em qualquer uma das formas, sem ser prisioneiro da linguagem ou da forma.
Essa é a idealização, a visão que Lao Tse tem para nos mostrar sobre a vivência através do Grande Caminho.
O Taoísmo nos ensina a viver a vida com magnitude, com uma visão ampla, com um sentimento grandioso; portanto, nos ensina a viver de uma maneira muito simples, natural e humilde. Nos ensina a viver de forma pequena e não-grande.... para assim não sermos prisioneiros nem do grande nem do pequeno.
Assim, o Homem Sagrado nunca age como grande (grande como antítese do pequeno)
Por isso pode atingir sua grandeza.
Não nos esqueçamos que o Grande está no Wu Chi (o céu anterior) e não no Tai Chi (o céu posterior) do Yin e do Yang.
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FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS
TAO TE CHING
O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE
Lao Tse, o Mestre do Tao
Tradução e Interpretação do Capítulo 34
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG
Transcrição e Síntese de Aula Gravada na Sociedade Taoísta do Brasil,
Rio de Janeiro, em 14 de março de 1995
Transcrição e Síntese de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português,
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior,
sendo hoje publicada pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil
Nesta mesma Editora, encontra-se
a realização da publicação das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching
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Tradução e Interpretação em Aula Gravada
Por WU JYH CHERNG
Na Sociedade Taoísta do Brasil, Rio de Janeiro, em 14 de março de 1995
Transcrição e Síntese de Janine Milward

VENHA CONHECER O SÍTIO DAS ESTRELAS!

CARO CAMINHANTE DO CÉU E DA TERRA,
VENHA CONHECER O SÍTIO DAS ESTRELAS!
acessando minha Página
http://vidanositiodasestrelas.blogspot.com.br/
e buscando onde você melhor se encaixa
junto à vida cotidiana na simplicidade do Sítio,
na alimentação vegetariana, no silêncio,
junto às estrelas da Astronomia e da Astrologia
e, fundamentalmente, junto à Espiritualidade
e da prática de meditação.
Com um abraço estrelado,
Janine Milward

VIDANOSITIODASESTRELAS.BLOGSPOT.COM|POR JANINE MILWARD

A Liberação das Ataduras da Mente

A Liberação das Ataduras da Mente

“”Qual é o propósito da vida e como atingir esse propósito?
A meta da vida humana é alcançar a Consciência Suprema e para isso é preciso trilhar o Caminho da Liberação, Mukti.
Os vários seres do universo, o coletivo, são denominados, Jiiva, em sânscrito. O Uno, a Suprema Consciência, é Shiva... Quando estamos sob as limitações, em nossa mente, somos Jiiva. Quando ultrapassamos essas limitações e alcançamos a liberação da mente, somos Shiva
A mente humana é a causa das limitações bem como a causa da Liberação. Então existem técnicas para que esta mente possa realizar a meta de sua vida.
É a mente que realiza a ação – assim é a mente que desfruta das vicissitudes e das virtudes das ações realizadas
A mente não pode existir sem o pensamento, sem que esteja ocupada, sem estar em constante movimentação... como exemplo temos uma bola de assoprar, que mesmo cheia, quando pressionada, se torna deformada... no entanto, sua tendência é voltar ao normal... Assim acontece também com a mente – sua tendência é retornar à sua normalidade - sua Liberação.
Ação é Karma e o resultado das ações se chama Samskara. Samskara é a tendência da mente a retornar à sua forma original, a Shiva, à Suprema Consciência. Quando todos os Samskaras são exauridos, neste momento Jiiva retorna a Shiva.
A meditação cotidiana faz com que os Samskaras se manifestem intensamente: bem como a Iniciação Espiritual também amadurece os Samskaras mais profundamente. Na verdade, faz parte do Caminho Espiritual o fato de o aspirante se defrontar mais intensamente com seus Samskaras...
Qual é a causa de nossas limitações? A mente. A mente é limitada pelos Samskaras.
Os Samskaras se apresentam de três formas: os inatos, os adquiridos e os impostos.
Os Samskaras inatos são reações de ações já acontecidas anteriormente a esse nosso nascimento, a essa nossa vida de agora.
