O homem e o Homem Sagrado e a Estrela de Seis Pontas: Ação, Conhecimento e Devoção Karma, Jinana e Bhakti




O homem e o Homem Sagrado
e a Estrela de Seis Pontas:
Ação, Conhecimento e Devoção
Karma, Jinana  e Bhakti

Janine Milward


Nos é dito pelos Mestres que alcançaram o Portal entre o Mundo da Manifestação e o Mundo da Não-Manifestação, que existem três etapas para que nos seja possível nos colocarmos em nosso Caminho da Iluminação, ou seja, a infinitude e iluminação eterna de nossa consciência, de nossa mente: nossa Ação totalmente despida de reações em potencial negativas; O conhecimento verdadeiro; e finalmente, nossa Devoção à Suprema Consciência.

A Ação, Karma, é a prática do homem a se tornar Homem Sagrado.
O Conhecimento, Jinana, pertence à Terra.
E a Devoção, Bakhti, pertence ao Céu.

Obviamente, o Conhecimento da Terra é advindo do Céu e realizado pelo homem. A Devoção do homem é advinda do Céu e praticada na Terra através da Ação do Homem Sagrado.

Sendo assim, existe a integração do Homem entre a Terra e o Céu, é o religare.

E essa integração novamente nos revela a Estrela de Seis Pontas, a Triangulação realizada duplamente através a Ação, o Conhecimento e a Devoção divinas e humanas, celestes e terrestres..., sempre fusionando esses três conceitos através a constância e a duração existentes nos Mundos da Não-Manifestação e da Manifestação.




A Ação – Karma – sempre pressupõe uma reação em potencial – Samskara.  No momento em que realmente estivermos em nosso Caminho da Iluminação, nos propomos viver e agir sempre de forma que nossa mente atue dentro do bom discernimento – Viveka -, deixando os julgamentos errôneos ou preconceituosos de lado.

Dessa forma, não criaremos reações negativas em relação às nossas ações e nos tornaremos aquilo que poderemos chamar de Semente Queimada, Dagdhabiija, ou seja, a semente que não mais nasce dentro desse estágio de mundo mental em que nos encontramos agora e que nos leva a vida, morte, vida, morte, vida, morte, numa roda quase que infinita – a Samsara - e quase que sem sentido.....

O verdadeiro Conhecimento advém do Mundo da Não-Manifestação e, mesmo que traduzindo a verdade da Mente Cósmica, essa tradução já é uma realização dentro do Mundo da Manifestação, ou seja, tornou-se uma manifestação de Prakrti, o Princípio Operativo, tecendo a Criação.  O verdadeiro Conhecimento é aquele estruturado na constância, na infinitude, e não na duração, na efemeridade....

Assim, existe também um momento em que até do conhecimento abrimos mão, nos desapegamos: é o desapego final... para o encontro com a Mente Pura e Cósmica.

A Devoção atua como o combustível para o desenvolvimento dessas duas questões anteriores, ação e reação em potencial e conhecimento. A Devoção é a pureza da mente que nos instiga a nos movermos em direção à Consciência Suprema.  É o mapa do caminho de volta ao lar, por assim dizer. É a ferramenta mais precisa e certeira para que possamos transpor o portal entre o Mundo da Manifestação (deixando, assim, os Princípios Operativos e Criativos,  Prakrti e Maya para trás) e o Mundo da Não-Manifestação (nos fusionando com a Mente Suprema).

A Devoção é a mente em seu momento de maior refinamento, de maior sutileza, dentro do Mundo da Manifestação.  Podemos pensar que seja o momento de conclusão do Ciclo da Vida, do Ciclo de Brahma, quando as duas primeiras etapas iniciais - do sutil ao denso - já tenham sido bem-sucedidas e existe a compreensão de que somente resta a Devoção e seu desejo de Retorno à Fonte Primordial, seu fusionamento com a Suprema Consciência.

