De mente à Mente - De consciência à Consciência







De mente à Mente
De consciência à Consciência


Janine Milward


Desde o momento em que o Caminhante passa a considerar a busca e o encontro com a Consciência Cósmica como o ideal e meta da existência, seu Caminho da Bem-Aventurança - o começo da ampliação da mente em Mente, da consciência em Consciência -, a dor se instala em seu coração e em sua mente.

Que dor é essa?  Não é uma dor física, é uma dor emocional.

Para cada Caminhante, a dor tem seu início de uma maneira diferenciada.

Existe o fato de que o Caminhante passa a se conscientizar mais e mais sobre tudo aquilo que é apenas efêmero e transitório - a duração em escala menor, média ou maior - e tudo aquilo que é constante e duradouro, eterno, infinitizado.  Isso é Viveka, o Discernimento verdadeiro.

Teoricamente, tudo pode parecer fácil.  No entanto, a sociedade moderna instiga seus cidadãos a apenas vivenciarem aquilo que é efêmero, transitório, momentâneo - mesmo que tudo isso possa significar uma vida inteira, um ciclo total de uma vida.

Sendo assim, instala-se no Caminhante um sentimento de estar sozinho.  No entanto, é certo que existem seus pares, ou seja, outros Caminhantes que também estão trilhando seus Caminhos da Bem-Aventurança e que estão sentindo suas dores pessoais, que também estão se sentindo solitários. 

É sempre bom que o Caminhante possa buscar seus novos pares e que, por outro lado, aprenda a desenvolver seu sentimento de compaixão pelo seu Outro, seus antigos amigos, seus parentes, enfim, todos aqueles que não estão exatamente acompanhando o mesmo trilhar do Caminhante.

Poderíamos citar tantas outras dores que podem surgir: as pessoas, de forma geral, adoram comer carne e não se importam em bem cuidar e bem proteger os animais  - sendo assim, a opção pela alimentação vegetariana pode trazer um certo tom de solidão...

E, é fundamentalmente importante que o Caminhante se conscientize do fato de que, ao realizar sua opção por transmutar sua mente em Mente, sua consciência em Consciência, sua dor acerca a conscientização de suas ações começa a se mostrar mais e mais insistente.  Ou seja, sabemos que cada ação, Karma, traz sua reação em potencial, Samskara.

Sendo assim, o Caminhante passa a aprofundar-se em seu auto-conhecimento, buscando concentrar essa busca em tudo aquilo que cometeu enquanto ação não tão positiva e que, seguramente, estará lhe retornando, mais dia menos dia, mais vida menos vida (se não nesta vida, em vidas futuras) enquanto reação não tão positiva.

Portanto, a conscientização sobre Karmas e Samskaras passa a ser uma experiência cotidiana e, por vezes, bem dolorosa.  Nem sempre a conscientização de ações pouco simpáticas que realizamos no passado nos é prazerosa - daí a dor.

Porém, é certo que a transmutação de mente em Mente, de consciência em Consciência, sempre estará levando o Caminhante a se conscientizar mais e mais sobre suas ações passadas, tanto positivas quanto negativas - e suas potenciais reações hoje, amanhã e no futuro - bem como estará conscientizando o Caminhante a investigar profundamente onde residem as raízes que o levaram a praticar essas ações, tanto positivas quanto negativas..., bem como estará conscientizando o Caminhante a relembrar-se de reações  que já lhe foram cobradas nesta vida atual, Samskaras que fizeram parte de sua vida, tanto em termos mais positivos quanto em termos mais negativos e onde residem as raízes que levaram este Caminhante a reagir diante desses Samskaras.

Por tudo isso, vemos que o Caminhante posiciona diante de si, em profundo ato de auto-conhecimento, tudo aquilo que pode reconhecer enquanto seu Dharma - sua essência mais essencial - e como seu Livre-Arbítrio é acionado diante da prática de suas ações, Karmas, e diante da realidade de vivenciar, resgatar e exaurir Samskaras, as reações oriundas de suas ações anteriores, tanto nessa vida quanto em vidas anteriores.