Os Samskaras adquiridos são as reações de ações acontecidas nessa vida de agora.
Como então podemos nos liberar desses dois tipos de Samskaras? – através do desenvolvimento da consciência.
Consciência é discernimento, Viveka.
Esta consciência discriminativa, esse discernimento, sempre está entre a escolha de realizar uma ação boa ou ruim. Quando faz a coisa certa, a consciência está regendo a mente - Vidya. Quando fazemos a coisa erra, isso causa degradação – Avidya.
O Karma, a Ação, tem dois aspectos:
O karma onde se tem independência se chama `ação original ´.
O Karma onde não se tem independência se chama `ação reativa’.
O sofrimento, por exemplo, é o resultado de uma ação original. Como aspirantes espirituais temos que ser sábios para utilizarmos o discernimento em nossa vida.
A consciência discriminativa, o discernimento – Viveka – traz em si cinco aspectos:
. O eterno e o transitório. – na vida apenas uma coisa é eterna – é a Suprema Consciência – todo o resto é transitório.
. A dualidade e a singularidade – a escolha da singularidade nos leva ao eterno, á Suprema Consciência. A dualidade nos leva apenas ao transitório.
. Atma e Anatma - todas nossas ações devem sempre ser direcionadas para Atma, a Suprema Consciência.
- As cinco camadas da mente – durante a realização do Caminho Espiritual, o aspirante pode ficar iludido, embevecido, enganado pelos poderes que vai conhecendo e desenvolvendo em sua mente... é preciso ultrapassar todos esses obstáculos para tornar-se Uno com Paramapurusa.
- Finalmente, Conhecimento, Ação e Devoção – Jinana, Karma e Bhakti. Nas quatro etapas iniciais a mente funcionou através do intelecto. O conhecimento, Jinana, é muito importante porque é o instrumento que nos ajuda a identificar nossa meta e como alcançá-la.
Conhecendo nossa meta é preciso a Ação, Karma. A ação, sem reação, sem Samskara – é Karma. No entanto, apenas a ação por si só não nos leva ao aprofundamento de nossa essência espiritual – é preciso então, Bhakti, A Devoção.
Uma vez tenhamos obtido a plenitude do Conhecimento, podemos jogá-lo fora, prescindir dele, porque o mais importante em nossa Caminho para a Liberação é a Ação plena de Devoção. Dessa forma, A Devoção, Bhakti, é a meta final a ser atingida para que o aspirante espiritual possa vivenciar e ultrapassar seus Samskaras inatos e adquiridos.
Devemos ir além do intelecto, então, que é extremamente limitado e realizar os três princípios fundamentais : Conhecimento, Ação e Devoção. Este é o Caminho da Liberação.
Os Samskaras impostos nos acontecem independente de nossa vontade ou ação porque são manifestados através da sociedade em que vivemos... Eles são:
- A mundanidade – nosso inter-relacionamento com a vida social como um todo.
- O ambiente – tudo aquilo que nos envolve, seja físico mental ou espiritual. A criação de ambientes neo-humanistas e espiritualizados deve ser a meta dos aspirantes espirituais...
- A educação e a profissão e os deveres. Desenvolvermos uma boa educação para conseguirmos uma boa profissão e realizar nossos deveres sociais e pessoais também são pontos fundamentais.
- Finalmente, existem as propensões psíquicas – quando as etapas anteriores mostram muitas dificuldades, a pessoa poderá desviar-se mental e psiquicamente, trazendo-lhe conseqüências difíceis para sua vida pessoal, social e espiritual. Dessa maneira, devemos nos desenvolver e fortalecer espiritualmente de forma individual primeiramente para então também fortalecermos a sociedade em seu desenvolvimento espiritual.
Assim, a conclusão é: enquanto existirem Samskaras, não existe Liberação.
Qualquer ação, boa ou ruim, cria Samskaras. Uma pomba presa em uma gaiola – seja uma gaiola de ouro ou de ferro – mesmo assim a pomba está presa!.
Se praticamos uma boa ação, trazemos boas reações, bons Samskaras para nossa vida: se praticamos uma má ação, trazemos Samskaras ruins para nossa vida...