Podemos realmente dizer o que é a Devoção? Penso que não. Creio que a Devoção é algo interiorizado, íntimo, pertencente a nosso coração e mente individualizados, não é mesmo?

E é por isso mesmo que a Devoção tanto se assemelha à Suprema Consciência: possui apenas interiorização.

Quando é necessário que a Devoção exteriorize sua extrema interiorização, é preciso que a mente crie formas para expressar a Devoção.... assim como Prakrti, o Princípio Operativo, realiza a Criação dentro do Mundo da Manifestação, sendo inspirada sempre pelo Mundo da Não-Manifestação.

Daí nasce a verdadeira religiosidade, a integração do Homem entre a Terra e o Céu, é o religare.


 Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Extraído do meu livro
O CAMINHANTE CAMINHANDO SEU CAMINHO
http://ocaminhantecaminhandoseucaminho.blogspot.com.br/

IMAGEM; SÍTIO DAS ESTRELAS

Mestre Jesus, o Iluminado, encontrando seu momento de Liberação ou Imortalidade: a Páscoa da Ressurreição




Mestre Jesus,
o Iluminado,
encontrando seu momento de Liberação ou Imortalidade:
a Páscoa da Ressurreição

Janine Milward

Penso que Mestre Jesus teria sido um ser que teria adentrado na encarnação que conhecemos já tendo alcançado seu estado de Iluminação em sua plenitude e, ao longo de sua vida, foi tecendo seu Caminho da Liberação ou Imortalidade - e mostrado ao mundo que foi bem-sucedido nesta empreitada, através sua Ressuscitação e Ascenção aos Céus.

A bem da verdade, eu penso que esta semana que antecede a Páscoa (O Renascimento), é um momento ímpar para que nos aprofundemos na Espiritualidade... e não somente dentro das práticas cristãs mas também através as demais práticas religiosas e espirituais advindas do pensamento oriental que viemos apresentando nesta Página - o Tao e o Tantra primordiais a partir dos conceitos ministrados pelos Mestres Lao Tse e Srii Srii Anandamurti.

Quer dizer, o pensamento espiritual oriental trata das mesmas questões que foram tratadas por Mestre Jesus, apenas que em tons diferenciados, certamente.

Quando Mestre Jesus apresentou aos seus discípulos o Pão e o Vinho abençoados e lhes disse que fizessem isso em Sua memória, estaria deixando claro que o alcance dos Caminhos da Iluminação e, posteriormente, da Liberação ou Imortalidade, são alcançados somente através a encarnação propriamente dita, através a vida materializada propriamente dita!

No entanto, sua Ressuscitação, seu Retorno à Vida Infinitizada e Iluminada, mostrou que existe muito mais além da materialização da vida tão somente! Quer dizer, a vida existe na materialização plena e a Vida continua através sua Eternização, sua Infinitização.

O Caminho da Iluminação é alcançado durante a vida materializada e o Iluminado retorna a esta vida materializada até conseguir tecer seu Caminho da Liberação ou Imortalidade - e tudo isso dentro da vida materializada, da encarnação propriamente dita, certamente.

O Caminho da Iluminação pressupõe vida e retorno à vida materializada. O Caminho da Liberação ou Imortalidade pressupõe Vida Infinitizada e Iluminada e o retorno à vida materializada depende do desejo deste Ser Iluminado e Liberado ou Imortal - diferente do Iluminado que precisa retornar à encarnação, sem dúvida.

Não sei dizer se Mestre Jesus teria retornado à encarnação ou não - alguns dizem que sim. Porém, sinto que Mestre Jesus, dentro da encarnação que se nos revelou ao mundo, teria alcançado sua Liberação ou Imortalidade - pois que teria entrado na vida, teria nascido, já como um Ser Iluminado.
Boa Páscoa a todos!

Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Foto: Sítio das Estrelas, Janine - campo de Cosmos

Karma e Samskara Ação e sua Reação imediata ou em potencial




Karma e Samskara
Ação e sua Reação imediata ou em potencial

Janine Milward


De uma maneira geral, estamos sempre ouvindo – ou mesmo falando – sobre tal evento ou situação ou pessoa que representam aquilo que (erroneamente) entendemos como nosso Karma..., na expectativa de que, com isso, estamos nos referindo ao peso, ao obstáculo, à situação desagradável ou penosa que temos que enfrentar em nossas vidas...

No entanto, não necessariamente Karma quer significar peso, obstáculo, situação desagradável ou penosa.... Não. A verdade é que Karmasignifica ação. Nossas ações de vida, todas, são denominadas de nossos Karmas.

E certamente, compreendemos que toda ação traz uma reação – seja ela uma reação mais imediata (ou podendo acontecer ainda dentro da mesma vida quando a ação, Karma, tenha sido praticada); ou seja ela em seu sentido de reação em potencial (podendo acontecer ainda na mesma vida bem como sendo a reação de ações praticadas em outras vidas anteriores).

Ação é Karma. O resultado de nossas ações se chama Samskara.

A Criação é a manifestação, o espelho da Mente Cósmica que por sua vez traduz a Suprema Consciência.

Assim, toda a Criação é também mente. No entanto, aparentemente, somos nós, os seres humanos, os detentores da possibilidade de, primeiramente, expandir infinitamente e iluminadamente esta mente, transmutando-a em consciência e, em seguida, em Consciência iluminada e infinita, fusionada à Suprema Consciência.


Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Extraído do meu livro
O CAMINHANTE CAMINHANDO SEU CAMINHO
http://ocaminhantecaminhandoseucaminho.blogspot.com.br/

A Páscoa da Ressurreição: A Sagração do Homem - Mestre Jesus realizando seu Caminho da Imortalidade ou Liberação

Os Caminhos da Iluminação e da Liberação ou Imortalidade

O Caminho da Iluminação pressupõe a expansão da mente em consciência e, finalmente, em Consciência, tornando infinita e iluminada.

O Caminho da Liberação ou Imortalidade pressupõe que, a partir da conclusão última do Caminho da Iluminação, a própria Mente infinita e iluminada trabalhe o corpo físico do homem para torná-lo um Corpo de Luz, trazendo ao Homem Sagrado vida infinita e iluminada.


A Imortalidade é a conscientização do Ciclo de Brahma e sua realização.





Mestre Jesus 
realizando seu Caminho da Imortalidade ou Liberação
 - A Páscoa da Ressurreição: A Sagração do Homem

Janine Milward


Caro Leitor, Caro Caminhante do Céu e da Terra,

A meu ver, Jesus teria nascido já tendo realizado - em vidas anteriores - a conclusão de seu Caminho da Iluminação, caminho esse que traz ao homem as realidades de Mente Iluminada e Infinitizada...., porém ainda não a realidade de Vida e Mente Iluminadas e Infinitizadas - porque a questão de Vida Iluminada e Infinitizada acontece somente quando da conclusão do Caminho da Imortalidade e Liberação.

Em nossas Postagens anteriores desses dias mais recentes e concluindo o tempo chamado de Quaresma - a preparação para a Páscoa do Renascimento -, viemos comentando sobre as questões que vão acontecendo ao homem tornando-se Homem Sagrado através seus processos nos Caminhos da Iluminação e da Imortalidade ou Liberação.

A grande questão que diferencia Mestre Jesus e o traz de maneira mais intensa para o nosso conhecimento - para o conhecimento espraiado ao mundo inteiro! - é o fato de que sua Ressurreição foi comprovada, muito provavelmente, assim como a história nos conta através os relatos dos discípulos, de sua mãe, Maria, de sua amiga, Maria Madalena, após a morte e o fato de que o corpo não foi encontrado no lugar onde havia sido deixado e o aparecimento do Corpo de Luz ressuscitado de Mestre Jesus a estas pessoas mais chegadas em sua vida na Terra.