E também é fundamental que o Caminhante perceba que, no momento em que passa a trilhar seu Caminho da Bem-Aventurança, estará alquimizando, atraindo, trazendo à tona para si mesmo alguns Samskaras, reações em potencial, tanto negativas quanto positivas, que não exatamente tenham sido idealizadas pela Alma do Caminhante no momento da decisão de sua encarnação...

Ou seja, em cada encarnação, o Caminhante traz consigo a síntese de Samskaras que estará tendo que vivenciar, resgatar e exaurir.  Quando acontece de o Caminhante expandir sua consciência em Consciência, a tendência da Alma do Caminhante é de ir usando esta mesma vida para já ir resgatando Samskaras que não estavam programados para serem vivenciados nesta vida atual!  Por esta razão, existe a dor... porque o Caminhante não exatamente consegue perceber de onde essa reação, esse Samskara - fundamentalmente se o Samskara é negativo - adveio..... (porque é advindo de vidas anteriores e que não fazem parte do conjunto de lembranças conscientizadas do Caminhante, ou seja, jazem no mais profundo recôndito de seu inconsciente).

No entanto, Srii Srii Anandamurti nos consola:

“As dificuldades não podem ser maiores que sua capacidade de vencê-las”

A verdade é que todas estas questões - Karmas e Samskaras negativos e positivos - concorrem para que o Caminhante se conscientize mais e mais acerca suas ações: não criar mais ações negativas, Karmas negativos, é o melhor caminho... de forma a não ter que vivenciar mais reações negativas, Samskaras negativos, tanto ainda nesta vida quanto em vidas futuras.

O Caminhante sabe, em sua expansão de consciência em Consciência, que quanto menos Samskaras negativos tiver que vivenciar em sua vida atual e em suas vidas futuras, melhor será para que possa ir avançando mais e  mais em seu Caminho da Bem-Aventurança.

O Caminhante sabe que quanto mais Iniciações receber nesta vida, mais Samskaras negativos advindos desta vida e de vidas anteriores, terá que vivenciar e resgatar e exaurir.

A vida humana é curta.
É aconselhável que tomemos todas as Lições
em relação à Sadhana o mais breve possível.

Assim nos aconselha Srii Srii Anandamurti, o Mestre do Tantra primordial e do Caminho da Bem-Aventurança.

O Caminhante sabe que pode até alcançar e ser bem-sucedido em tornar-se um Homem Iluminado... porém sabe também que ainda terá Samskaras a serem vivenciados e resgatados e exauridos e ainda estará atrelado à Roda da Vida, à Samsara, a retornar à encarnação em vidas e mais vidas até que não mais pratique quaisquer Karmas negativos e não mais tenha que vivenciar, resgatar e exaurir quaisquer Samskaras negativos...: será o momento em que sua Mente Iluminada e Infinitizada terá lhe proporcionado a conclusão de seu Caminho da Liberação, lhe trazendo Vida Iluminada e Infinitizada junto à Suprema Consciência.

O Caminhante sabe que quanto mais avançar em seu Caminho da Iluminação - e, posteriormente, em seu Caminho da Liberação -, mais e mais solitário e diferenciado de quase todo o resto da sociedade se sentirá.... (com a exceção, é claro, de seus prováveis seguidores, seus discípulos, todos aqueles que já possivelmente estarão se sentindo atraídos por sua Luz e por seus Conhecimentos e por sua Devoção e por sua Ação Pura).

Srii Srii Anandamurti nos consola:

Você não está só ou abandonado.
A força que guia as estrelas,
Guia você também.




 COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
JANINE MILWARD
Foto: Sítio das Estrelas, Janine Milward
TEXTO EXTRAÍDO DO MEU LIVRO
O CAMINHANTE CAMINHANDO SEU CAMINHO
http://ocaminhantecaminhandoseucaminho.blogspot.com.br/


Quando o Discípulo está pronto, o Mestre aparece







Quando o Discípulo está pronto, o Mestre aparece

Guru e Acarya – o Mestre e o Professor Espiritual

Janine Milward



Quando chega o momento de o Caminhante entrar em contacto de forma mais intensa com sua espiritualidade, é realizada a Iniciação Espiritual na Meditação. A Iniciação é um verdadeiro renascimento!

Tradicionalmente, a Iniciação é ministrada diretamente pelo Mestre, o Guru. Quando isso não é possível de acontecer, o monge ou monja ou o professor espiritual servem como Acarya – aquele que ensina através de seu próprio exemplo – do Guru.

É bom lembrarmos que sempre que o discípulo está pronto, o mestre, o Guru aparece – seja pessoalmente, quando possível, ou seja através de um seu representante espiritual nomeado adequadamente, o Acarya.

O Acarya é o representando do Guru e o Guru é o representante de Brahma, de Deus, da Consciência Cósmica. Brahma é uma palavra em sânscrito e significa literalmente ‘grande’. Brahma é o ser superior que está dentro de cada um de nós, e que no entanto, devido ao véu de ignorância, não podemos perceber o guia que existe dentro de nós e assim precisamos da ajuda de um mestre realizado. Através do Guru, Brahma se manifesta totalmente.

Guru é uma palavra em sânscrito que significa o mestre espiritual iluminado e que tem, portanto, o dom de guiar seus discípulos em direção á iluminação. "Gu" significa aquele que dispersa e "ru" significa escuridão. Aquele que dispersa a escuridão, que traz a Luz, que aponta o Caminho da Luz, da Iluminação, esse é o Guru.

Sânscrito é uma língua construída há milhares de anos atrás de uma tal maneira que trouxesse uma expansão da consciência. Os antigos yogis concentram-se profundamente e meditaram intensamente até encontrarem 49 glândulas sutis encravadas nos sete chacras do corpo humano. Cada glândula possui um determinado som, uma vibração sonora percebida pelos mestres yogis e condensadas em 49 letras de um alfabeto que deu estrutura à língua sânscrita. Sânscrito – Sam’skrt – significa "bem feito, bem realizado".

O Guru pode ser um grande mestre ou simplesmente um bom mestre.

O grande Mestre, o Guru verdadeiro, é aquele que tem o poder de doar a Liberação – Mukti - ao aspirante espiritual – Sadhaka – que cumpre com sua jornada de trabalho de meditação cotidiana, de práticas espirituais e de modo de vida espiritualmente orientado.

A Liberação é o desenlace total dos Samskaras acumulados de forma que o aspirante espiritual possa alcançar a Consciência Suprema ainda nesta vida. Karma é ação e Samskara é a reação em potencial.

             Assim, no momento da Primeira Iniciação na Meditação, o aspirante espiritual, o Caminhante, o Sadhaka, recebe ou diretamente de seu Guru ou através de seu Acarya representando seu Guru, as instruções para a realização de seu trabalho espiritual, sua Sadhana.


COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
JANINE MILWARD

Foto: Sítio das Estrelas, Janine Milward

TEXTO EXTRAÍDO DO MEU LIVRO
O CAMINHANTE CAMINHANDO SEU CAMINHO
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O Tantra e o Trabalho Espiritual, a Sadhana: O Caminho da Bem-Aventurança




O Tantra e o Trabalho Espiritual, a Sadhana:
O Caminho da Bem-Aventurança

Janine Milward


Ao realizarmos nosso trabalho do cotidiano no Planeta bem como nossa Meditação e nosso trabalho espiritual – nossa Sadhana – estaremos caminhando nosso Caminho da Bem-Aventurança, realizando em nós mesmos o processo de vida do universo que conhecemos..., estaremos ampliando nossa consciência buscando fusioná-la como a Suprema Consciência, estaremos trilhando o Caminho da Iluminação, estaremos processando alquimicamente nosso corpo físico em Corpo de Luz e assim, podendo entrar no Caminho da Liberação e nos fusionarmos à Suprema Consciência.