Qual é a saída?
- Primeiramente, temos que entender que devemos realizar nossas ações pela sua realização intrínseca e não pelos seus resultados. A ação deve ser sempre realizada sem expectativas de seus resultados.
- Em segundo lugar, devemos abandonar o ego, o autor das ações realizadas.
- Finalmente, devemos oferecer tudo em nossa vida à Paramapurusa, ao Supremo.
Agindo assim, estaremos em nosso caminho de ir além o ciclos dos Samskaras para alcançarmos a Liberação, Mukti, e nos fundirmos à Suprema Consciência, Atma, e nos tornamos Unos com Paramapurusa.” ”
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Síntese da palestra matinal realizada em 20 de julho de 2001 durante o Retiro Espiritual da Ananda Marga na Fazenda Ananda Kiirtan em Belmiro Braga, MG.
Palestra gravada e sintetizadamente transcrita por Janine Milward
Foto: SÍTIO DAS ESTRELAS - Moinho de Meditação, Janine Milward
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Quem conhece a si mesmo é iluminado

TAO TE CHING
O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE
LAO TSE, o Mestre do Tao
Tradução e Interpretação do Capítulo 33
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG

Capítulo 33
Quem conhece os homens é inteligente
Quem conhece a si mesmo é iluminado
Vencer os homens é ter força
Quem vence a si mesmo é forte
Quem sabe contentar-se é rico
Agir fortemente é ter vontade
Quem não perde a sua residência, perdura
Quem morre mas não perece, se eterniza.
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Em “conhecer os homens e conhecer a si mesmo / vencer os homens e vencer a si mesmo”, Lao Tse está falando de dois caminhos da vida: a consciência que se exterioriza e a consciência que se interioriza. A força que se exterioriza e a força que se interioriza.
O que é a Consciência?
Consciência é Espírito.
O que é a força?
Força é o Sopro.
São os dois princípios da Alquimia Taoísta: o Espírito e o Sopro.
Uma pessoa com muita energia no corpo, tem força. Se a pessoa perde sua energia, fica sem força.
Quando a pessoa tem o espírito que se dirige para fora, tem uma consciência que se exterioriza.
Quando a pessoa traz o espírito para o interior, traz consciência para dentro.
O Espírito, ou seja, a Consciência tanto pode se interiorizar como se exteriorizar.
A força, ou seja, a Energia Vital tanto pode se interiorizar quanto se exteriorizar.
Evidentemente, no texto, Lao Tse está nos falando que a exteriorização da Consciência é uma inteligência expressiva - mas não é uma Iluminação.
E a exteriorização da energia certamente é uma expressão da força. Mas ter força não significa necessariamente que se é forte. Ser forte é ter a capacidade de domar a sua própria força, é ter a força sob controle.
No conceito de Lao Tse, a pessoa forte não é aquela que pode aplicar essa força exteriormente e sim ter o domínio de si próprio, em situações de ofensa, de agressão externa, etc.
A pessoa que é realmente forte em seu auto-conhecimento e em sua convicção pessoal, pode não reagir aos ataques externos em virtude de sua autoconfiança e segurança interior.
Quando duas pessoas se confrontam, aquela que é insegura parte primeiro para o ataque, achando que está ganhando vantagens na disputa ou confronto.
Por isso, Lao Tse diz:
Vencer os homens é ter força
Para derrotar o outro é preciso ter força, mas para dominar a si próprio é preciso ser um homem realmente forte. Quem é forte, não precisa vencer o outro. Portanto, terá a capacidade de vencer o outro e não precisa derrotá-lo para vencê-lo.
Conhecer os homens é inteligência. A inteligência que se exterioriza é demonstrada em forma de clareza, de uma clara análise sobre as coisas externas e sobre as pessoas.
Existem pessoas inteligentes, com uma afiada capacidade de observação e de dedução. Isso é uma expressão de inteligência. Toda expressão de inteligência é uma exteriorização da consciência. Não é uma coisa negativa; é uma capacidade, uma expressão de exteriorização.