O Caminho da Imortalidade se dá quando, ao morrer, o Iluminado não deixa seu corpo na terra para ser cremado ou enterrado...ele ascende para o céu com seu Corpo de Luz exteriorizado e seu corpo físico interiorizado e totalmente alquimizado – tudo é Corpo de Luz - tornando-se, então, um Imortal. 

Mestre Jesus foi um claro exemplo de Ascensão aos Céus.

Essa é a Sagração do Homem, esse é o Homem Sagrado, mostrada por Lao Tse em seu Capítulo 16:

O Caminho tem o poder do eterno
Assim,
Mesmo perdendo o corpo, não irá perecer


O Caminho da Imortalidade é muito mais além do que O Caminho da Iluminação – desde que traz a Infinitude da Consciência e da Vida, A Imortalidade, e não somente a Infinitude da Consciência, A Iluminação.

O Iluminado ainda continua atado à Roda da Vida, retornando à encarnação para continuar processando seu Elixir da Vida. Ele possui a consciência infinita mas ainda não possui, em si mesmo, a própria Luz. Luz é matéria. É somente dentro da encarnação que o processamento da própria Luz pode ser realizado e a Alquimia do Tao pode ser completada. Sobre isso, Lao Tse nos fala no Capítulo 9:

Concluir o nome, terminar a obra, retirar o corpo
Este é o Caminho do Céu


O Imortal não mais continua atado à Roda da Vida, não mais precisando retornar à encarnação.... No entanto, muitos Imortais assumem o compromisso de retornar á encarnação e atuarem como mestres até que o último ser alcance sua Iluminação e Imortalidade... Eis o Capítulo 77:

Mas quem pode possuir sobra para oferecer ao mundo?
Somente aquele que possui o Caminho
Por isso, o Homem Sagrado
Age sem querer para si
Conclui a obra mas não se apega
E não deseja mostrar sua eminência


A conclusão do Caminho da Imortalidade ou Liberação lega ao Caminhante - agora traduzido enquanto Homem Sagrado - a possibilidade de não mais encarnar, a liberação de seu enlace com a Roda da Vida.... porque agora, o Homem Sagrado é pura Luz Infinitizada e pura Vida Infinitizada e herdeiro da Mente Cósmica e pode optar por sustentar espiritualmente um Planeta de vida materializada (como nosso Planeta Terra, por exemplo), todo um sistema solar, uma galáxia, um universo; pode tornar-se uma nova estrela, um novo universo, se assim quiser - porque o Homem Sagrado é co-criador da Criação, junto ao Tao da  Criação. 

O Homem Sagrado, O Imortal ou O Liberado, é também  chamado de Semente Queimada, Dagdhabiija, aquela que não mais renasce. O Homem Sagrado não mais está atado à Roda da Vida, não mais precisa renascer dentro da encarnação, assim como a conhecemos.

Porém o Homem Sagrado pode optar por retornar à encarnação: é o Bodhisattva, aquele que se propõe a retornar à encarnação e a despertar todos os seres que ainda permanecem não-despertos, até que a última alma consiga encontrar seu Caminho da Iluminação e Caminho da Liberação.  O Bodhisattva é o ser que possui todos os seres em seu coração, em seu amor, em sua plenitude de compaixão.

Todos os seres são Budas adormecidos.  E todos os Budas são homens despertados - sempre nos relembra Wu Jyh Cherng.


Nem sempre o retorno à encarnação do Homem Sagrado o leva a atuar como uma figura de grande expressão - pelo contrário, muitos podem optar por viverem na maior discrição.... porém sempre espargindo suas Mentes Iluminadas e Infinitizadas e suas Vidas Iluminadas e Infinitizadas através seus trabalhos e no cumprimento de suas missões de vida, dentro dos três tesouros que Lao Tse nos aponta em seu Capítulo 67: a humildade, simplicidade e afetividade.