A fusão com a Suprema Consciência é a fusão com a totalidade do Criador e da Criação, é o ingresso no Mundo da Não-Manifestação – aquele que dá berço ao Mundo da Manifestação.

O Mundo da Manifestação, Criação e Criador, encontra-se dentro da semente do universo a vir-a-ser, a explodir e a jorrar vida através do espaço e tempo que voltam a existir.  É a mutação do universo, é o Eterno Retorno, é o Revirão da Criação e do Criador.

Criador e Criação simbolizam o Mundo da Manifestação, a natureza que se revela. No entanto, é a natureza que não se revela, o Mundo da Não-Manifestação, que cria o Mundo da Manifestação.

Srii Srii Anandamurti, Baba, o Mestre do Tantra primordial, nos revela:

A força que guia as estrelas, guia você também


A Suprema Consciência dá berço à Mente Cósmica que por sua vez faz nascer a Criação, assim como a conhecemos e a ela pertencemos.

No entanto, por possuirmos, privilegiadamente, a expansão da mente, somos aqueles dentro da Criação que possuem o dom e a oportunidade de tecermos cada vez mais a expansão de nossa consciência até torná-la Consciência: real espelho da Mente Cósmica e certamente, da Suprema Consciência: é o Retorno à Fonte Original – essa é a meta de nossa vida.


COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
JANINE MILWARD

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O CAMINHANTE CAMINHANDO SEU CAMINHO
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homem, Homem-Sagrado, a Semente Queimada, Dagdhabiija, e o Bodhisattva




homem, Homem-Sagrado,
a Semente Queimada, Dagdhabiija,  e o Bodhisattva

Janine Milward


Ao final do Caminho da Iluminação, já como Homens-Sagrados-a-virem-a-ser, temos em frente a nós um momento absolutamente decisivo em relação à maneira como vivenciamos nosso Dharma e como agimos nosso Livre-Arbítrio.... A pergunta se faz: vamos continuar, seguir em frente, ou vamos parar? Ou seja, vamos nos colocar em nosso Caminho da Liberação   realmente nos tornarmos Homens-Sagrados com a transmutação plena de nosso corpo físico em Corpo de Luz – com mente e vida infinitas e iluminadas?

E, em seguindo nosso Caminho da Liberação, conseguimos finalmente – após tantas e tantas encarnações – nos tornarmos uma estrela, um Homem-Sagrado.... qual deverá ser nosso caminho?

..... Devemos nos tornar a Semente Queimada, Dagdhabiija, que sai da Roda das Encarnações assim como a conhecemos e nos lançarmos como mentores ou guardiões da vida em desenvolvimento da Mente Cósmica dentro desse nosso Sistema Solar.... ou em outro lugar da Galáxia... ou em outra galáxia, quem sabe em outro universo, ou ainda além, quem sabe dar berço a um novo universo?

..... Ou devemos nos tornar um Bodhisattva, um ser de compaixão, que ainda prefere continuar atado à Roda da Vida, encarnando no Planeta Terra – correndo o risco de praticar Karmas negativos e colher Samskaras negativos (embora sua mente infinita e iluminada – e sua vida infinita e iluminada - o orientem quanto a isto) – para ajudar a levar a luz da consciência a todos os seres que aqui vivem... até o último deles conseguir sua Iluminação (e Liberação)?
....................