O mundo é composto por duas forças que o I Ching chama de Yin e Yang, o recolhimento e a expansão. A exteriorização é a expansão, o movimento Yang. A interiorização é o movimento Yin, o recolhimento.
É muito comum quando não conseguimos criticar algo interiormente que façamos uma transferência dessa capacidade para criticar o externo. Quando o ser humano não consegue enfrentar a si próprio - através de sua auto-observação e compreensão de sua fragilidade, de sua capacidade, favorável ou desfavorável -, essa observação inevitavelmente irá se exteriorizar. Essa pessoa se torna então crítica em relação ao mundo externo ou em relação às outras pessoas.
Quando não conseguimos perceber os mínimos detalhes de nossa própria vida, certamente teremos uma capacidade aumentada para percebermos os detalhes que estão fora de nós.
Por outro lado, devido à sedução externa, nós nos voltamos para o que acontece fora de nós. Nossa atenção se fasta de nosso mundo interior e é sugada, chamada para fora.
Na sociedade moderna, isso fica mais explícito e ativo. Nas cidades, tudo o que acontece em torno de nós, chama nossa atenção. E isso é a exteriorização da consciência, isso é ‘conhecer os homens’. A palavra ‘homens’ pode designar tudo o que nos rodeia. Quem conhece os seus e as coisas em trono, possui a exteriorização da consciência. a capacidade e a freqüência de usar essa inteligência faz com que possamos domar essa consciência em relação às coisas que estão em torno - isso é uma inteligência.
No entanto, a enorme freqüência dos estímulos externos acaba atrapalhando nossa consciência e não permite que nossa consciência se interiorize.
Em nossa meditação, estamos tão habituados a ter nossa consciência interiorizada que, muitas vezes, se não procurarmos um ambiente apropriado, não conseguimos, como iniciantes, começar a meditar.
Num estágio mais avançado, com toda a perturbação externa, nada nos demoverá de nosso estado de interiorização. Isso é auto-domínio, auto-controle e está relacionado com o auto-conhecimento. Quanto mais a pessoa consegue se interiorizar - trazendo a consciência para dentro e quando quiser, deixar ir a consciência para fora, com esse controle -, terá mais consciência de si própria, e ao mesmo tempo, terá a consciência das coisas que acontecem em torno.
A consciência será então acessível tanto ao mundo Yin quanto ao mundo Yang. Isso abre as fronteiras da inteligência - como conseqüência dessa pratica - acessando tanto ao mundo da razão quanto ao mundo da intuição. Entrar e sair do racional e do intuitivo e vice-versa com absoluta autonomia. Essa autonomia é a autonomia da Consciência. A autonomia da Consciência é a autonomia do Espírito, a verdadeira identidade que está dentro de nós.
Quando uma pessoa cultiva por longo tempo o domínio e a autonomia do Espírito, pode viver o consciente e o inconsciente com absoluto trânsito, pode viver o racional e o intuitivo com absoluta liberdade. Com o tempo, esse canal de trânsito vai se dilatando até atingir uma única Consciência onde não há separação nem diferenciação do racional e do intuitivo, do consciente e do inconsciente, apenas A CONSCIÊNCIA. Essa Consciência é a Consciência Una, não é uma consciência dual.
O que é Consciência Una?
Consciência Una é a própria Consciência Universal. É a Consciência que deve estar em toda a parte, em todos os lugares, em todos os seres. Esse estado de consciência Una, em nível físico dentro de nosso cérebro, está situado no centro do cérebro entre os hemisférios direito e esquerdo. Entre esses dois hemisférios, nesse centro, esse portão acontece. É um ponto subjetivo, abstrato, metafísico.
Na prática da meditação, deve-se atingir o ponto intermediário entre pensar e não-pensar, observar e não-observar. Esse estado é chamado de estado de embriagues, de entorpecimento. Esse estado não é o do sonho mas já se saiu da realidade externa.
Como fazer isto? Trazendo o Sopro para dentro do Espírito. Na linguagem da Alquimia Taoísta, o Espírito chama-se mercúrio. Sabemos que o mercúrio é um metal que se dispersa. A mente é como mercúrio, está sempre se dispersando. A consciência, na linguagem simbólica, é chama de mercúrio. O chumbo não dispersa e na Alquimia Taoísta é o Sopro, a Energia. A Energia deve envolver a consciência. O chumbo deve dominar o mercúrio.