Eu tenho três tesouros
Que valorizo e preservo:
O primeiro chama-se afetividade
O segundo chama-se simplicidade
E o terceiro chama-se
Não encorajar ser o dianteiro sob o céu

Assim
Através da afetividade pode-se ter coragem
Através da simplicidade pode-se ter amplitude
Não encorajando ser o dianteiro sob o céu
Pode-se concluir o instrumento do eterno.

            E Wu Jyn Cherng nos explica que  “Não encorajar a ser o dianteiro sob o céu” representa a humildade.”


Lao Tse bem nos descreve o Iluminado e o Imortal quando qualifica ambos de "Grande", sendo que o primeiro é o "Ir" e o segundo o "Retornar" bem como ambos são "O rei", ou seja, aquele que possui em si (o Iluminado) e é em si (O Imortal) a Consciência do Tao: :O Espírito e O Sopro Primordial da Criação. Eis o Capítulo 25:

Eu não conheço seu nome
Chamo-o de Caminho

Esforçando-me por denominá-lo, chamo-o de Grande
Grande significa Ir
Ir significa Distante
Distante significa Retornar

O Caminho é grande
O céu é grande
A terra é grande
O rei é grande
Dentro do universo há quatro grandes,
E o rei é um deles.

O homem se orienta pela terra
A terra se orienta pelo céu
O céu se orienta pelo Tao
O Tao se orienta por sua própria natureza


 COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
Janine Milward

Foto: Sítio das Estrelas

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TAO TE CHING
O LIVRO DO CAMINHO E DA VIRTUDE
LAO TSE, o mestre do Tao

Tradução
WU JYH CHERNG

Transcrição e Síntese de Janine Milward

A tradução dos Capítulos do Tao Te Ching foi realizada por Wu Jyh Cherng,
do chinês para o português,
 e foi primeiramente publicada pela Editora Ursa Maior,
sendo hoje  publicada pela Editora Mauad, São Paulo, Brasil

Mente, Intelecto e Consciência






Mente, Intelecto e Consciência

Janine Milward


Quando estamos sob as limitações, em nossa mente, somos parte do coletivo – Jiiva - ainda vivendo na escuridão da ignorância.  Somos então dominados pelo medo e pelas questões terrestres apenas.

 Quando ultrapassamos as limitações em nossa mente e alcançamos a liberação da mesma, em Mente, alcançamos o Uno, Shiva, e com ele nos fusionamos.

Dessa forma, é importante que saibamos que, sendo seres que usam sua mente, aprendemos que antes de mais nada, também é a mente a causa das limitações bem como a causa da Liberação.

Existem então formas que poderemos nos impor para ultrapassar a ignorância de nossa mente – essa é a meta de realização de nossa vida.

É a mente que realiza a ação. E portanto é a mente que desfruta das vicissitudes e das virtudes dessas ações.

Quaisquer ações que pratiquemos, são gravadas suas impressões em nossa mente. São reações em potencial. Karmas e Samskaras.

Quando a mente se deforma – a partir da prática de ações negativas e da colheita das reações semelhantes -, ela tem intrinsecamente a tendência a retornar à sua forma original, ou seja, mente pura, cristalina, infinita e iluminada.

Dessa forma, podemos entender também que Samskara é a tendência da mente a retornar à sua forma original, ou seja, à Fonte Primordial, o Tao da Criação.

 Com um abraço estrelado,
Janine Milward

FOTO; Sítio das Estrelas
Extraído do meu livro
O CAMINHANTE CAMINHANDO SEU CAMINHO
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Ação, conhecimento e Devoção - Karma, Jinana e Bhakti





Ação, conhecimento e Devoção
Karma, Jinana e Bhakti

Compreendemos também que o homem é aquele que funciona sua mente através do intelecto – que é extremamente limitado... Quando a mente consegue ultrapassar a limitação do intelecto, ela atinge a plenitude do Conhecimento.

O Conhecimento, Jinana, é muito importante porque é o instrumento que nos ajuda a identificar nossa meta e como alcançá-la.