Como vemos, Karma e Samskara, Ação e Reação em potencial, e Dharma e Livre-Arbítrio caminham juntos, todo o tempo, tecendo uns aos outros: o Dharma nos fazendo vivenciar nossos atos a partir do nosso Livre-Arbítrio, sempre estruturados no ser essencial que existe dentro de nós e que vai sendo elaborado - em ações e reações em potencial, Karmas e Samskaras - construindo a ampliação de nossa mente em consciência coletiva, inicialmente, e posteriormente, em consciência unitária – à semelhança da Consciência Cósmica, a Suprema Consciência.


 COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
JANINE MILWARD

Foto: Sítio das Estrelas, Janine Milward

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O CAMINHANTE CAMINHANDO SEU CAMINHO
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Livre-Arbítrio


Livre-Arbítrio

Janine Milward

O verdadeiro Livre-Arbítrio é aquele que chega até nós quando finalmente estamos vivenciando nosso Dharma em toda sua plenitude, ou seja, quando já nos encontramos em nosso Caminho da Iluminação, com vistas a também posteriormente trilharmos nosso Caminho da Imortalidade ou Liberação – mente e vida infinitas e iluminadas.
Certamente que também o Livre-Arbítrio nos acompanha desde sempre, a cada passo nesta longa estrada que viemos caminhando, desde o começo desse universo do qual fazemos parte atuante e constante e sempre em mutação.
Porém, como já vimos anteriormente, temos que aprender a trabalhar nossa mente de maneira tal que eliminemos todos os Karmas e Samskaras negativos. Talvez esse seja o maior aprendizado em relação ao bom uso do nosso Livre-Arbítrio.
O melhor Livre-Arbítrio é aquele que nos orienta no sentido da eternidade e nos elucida em relação a tudo aquilo que é apenas efêmero, transitório. A própria escolha entre o vivenciar um tema ou outro faz parte de nossa maneira essencial de ser, nosso Dharma.
COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
JANINE MILWARD
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O CAMINHANTE CAMINHANDO SEU CAMINHO
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Dharma


Dharma

Janine Milward

Podemos entender o Dharma como sendo a característica essencial de nosso ser, nossa natureza essencial, nossa própria maneira de ser.
Também Dharma nos remete à alegria de fazermos parte de uma coletividade dentro da Criação – Jiiva - e, com a plena consciência em relação à nossa natureza essencial, prestarmos nossos serviços a todos os seres – no entanto, sempre voltados para nossa Unidade essencial, Shiva.
Dessa forma, quando falamos sobre o Dharma, nos lembramos da consciência coletiva e da consciência unitária:
- A consciência coletiva, Jiiva, é a própria Criação, em sua multiplicidade infinita e sempre em eterna mutação, em seus ciclos infinitos de vida, morte, vida, morte..., bem como a interiorização e fundamentalmente, a exteriorização.
- A consciência unitária, Shiva, é advinda da Mente Cósmica que faz brotar a Criação, nela manifestando a unicidade absoluta da Suprema Consciência, o Tao da Criação, que representa a plenitude da não-mutação... e certamente, apenas interiorização.
A consciência coletiva nos leva à realização de nosso Trabalho de Encarnação.
A consciência unitária nos leva ao nosso Caminho da Iluminação e posteriormente, ao Caminho da Liberação ou Imortalidade: o Retorno à Fonte Primordial.
Assim, Dharma revela nossa alegria imensa de retornarmos à nossa Fonte Primordial, de nos fusionarmos à Suprema Consciência, de nos tornarmos unos com a Consciência Una.
Através do tempo e do espaço, do Vazio e da Luz, vamos vivenciando cada vez mais a ampliação de nossa mente até que se torne mente iluminada e infinita. E é através da forma com a qual vamos vivenciando este processo dentro da Samsara, a Roda da Vida, as encarnações junto à mutação da Criação, vamos elaborando nossa natureza essencial, nosso Dharma.
Então, assim como acontece com Karmas e Samskaras – ações e reações em potencial – o Dharma é também algo que vamos construindo ao longo de nossas vidas: o ser essencial, a natureza própria que existe em cada um de nós, é como uma longa estrada caminhada passo a passo – com consciência a cada passo. É o Livre-Arbítrio.
COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
JANINE MILWARD
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Concluindo o Ciclo da Karmas e Samskaras...