Por isso, na meditação, se joga a consciência dentro do Sopro, o Espírito é colocado dentro do Sopro, a consciência que vai para dentro da Energia. E é a Energia que traz essa sensação de entorpecimento, de embriagues. Chega uma hora em que não se sente mais nem a Energia nem a consciência. É uma Energia com consciência e é uma consciência Energética.
A meditação Taoísta trabalha com a fusão da concentração com a contemplação.
A contemplação é passiva e a concentração é ativa.
Se fixarmos nossa atenção em um só ponto, estamos fazendo uma meditação ativa, concentrando.
Na contemplação, fica-se ligado em tudo e em nada, se trabalha com a fusão dos dois elementos, contemplando algo especificamente, sem ser uma contemplação ativa, sem apego, passivamente contemplando, sem esforço. É uma concentração passiva ou uma contemplação ativa. É uma fusão. É a união do Sopro com o Espírito.
Em seguida, Ele diz:
Quem sabe contentar-se é rico
Contentar-se é não correr atrás das multiplicidades, das diversidades, da abundância de números, é saber não pela quantidade mas pela qualidade. É viver a vida com uma compreensão profunda e não viver muitas vidas com uma compreensão superficial.
O que é o Mestre Iluminado, esclarecido?
É aquele que tem uma compreensão profunda sobre algo em sua vida. pode ser um mestre em carpintaria que conhece o traço da madeira e o manuseio do instrumento. Qualquer arte, seja da madeira, da pintura, do canto, o trabalho em qualquer ofício, qualquer arte é um caminho de vida.
Por isso o Taoísmo usa o termo Tao, o Caminho. É preciso que saibamos fazer um caminho que é a própria vida e por ser a própria vida, deve ser vivido profundamente e constantemente. Essa profundidade e essa constância tornam nossa caminhada simples - e não múltipla - porém rica em qualidade.
Por isso, Ele diz:
Quem sabe contentar-se é rico
Contentar-se é saber ficar com aquilo que realmente se quer e não ansiosamente correr atrás de muitas coisas.
Saber se contentar é saber abraçar a Unidade, saber abraçar a simplicidade. Quando abrimos a fronteira entre o consciente e o inconsciente, do racional e do intuitivo, quando nossa consciência se torna única, temos Uma consciência e não cinqüenta consciências. Uma consciência é imensamente maior do que cinqüenta consciências diversamente constituídas dentro de nós.
Agir fortemente é ter vontade
Essa frase é importantíssima para aqueles que estudam o Taoísmo. O Taoísmo fala da naturalidade, da intuição, da receptividade. A compreensão enganosa e parcial desses fatores pode tornar a pessoa sem responsabilidade, sem rédeas na vida.
A obsessão é uma vontade de querer alguma coisa incessantemente. A grande transformação a que os mestres taoístas se referem é a de transmutar a obsessão em vontade, ou seja, transformar uma força obstinada em algo positivo. Uma consciência obstinada, Yang, agindo perversamente, é obsessão. Uma consciência obstinada, agindo de uma maneira sadia, é a força de vontade.
A força de vontade obstinada que existe dentro de nós não pode ser cortada, jogada fora porque é o nosso lado Yang. Mas também temos o nosso lado Yin que é a nossa receptividade, nossa intuição, nossa contemplação. A contemplação e a receptividade - quando mal-dirigidas - podem nos levar a um relaxamento preguiçoso, à uma prostração, a uma falta de vontade.
A receptividade deve ser algo tranqüilo, transparente e não pode ser um estado de prostração.
A força Yang é obstinada mas não pode ser uma obsessão e sim uma força de vontade.
Para realizarmos as coisas, devemos ter força de vontade. Temos que trabalhar com o racional e com o intuitivo. Por isso, Ele diz: Agir fortemente é ter vontade
Quem tem força de vontade, terá ação forte. Mestre Maa nos diz que a força de vontade é a constância, a caminhada incessante. Seguindo-se o caminho de forma equilibrada e com constância, naturalmente estaremos usando a força de vontade. Se não a usarmos, estaremos abrindo espaço para a obsessão. Se não usarmos a força de vontade de uma maneira sadia, ela se tornará perversa.