Conhecendo nossa meta, é preciso a Ação, Karma, para se chegar até a ela. A Ação, sem reação, sem Samskara, é Karma. Apenas agir o Karma, a Ação, mecanicamente, não nos leva ao aprofundamento em nossa essência espiritual – é preciso então, Bhakti, a Devoção.

Uma vez tenhamos obtido a plenitude do Conhecimento, podemos jogá-lo fora, prescindir dele, porque o mais importante em nosso Caminho para a Liberação é a Ação plena de Devoção. Assim, o Conhecimento apenas não é suficiente para se alcançar a Suprema Consciência, o Tao da Criação.

O Conhecimento tem que ser aliado à Ação, Karma, e fundamentalmente, à Devoção, Bhakti. Dessa forma, a Devoção, Bhakti, é a meta final a ser atingida para que o aspirante espiritual possa vivenciar e ultrapassar seus Samskaras adquiridos.

Em suma, a essência de tudo é conseguirmos usar nossa mente, nossa consciência discriminativa, nosso discernimento, nosso julgamento – Viveka – para irmos além do intelecto, que é extremamente limitado. Assim fazendo, conseguimos realizar os três princípios fundamentais – Conhecimento, Ação e Devoção – de maneira plena para alcançarmos nossa meta, a Consciência Suprema . Esse é o Caminho da Liberação.

Assim, a conclusão é: enquanto existirem Samskaras, não existe Liberação. Qualquer ação, seja boa ou seja ruim, cria Samskaras. Se praticamos uma boa ação, trazemos boas reações, bons Samskaras para nossa vida: se praticamos uma má ação, trazemos Samskaras ruins para nossa vida....


 Com um abraço estrelado,
Janine Milward

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Extraído do meu livro
O CAMINHANTE CAMINHANDO SEU CAMINHO
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Dharma





Dharma

Janine Milward


Podemos  entender o Dharma como sendo a característica essencial de nosso ser, nossa natureza essencial, nossa própria maneira de ser.

Também Dharma nos remete à alegria de fazermos parte de uma coletividade dentro da Criação – Jiiva - e, com a plena consciência em relação à nossa natureza essencial, prestarmos nossos serviços a todos os seres – no entanto, sempre voltados para nossa Unidade essencial, Shiva.

Dessa forma, quando falamos sobre o Dharma, nos lembramos da consciência coletiva e da consciência unitária:

- A consciência coletiva, Jiiva, é a própria Criação, em sua multiplicidade infinita e sempre em eterna mutação, em seus ciclos infinitos de vida, morte, vida, morte..., bem como a interiorização e fundamentalmente, a exteriorização.

- A consciência unitária, Shiva, é advinda da Mente Cósmica que faz brotar a Criação, nela manifestando a unicidade absoluta da Suprema Consciência, o Tao da Criação, que representa a plenitude da não-mutação... e certamente, apenas interiorização.

A consciência coletiva nos leva à realização de nosso Trabalho de Encarnação.

A consciência unitária nos leva ao nosso Caminho da Iluminação e posteriormente, ao Caminho da Liberação ou Imortalidade: o Retorno à Fonte Primordial.

Assim, Dharma revela nossa alegria imensa de retornarmos à nossa Fonte Primordial, de nos fusionarmos à Suprema Consciência, de nos tornarmos unos com a Consciência Una.

Através do tempo e do espaço, do Vazio e da Luz, vamos vivenciando cada vez mais a ampliação de nossa mente até que se torne mente iluminada e infinita. E é através da forma com a qual vamos vivenciando este processo dentro da Samsara, a Roda da Vida, as encarnações junto à mutação da Criação, vamos elaborando nossa natureza essencial, nosso Dharma.

Então, assim como acontece com Karmas e Samskaras – ações e reações em potencial – o Dharma é também algo que vamos construindo ao longo de nossas vidas: o ser essencial, a natureza própria que existe em cada um de nós, é como uma longa estrada caminhada passo a passo – com consciência a cada passo. É o Livre-Arbítrio.

  Com um abraço estrelado,
Janine Milward

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