Concluindo o Ciclo da Karmas e Samskaras...

Janine Milward

Se enquanto existirem Samskaras (as reações imediatas ou em potencial em relação às ações praticadas), o homem não pode tornar-se Homem-Sagrado em sua plenitude..., como podemos ir além desse ciclo de Samskaras? Qual é a saída?
Primeiramente, temos que compreender que devemos realizar nossas ações pela sua realização intrínseca e não pelos seus resultados.
Assim, não procurar pelos resultados de nossas ações é a primeira saída para irmos além do ciclo de Samskaras, sejam bons ou ruins.
A ação correta certamente trará o resultado correto – mas isso não deverá fazer parte de nossa preocupação, de nossa intenção. Quando existe a preocupação ou intenção, o esforço não é completo.
A ação deve sempre ser realizada sem expectativas de seus resultados. É a Não-Ação.
Em segundo lugar, devemos abandonar o ego, o autor das ações realizadas. É o Não-Desejo.
Apenas realizar a ação correta sem manter expectativas quanto ao resultado, não é ainda o suficiente: é preciso também abandonar o eu, o ego, a expectativa do reconhecimento do trabalho realizado.
Se compreendermos que nossa mente é, na verdade, uma manifestação, um espelhamento, da Mente Cósmica advinda da Suprema Consciência, e nos conscientizando que sua maneira natural de ser a coloca no caminho de trazê-la da deformidade à perfeição absoluta..., certamente entenderemos o que nos diz Srii Srii Anandamurti, o Mestre do Tantra, em relação ao Princípio Primordial da Criação, a força vital:
Você nunca está sozinho ou abandonado...
A força que guia as estrelas, guia você também.
Finalmente, devemos oferecer tudo em nossa vida ao Tao da Criação, à Suprema Consciência. Esse oferecimento acontece através da realização de nosso Dharma, ou seja, da realização plena de nossa essência primordial.
COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
JANINE MILWARD
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Ação, Conhecimento e Devoção - Karma, Jinana e Bhakti



Ação, Conhecimento e Devoção
Karma, Jinana e Bhakti

Janine Milward

Compreendemos que o homem é aquele que funciona sua mente através do intelecto – que é extremamente limitado... Quando a mente consegue ultrapassar a limitação do intelecto, ela atinge a plenitude do Conhecimento.

O Conhecimento, Jinana, é muito importante porque é o instrumento que nos ajuda a identificar nossa meta e como alcançá-la.

Conhecendo nossa meta, é preciso a Ação, Karma, para se chegar até a ela. A Ação, sem reação, sem Samskara, é Karma. Apenas agir o Karma, a Ação, mecanicamente, não nos leva ao aprofundamento em nossa essência espiritual – é preciso então, Bhakti, a Devoção.

Uma vez tenhamos obtido a plenitude do Conhecimento, podemos jogá-lo fora, prescindir dele, porque o mais importante em nosso Caminho para a Liberação é a Ação plena de Devoção. Assim, o Conhecimento apenas não é suficiente para se alcançar a Suprema Consciência, o Tao da Criação.

O Conhecimento tem que ser aliado à Ação, Karma, e fundamentalmente, à Devoção, Bhakti. Dessa forma, a Devoção, Bhakti, é a meta final a ser atingida para que o aspirante espiritual possa vivenciar e ultrapassar seus Samskaras adquiridos.

Em suma, a essência de tudo é conseguirmos usar nossa mente, nossa consciência discriminativa, nosso discernimento, nosso julgamento – Viveka – para irmos além do intelecto, que é extremamente limitado. Assim fazendo, conseguimos realizar os três princípios fundamentais – Conhecimento, Ação e Devoção – de maneira plena para alcançarmos nossa meta, a Consciência Suprema . Esse é o Caminho da Liberação.