Quem não perde a sua residência, perdura
Quem morre mas não perece, se eterniza.
Essas duas frases são importantes e basicamente definem dois conceitos essenciais da realização espiritual taoísta. É muito comum as pessoas conhecerem sobre a longevidade, sobre a saúde física e psíquica, sobre Chi Kun, terapias corporais, etc. Tudo isso para manter nosso espírito sadiamente dentro de sua residência, o corpo físico.
Por isso, Ele diz:
Quem não perde a sua residência, perdura
A residência da Alma, do Espírito, é o corpo. Numa escala mais ampla, é o céu e a terra.
Qual é a diferença entre o Homem Superior e o homem inferior?
O homem inferior é a pessoa que vive dentro de seu corpo. Sua morada é seu corpo.
Todos nós vivemos as duas coisas ao mesmo tempo. nossa alma, em primeiro lugar, vive dentro do nosso corpo. Em seguida, junto com o corpo, habita entre o céu e a terra. Apenas que, normalmente, não temos consciência dessa morada maior, que é o céu e a terra.
Se temos que cuidar bem do nosso corpo para a nossa alma poder viver sadiamente e então se iluminar - a residência é o ambiente que protege a alma e o espírito -, então o céu e a terra são os grandes provedores, o Grande Corpo que nos permite nossa realização, nossa iluminação.
A saúde física é importante para a saúde espiritual e assim, temos que tratar bem do nosso corpo. Ao mesmo tempo, temos que bem tratar o céu e a terra, o ar, a natureza, o ambiente.
O Taoísmo é essencialmente ecológico. Isso é um conceito fundamental.
Quem não perde a sua residência, perdura
Numa visão mais estreita, quem não perde seu corpo, terá longevidade, por isso ‘perdura’.
Numa visão mais ampla, a humanidade - que é o homem coletivo - não perde seu corpo - que é o seu Planeta - e assim, poderá ter longevidade.
Quando o homem não cuida bem de seu corpo, deixa que a alma perca a sua residência, porque o corpo morre.
Do mesmo modo, se o homem coletivo não cuidar bem do céu e da terra, perderá o lugar da espécie humana.
Lao Tse nos fala da importância da residência para a manutenção da longevidade. A longevidade é um dos valores que os taoístas buscam.
Mas a segunda sentença antagoniza com a primeira:
Quem morre mas não perece, se eterniza.
Lao Tse está falando daquele que alcança a longevidade em sua magnitude. Longevidade é a vida constante. Vida constante é a unidade da vida. nesta sentença, Ele já fala da transcendência da longevidade...
O Taoísmo trabalha em escalas.
Lao Tse nos diz para buscarmos a longevidade com saúde física e espiritual. Depois, nos diz que é preciso transcendermos a longevidade para alcançarmos aquela plenitude de quanto até na morte não existe morte.
Antes, com a longevidade, não há morte. Se se vive, não se está morto.
Depois, temos que alcançar o estágio quanto até na morte, não há morte.
Aí se rompe a barreira da longevidade.
Lao Tse nos diz que valorizar a vida não é apegar-se à vida. É dar qualidade à vida, podendo transcender a vida. Ir para além da vida.
Isso é o que Ele chama de ‘eternizar’.
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FOTO: SÍTIO DAS ESTRELAS, JANINE MILWARD
TAO TE CHING
O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE
Lao Tse, o Mestre do Tao
Tradução e Interpretação do Capítulo 33
do Tao Te Ching, de Lao Tse,
por WU JYH CHERNG
Transcrição e Síntese de Aula Gravada na Sociedade Taoísta do Brasil,
Rio de Janeiro, em 07 de março de 1995
Transcrição e Síntese de Janine Milward
A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português,
e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior,
sendo hoje publicada pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil
Nesta mesma Editora, encontra-se a
a realização da publicação das interpretações de Wu Jyh Cherng
acerca os 81 Capítulos da obra máxima de Lao Tse, o Tao Te Ching