Assim, a conclusão é: enquanto existirem Samskaras, não existe Liberação. Qualquer ação, seja boa ou seja ruim, cria Samskaras. Se praticamos uma boa ação, trazemos boas reações, bons Samskaras para nossa vida: se praticamos uma má ação, trazemos Samskaras ruins para nossa vida....

COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
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Consciência e Discernimento



Consciência e Discernimento

Janine Milward

Sabedores que, para não mais fazermos parte da Samsara, a Roda das Encarnações assim como a conhecemos, temos que realizar a total queima de todas as reações, negativas ou positivas – os Samskaras – para nos tornamos Sementes Queimadas e plenamente realizarmos nosso Caminho da Iluminação e Caminho da Liberação..., nos vem à mente a questão fundamental:
- Como então podemos ir além dos Karmas e Samskaras?

Esse é o papel da consciência. O que é consciência? Consciência é discernimento – Viveka.

Essa consciência discriminativa, esse discernimento, sempre está entre a escolha de realizar uma ação boa ou uma ação ruim – existe então um julgamento.

Quando se age corretamente, Vidya, temos a consciência regendo a mente e podemos retornar à Consciência Suprema. A ação incorreta leva à degradação, Avidya.

O bom discernimento, Viveka, precisa muito bem definir a diferença entre aquilo que é eterno, Sat, e aquilo que é transitório, Asat. Também é importante discernir entre a dualidade e a unidade. O mundo da coletividade, Jiiva, acolhe o transitório e a dualidade. Somente a Suprema Consciência é a própria eternidade, é a própria unidade, Shiva.

COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
JANINE MILWARD
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Sementes que nascem de novo e Sementes Queimadas



Sementes que nascem de novo e Sementes Queimadas

Janine Milward

O Retorno à Fonte Original realizado pela mente expansionada buscando sua iluminação e infinitude, acontece quando o homem decide caminhar seu Caminho da Iluminação.
O Caminho da Iluminação alcança sua plenitude quando o homem torna-se Homem Sagrado, com mente iluminada e infinita.
No entanto, esse homem tornado sagrado, ainda é considerado Semente que nasce de novo, ainda pertence à Roda da Vida, a Samsara, na medida que, ao morrer parte para verdadeiros Nirvanas, sim, porém ainda precisa retornar à encarnação, à materialização, para poder bem realizar seu Caminho da Liberação, ou seja, vida iluminada e infinita e então, finalmente, tornar-se a Semente Queimada, já tendo conquistado plenamente a finalização de sua Samsara, a Roda das Encarnações, assim como a conhecemos.
O homem sempre se encontra diante de duas possibilidades em relação ao fato dele, o homem, como tudo no universo, ser uma semente. Num primeiro momento, poderíamos pensar que é bom "ficar para semente". Certamente também esse ponto de vista é correto quando quer significar deixar bom trabalho e bons exemplos como herança na Terra...
Mas, por outro lado, a sabedoria do Tantra (Tantra significa libertação da escuridão da ignorância) e revelada por seu mestre, Srii Srii Anandamurti, nos diz que existem homens e Homens Sagrados, ou seja, existem as sementes que voltam a produzir (re-encarnarem novamente na Terra ou em outros planetas do mesmo nível) ou existem as sementes "queimadas", aquelas que não mais precisam voltar - ou que não mais voltam - a encarnar dentro dos parâmetros que conhecemos e compreendemos como ‘encarnação’.
Assim o homem é aquele que é a semente que nasce de novo e o Homem Sagrado é aquele que representa a "semente queimada", Dagdhabiija.
A "semente queimada" existe a partir da queima total de todos os Samskaras, provido o fato de que também não existem mais criações de Karmas - sempre a ação é correta não produzindo, dessa maneira, sua reação em potencial.
COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
JANINE MILWARD
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